Países emergentes devem gerar mais de US$ 100 bilhões em títulos verdes até 2023

IFC espera que o mercado de ou títulos verdes em países emergentes movimente mais de US$ 100 bilhões nos próximos três anos

Países emergentes devem gerar mais de US$ 100 bilhões em títulos verdes até 2023
RIO — O International Finance Corporation (IFC), braço investimentos do Banco Mundial, espera que o mercado de green bonds, ou títulos verdes, em países emergentes movimente mais de US$ 100 bilhões nos próximos três anos. Além disso, até 2030 as oportunidades de investimento neste mercado podem gerar mais de US$ 10 trilhões e criar mais de 200 milhões de empregos.

A estimativa, feita em conjunto com o Amundi, maior fundo de investimentos da Europa – com mais de € 1,7 trilhões em ativos -, está no relatório Emerging Market (EM) Green Bond Report 2020 (.pdf), publicado nesta segunda-feira (19).

Pierre Lacombe, diretor de mercado global da IFC, afirma que o desenvolvimento desse mercado em países emergentes depende de políticas financeiras sustentáveis ​​e estruturas regulatórias apropriadas, que estimulem fluxos de capital para projetos nessas regiões.

“O apetite robusto do investidor e ambientes de políticas cada vez mais favoráveis ​​continuarão a apoiar o crescimento dos mercados de títulos verdes em mercados emergentes. Isso agora é extremamente importante, com investimentos para o desenvolvimento sustentável”, acredita Lacombe.

O governo brasileiro, por meio dos Ministérios de Infraestrutura e Agricultura, vem trabalhando junto ao Climate Bonds Initiative (CBI) para categorizar projetos ferroviários e de agricultura de baixo carbono como aptos para emissão de green bonds. Recentemente, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES), Gustavo Montezano, também destacou o potencial do país para liderar o mercado global de finanças verdes.

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Resultados de 2020

Mesmo com a pandemia de covid-19, o mercado global de títulos verdes somou US$ 280 bilhões no ano passado, atingindo a marca de US$ 1 trilhão em emissões cumulativas desde 2007.

Nos mercados emergente, foram 174 operações totalizando US$ 40 bilhões em emissões.

A China se manteve como maior emissor, mesmo caindo de US$ 30 bilhões, nos anos anteriores, para US$ 18 bilhões, devido à pandemia. Mais da metade das emissões da China ocorreu no segundo semestre, sinalizando uma recuperação no mercado de green bonds.

Fora da China, a emissão de títulos verdes em mercados emergentes aumentou 21% em 2020, chegando a US$ 22 bilhões. O Brasil ficou atrás do Chile com US$ 1,9 bi frente a US$ 3,8 bi do país vizinho, e de países como República Checa (US$ 2,5 bi) e Hungria (US$ 2,1 bi).

“A recuperação pós-pandemia está definida para fornecer oportunidades significativas para projetos verdes e relacionados à sustentabilidade, incluindo energia renovável, infraestrutura urbana verde e agricultura inteligente para o clima”, afirma Yerlan Syzdykov, da Amundi.

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