Biocombustíveis

Orizon negocia injeção de biometano na rede da Comgás em São Paulo

Biometano suprirá demanda da indústria química de Paulínia

Biometano suprirá demanda da industria química de Paulínia. Na imagem: Vista aérea do centro de tratamento de resíduos da Orizon em Nova Iguaçu, na baixada fluminense (Foto: Divulgação)
Investimento envolve construção pela Comgás de uma extensão até aterro da Orizon (Foto: Divulgação Orizon)

A Orizon Valorização de Resíduos está negociando com a Comgás o fornecimento de biometano para injeção na malha da distribuidora e suprimento da demanda do polo industrial de Paulínia, no interior de São Paulo.

“Em Paulínia, estamos avançando com a Comgás para construção do gasoduto que deve ficar pronto até agosto do ano que vem, para que a gente consiga distribuir essa molécula renovável a partir do gasoduto”, afirmou o diretor de engenharia e implantação da Orizon, Jorge Elias, em entrevista à agência epbr.

O investimento envolve a construção pela Comgás de uma extensão do ramal de distribuição até o aterro sanitário da Orizon.

“São tecnologias um pouco mais caras, mas dependendo do ponto de injeção, o ideal é isso que a gente está buscando, é conseguir a malha do gasoduto”, diz Elias.

Dez ecoparques projetados

O aterro sanitário de Paulínia é um dos “ecoparques” que a Orizon começará a operar depois da aquisição, por R$ 840 milhões, da Estre, no mês passado.

A Orizon é uma empresa gestora de aterros sanitários e geradora de biogás e eletricidade a partir de resíduos.

Além de Paulínia, estão incluídos na aquisição os aterros de Itapevi (SP), Tremembé (SP), Maceió e Rosário do Catete (SE). Com isso, serão 10 ecoparques no total.

Alternativas para comercialização

Além da comercialização por gasodutos, também estão sendo estudadas alternativas como GNL (liquefação) ou GNC (gás comprimido).

“Se temos um ecoparque que está muito próximo à malha de distribuição de uma determinada empresa distribuidora de gás, a minha preferência é por conseguir entrar no mercado como fornecedor livre de molécula e fazer o fornecimento para uma indústria conectada no gasoduto”, disse Elias.

Segundo o diretor, as indústrias de alimento e química são as maiores demandantes de biogás, além de algumas empresas do setor de transportes.

“Está tendo uma demanda enorme pela molécula renovável. Tem muito pouca no mercado, são poucas plantas de biometano já instaladas e a intenção de consumo é enorme (…) Todas as empresas estão preocupadas com a pegada de carbono delas e buscando alcançar suas metas de neutralidade”.

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