Pandemia do coronavírus reduz projeção para novos parques eólicos em 5 GW

Pandemia do coronavírus reduz projeção para novos parques eólicos em 5 GW

A crise do coronavírus deve impactar na demanda global de energia eólica, reduzindo, sobretudo, encomendas na China e nos Estados Unidos, os dois maiores mercados do setor. A consultoria Wood Mackenzie prevê que a pandemia deve cortar a demanda esperada para 2020 em 4,9 GW. Com a revisão divulgada hoje, a consultoria agora prevê que o mercado global de energia eólica deve concluir 2020 com 72,95 GW de capacidade adicional instalada.

Há preocupação também com o impacto da pandemia sobre o mercado europeu, onde os números do contágio seguem crescendo, com governos impondo medidas mais restritivas para funcionamento de fábricas e deslocamento de trabalhadores – o que já atinge o setor de energia eólica de países como França, Espanha e Itália, com o fechamento de fábricas decretado nesta semana.

Na Europa, as plantas de pás de turbinas eólicas da LM Wind Power e da Siemens Gamesa estão encerrando a produção sem que haja uma previsão ainda da queda de números de contágio no continente.

As medidas restritivas também estão se mostrando como um desafio para países como a Noruega, onde havia um cronograma agressivo de novas instalações. Segundo a Wood Mackenzie, autoridades do país já informam que há risco real para a conclusão de projetos.

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Atraso no calendário de leilões na África, Europa e América do Sul

Outra preocupação está no impacto da pandemia sobre o calendário de leilões dos países. Na África do Sul a próxima rodada de ofertas de geração eólica era espera para o segundo semestre de 2020. O cronograma é cada vez mais improvável, com relatos de suspensão de estudos de viabilidade de projetos. É esperado o adiamento de leilões também na Ucrânia, Polônia e Chile.

O impacto da suspensão de linhas de produção europeias também deve afetar o mercado australiano, onde há uma extensa lista de projetos com previsão de entrega entre 2020 e 2021, a maioria deles montados com turbinas classificadas de 3,6 a 4,2MW importadas da Europa.

A boa notícia até o momento vem da Ásia e da América Latina. Espera-se que a cadeia de produção de equipamentos na China apresente uma rápida recuperação da produção a partir deste mês e no segundo trimestre. Estima-se que cerca de 70% da mão-de-obra chinesa esteja voltando ao trabalho em março. Para abril esse percentual deve superar 90%.

Já na América Latina, a pandemia ainda mantém números significativamente mais baixos de contágio em comparação com Europa e América do Norte.

De acordo com a consultoria, no entanto, a cadeia de energia eólica sofreu menos do que o setor solar fotovoltaico graças à presença global dos fabricantes de peças. Assim, durante o ápice da pandemia na China, nos meses de janeiro e fevereiro, grande parte da demanda internacional foi suprida por fabricantes da Índia, Brasil e México.

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