RIO – Apesar do aumento das exportações de petróleo da Petrobras para a Europa, diante da busca do continente europeu por alternativas ao óleo russo, a petroleira brasileira continua a acreditar que a Ásia será o grande polo de atração dos barris da empresa a longo prazo.
O gerente de Cenários da Petrobras, Renan Silvério, destacou nesta segunda (28/8) que o “reordenamento dos fluxos” do comércio global, após a guerra entre Rússia e Ucrânia, é temporário.
“Temos visto o petróleo russo indo mais para a China e a Índia depois das sanções, já que esses países não criaram restrições geopolíticas, aproveitaram para reduzir seus custos de suprimento… [Mas a reordenação dos fluxos] é algo temporário, muito em função do fato de que a Europa é uma região que está buscando transicionar energeticamente, reduzir a dependência e ampliar segurança energética”, afirmou ele, durante evento da FGV.
Para Silvério, “é um pouco ilusório” acreditar que a Europa se tornará o “novo polo para colocação de petróleo mundial”, de forma estrutural.
Petrobras intensifica esforço comercial na Europa
Com o aumento do envio de petróleo russo para a China, com desconto, a participação do mercado chinês dentro do mix de exportações de petróleo bruto da Petrobras caiu de 45% em 2021 para 33% em 2022.
Embora a China se mantenha como principal destino dos barris da estatal brasileira, a petroleira intensificou a busca de clientes na Europa.
O continente, que era responsável por 20% dos embarques da Petrobras em 2021, passou a responder por 30% das vendas da companhia no mercado global.
Para Silveiro, contudo, a Ásia continuará sendo um polo “atrator de petróleo”, apesar de também estar avançando na agenda da transição energética.
“A Ásia continua sendo um foco, para podermos desenvolver os mercados… Não enxergamos uma transformação drástica, numa mudança para a Europa como um foco”, completou.