Gás Natural

Paraíba vai pagar R$ 50 milhões pela fatia da Gaspetro na PBGás

Estado passará a deter 75,5% das ações com direito a voto na distribuidora de gás canalizado

Paraíba vai pagar R$ 50 milhões pela fatia da Gaspetro na PBGás. Na imagem, João Azevêdo, governador da Paraíba Foto: Francisco França)
Governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), vai comprar fatia da Gaspetro na PBGás (Foto: Francisco França)

RIO — O governo da Paraíba, de João Azevêdo (PSB), vai pagar R$ 50 milhões (preço-base) no início da próxima semana pela participação da Gaspetro (recém-batizada de Commit) na PBGás. Ao exercer o direito de preferência na compra das ações, o estado terá 75,5% das ações ordinárias — com direito a voto — na distribuidora.

A Paraíba ainda não decidiu os próximos passos — ou seja, se no futuro privatizará a concessionária ou se venderá uma fatia minoritária para um novo sócio. Azevêdo concorre este ano à reeleição.

“Agora o estado vai indicar os novos membros dos conselhos de Administração e Fiscal da companhia. A decisão sobre o que o governo fará com as ações será tomada mais adiante”, explicou o presidente da PBGás, Jailson Galvão, ao político epbr, serviço de cobertura exclusiva de política energética da epbr.

A Commit, assim como a Mitsui, possui 24,5% das ações ordinárias na PBGás. Mesmo antes de exercer o direito de preferência, o governo paraibano já detinha o controle da empresa com 51% das ações.

A operação está em fase de fechamento. O valor de R$ 50 milhões ainda está sujeito a ajustes, devido ao abatimento de dividendos de 2020 e 2021 e a atualização monetária.

“O nosso potencial de crescimento é muito grande. Continuaremos a ampliar a nossa rede de gasodutos para atender às demandas que temos recebido de vários segmentos”, disse Galvão.

Ao menos dois estados já confirmaram o direito de preferência

Além da Paraíba, na Bahia, o governo de Rui Costa (PT) decidiu pagar R$ 540 milhões pela compra da participação da Gaspetro na Bahiagás.

A intenção é revender ao menos parte do capital da distribuidora no futuro.

No curto prazo, a tendência é que novas operações sejam confirmadas por governos estaduais no Nordeste.

Na segunda-feira (11/7), a Petrobras concluiu a venda de sua fatia de 51% na Gaspetro para a Compass, do grupo Cosan. O negócio foi fechado por R$ 2,097 bilhões.

Com isso, o mercado se volta, agora, para os desdobramentos da operação que vão revelar, ao fim, qual será o portfólio final da Compass no setor de distribuição — e, por consequência, a própria configuração do mercado.

A Compass quer focar em seis concessionárias e tem contratos assinados com duas empresas diferentes para venda de 12 das 18 distribuidoras estaduais de gás canalizado que compõem a Gaspetro.

Os contratos vinculantes estão sujeitos a condições precedentes — como o direito de preferência dos estados pela aquisição das distribuidoras em questão. Bahia e Paraíba, por exemplo, já estão fora do pacote.

Nasce a Commit

Após a conclusão da compra do controle da Gaspetro pela Compass, a empresa do grupo Cosan e a Mitsui, dona de 49% da holding de gás, anunciaram a nova marca da sociedade: Commit.

No anúncio do batismo da nova Gaspetro, Compass e Mitsui afirmaram, em nota conjunta, que a principal missão da Commit será “ampliar o acesso ao gás natural nos estados em que atuamos, levando os benefícios econômicos, sociais e ambientais do gás canalizado a um número crescente de municípios e clientes”.

Renato Fontalva, ex-ExxonMobil e desde 2008 no grupo Cosan, assumiu o comando da Commit.

“Nós, na Commit, temos o compromisso de desenvolver o mercado de gás canalizado a longo prazo. E estamos muito entusiasmados com o que vamos construir juntos nesta jornada!”, comemorou o executivo.