Combustíveis e Bioenergia

Petrobras amplia plano de investimentos e prevê US$ 102 bi entre 2024-2028

O montante representa um aumento de 31% em relação ao planejamento anterior (2023-2027)

Petrobras amplia plano estratégico de investimentos e prevê US$ 102 bilhões entre 2024-2028. Na imagem: Edifício-sede da Petrobras (Edise), na avenida Chile, no Rio de Janeiro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Edifício-sede da Petrobras (Edise), na avenida Chile, no Rio de Janeiro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

RIO – O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quinta (23/11) o novo plano de negócios da companhia, com investimentos previstos de US$ 102 bilhões para o quinquênio 2024-2028.

O montante representa um aumento de 31% em relação ao planejamento anterior (2023-2027). É o primeiro plano da gestão Jean Paul Prates e do governo Lula.

A petroleira esclareceu que os valores se dividem em US$ 91 bilhões em projetos de fato em implantação e US$ 11 bilhões em projetos ainda em avaliação – sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução.

A área de exploração e produção de óleo e gás segue como carro-chefe, com investimentos de US$ 73 bilhões – 71,5% do total –, mas houve um reforço do orçamento em energias renováveis:.

Ao todo, a Petrobras planeja investir US$ 5,2 bilhões em energia eólica e solar.  As fontes renováveis vão responder por metade do orçamento de projetos de baixo carbono, que dobrou de tamanho em relação ao plano anterior, para US$ 11,5 bilhões.

Infográfico com distribuição do capex total (investimentos) da Petrobras previsto no novo plano de negócios 2024-2028

Em nota, a empresa destacou que os investimentos anunciados visam a “preparar a Petrobras para o futuro e fortalecer a companhia, iniciando um processo de integração de fontes energéticas essencial para uma transição energética justa e responsável”

“Vamos fazer a transição energética de forma gradual, responsável e crescente, investindo em novas energias e sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo ainda necessária para atender a demanda global de energia e financiar a transição energética”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em nota à imprensa.

A Petrobras justificou que o aumento dos investimentos está associado:

  • principalmente a novos projetos, incluindo potenciais aquisições;
  • a ativos que estavam em desinvestimento e voltaram para a carteira de investimentos da companhia;
  • e à inflação de custos sobre a cadeia de suprimentos.

A estatal informou que os investimentos serão realizados prioritariamente com recursos próprios, gerados pelas suas operações.

A dívida bruta da seguirá limitada a US$ 65 bilhões — “patamar considerado saudável para empresas do segmento e porte da Petrobras”, esclareceu.

A estatal projeta que cerca de 60% da geração de caixa da Petrobras retornará para a sociedade na forma de tributos e pagamentos à União, estados e municípios, no cenário base.

Meta é produzir 2,5 milhões de barris/dia em 2028

Ao todo, o plano de investimentos da petroleira contempla a entrada em operação de 14 novas plataformas (FPSOs) entre 2024-2028, dez das quais já contratadas.

Com isso, a Petrobras projeta atingir em cinco anos a produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia – dos 2,5 milhões de barris/dia só de petróleo.

Infográfico com projeção da produção total da Petrobras, que espera atingir em 2028 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia – dos 2,5 milhões de barris/dia só de petróleoUS$ 17 bilhões para área de refino

A Petrobras prevê um investimento de US$ 17 bilhões em Refino, Transporte e Comercialização (RTC), com foco na ampliação da capacidade de produção de diesel e aumento gradual da oferta de produtos para mercado de baixo carbono.

O orçamento inclui também a área de Comercialização e Logística – que no plano anterior tinha uma rubrica específica no planejamento.

O novo plano 2024-28 prevê:

  • o aumento da capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil barris/dia;
  • e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil barris/dia até 2029

Isso será possível graças à entrada de grandes projetos como o Trem 2 da refinaria Rnest (PE); ampliações de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na Revap (SP), Regap (MG), Replan (SP), Rnest (PE) e no Polo Gaslub (RJ).

A petroleira prevê um orçamento de US$ 1,5 bilhão para ampliar a capacidade de produção de novos produtos como o Diesel R5, o coprocessado, com 5% de conteúdo renovável, na Repar (PR), RPBC (SP), Reduc (RJ) e Replan (SP).

Também estão previstos recursos para instalação de plantas dedicadas de bioquerosene de aviação e diesel 100% renovável na RPBC e no Gaslub, que serão concluídas após 2028.

Serão investidos também US$ 2,1 bilhões na remoção de gargalos logísticos, com ampliação e adequação da infraestrutura, investimento em terminais para otimizar as operações, ampliação de modais e melhoria da eficiência e resiliência.

Entre os projetos, está a construção de quatro navios da classe handy, que serão operados pela Transpetro, além de estudos para outras embarcações.

No segmento de Petroquímica, a Petrobras informou que “planeja atuar de forma integrada, maximizando sinergias com seu parque de refino e produção de óleo e gás” e que estuda investimentos em petroquímica
“considerando tanto projetos nos atuais ativos como aquisições”.

Mais gás

O investimento previsto em Gás & Energia soma US$ 9 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em implementação e US$ 6 bilhões ainda em avaliação (sobretudo na área de energias de baixo carbono).

  • em 2024, entra em operação o Rota 3 com planta de processamento com capacidade de 21 milhões de m³/dia e gasoduto com capacidade de 18 milhões de m³/dia;
  • em 2028, entra em operação o gasoduto do Projeto Raia (BM-C-33), operado pela Equinor, com capacidade de 16 milhões de m³/dia;
  • e, em 2029, o gasoduto do projeto Sergipe Águas Profundas – SEAP, com capacidade de 18 milhões de m³/dia.

De volta aos fertilizantes

A estatal anunciou planos de retomar a operação da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), no Paraná; e a conclusão das obras da UFN 3, em Três Lagoas (MS).