Biocombustíveis

Pesquisadores da USP vão mapear potencial de produção de hidrogênio a partir do etanol

Projeto de RCGI vai analisar dados de todas as usinas de etanol no Brasil e mira disponibilidade de hidrogênio para SAF

Pesquisadores do RCGI e do GBio, da USP, vão mapear potencial de produção de hidrogênio de etanol. Na imagem: Engenharia química Suani Teixeira Coelho, professora do Programa de Pós-Graduação em Energia da USP e coordenadora do projeto que vai mapear potencial de etanol para hidrogênio (Foto: Gabriel Penna)
Engenharia química Suani Teixeira Coelho, professora do Programa de Pós-Graduação em Energia da USP e coordenadora do projeto que vai mapear potencial de etanol para hidrogênio (Foto: Gabriel Penna)

BRASÍLIA – Novo projeto do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e do Grupo de Pesquisa em Bioenergia (GBio) da Universidade de São Paulo (USP) vai estimar o potencial que o setor sucroalcooleiro apresenta para a produção de hidrogênio no país.

Os pesquisadores vão analisar os dados de todas as usinas de etanol no Brasil – 358 de cana-de-açúcar e 21 de milho, segundo números atualizados em dezembro de 2022 – para calcular a quantidade de H2 que pode ser produzido para um futuro mercado de combustível sustentável para a aviação (SAF, em inglês).

“O hidrogênio tem aparecido cada vez mais como vetor energético importante para a descarbonização de diferentes setores, incluindo o da aviação. O mais divulgado é o hidrogênio produzido a partir da eletrólise da água usando-se energia solar ou eólica, mas há também as rotas desenvolvidas a partir da biomassa, que são bastante competitivas”, afirma a engenharia química Suani Teixeira Coelho, coordenadora do projeto.

A pesquisa vai analisar quanto as usinas produzem de cana-de-açúcar e etanol e o potencial que pode ser produzido de biogás a partir dos subprodutos.

“A partir destes dados, vamos estimar a quantidade de hidrogênio que poderíamos produzir a partir de diferentes rotas: fazendo a reforma do etanol e do biogás, além da eletrólise da água utilizando a eletricidade excedente local”, afirma a professora.

Ela conta que esta primeira etapa da pesquisa deve durar aproximadamente um ano. O avanço para próximas etapas, mapeando outras fontes de biomassa, dependerá de financiamento adicional.

O estudo tem apoio do programa USPSusten e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Bioetanol, cujas pesquisas são financiadas prioritariamente pelas agências de fomento Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Dois alunos de pós-doc participarão do projeto, além dos coordenadores.