BRASÍLIA — Panamá, Uruguai e Noruega farão parte da iniciativa global Clean Energy Marine Hub Initiative (CEM-Hubs), grupo formado no início deste ano para acelerar o fornecimento de combustíveis limpos para o transporte marítimo e apoiar a transição energética do setor. A adesão dos três países foi anunciada nesta segunda (7/11), no Egito, onde ocorre a COP27.
Os três governos juntam-se aos Emirados Árabes Unidos e Canadá, os primeiros a aderir à iniciativa CEM-Hubs, em setembro.
A iniciativa, que é co-liderada por uma força-tarefa de CEOs, tem como foco produção, exportação e importação de combustíveis de baixo carbono em todo o mundo.
Para isso, está mobilizando empresas e governos para facilitar a troca de informações sobre políticas, programas e projetos de descarbonização, na expectativa de catalisar investimentos em infraestrutura marítima para transportar combustíveis de baixa emissão do produtor ao consumidor.
A CEM-Hubs é coordenada com o apoio da Câmara Internacional de Navegação (ICS) e da Associação Internacional de Portos e Portos (IAPH), e do Clean Energy Ministerial (CEM).
As organizações acreditam que o hub tem potencial de reduzir o risco de investimentos e acelerar a implantação comercial e o transporte de combustíveis alternativos, que atualmente são duas a três vezes mais caros que os convencionais fósseis.
Transporte marítimo verde
O anúncio ocorreu durante o lançamento do Green Shipping Challenge na cúpula de líderes da COP27. Liderado pelos Estados Unidos e pela Noruega, o Green Shipping Challenge visa reunir governos, portos, transportadores marítimas, armadores e proprietários de cargas para encontrar soluções de descarbonização para o setor.
Até 2050, espera-se que o setor transporte pelo menos 50% de todos os combustíveis com zero carbono comercializados. No entanto, atualmente quase não há projetos ativos que demonstrem isso na prática — apenas um navio da frota global é capaz de transportar hidrogênio liquefeito, por exemplo.
Uma submissão recente à IMO da ICS pediu um esquema de fundo e recompensa para os pioneiros que produzem e usam combustíveis mais limpos. O que ajudaria a preencher a lacuna entre as propostas de vários governos e a ação em direção à produção de energia mais limpa.
“Um ano depois da COP26, ainda se fala muito sobre a produção de hidrogênio e outros combustíveis de baixo carbono, mas muito pouco sobre como isso realmente será feito”, comenta Emanuele Grimaldi, presidente do ICS.
“Descarbonizar o transporte marítimo e descarbonizar o mundo são dois lados da mesma moeda. Nossa conferência ‘Moldando o futuro do transporte marítimo’ em Glasgow demonstrou que todas as partes interessadas no cenário de energia do mundo precisam trabalhar juntas para descarbonizar, e estou muito feliz em ver isso refletido neste anúncio no Egito hoje”.