RIO — A Orizon Valorização de Resíduos, por meio de sua subsidiária Orizon Meio Ambiente, comprou uma participação de 51% no CTR Porto Velho, localizado em Porto Velho (RO). A aquisição do centro de tratamento de resíduos marca a entrada da companhia na Região Norte.
O valor da operação não foi divulgado. Em comunicado ao mercado, nesta quarta (18/1), a Orizon destacou que Porto Velho é, hoje, uma das últimas capitais do Brasil sem solução adequada para o lixo e que a expectativa é, ao longo da vida do ativo, implementar a “exploração de biogás, créditos de carbono, energia elétrica, biometano, recuperação de recicláveis, dentre outras atividades”.
Controlada pela Inovatec Participações, a Orizon estreou em 2022 na produção de biometano e tem um plano de expansão que pode ampliar de 700 mil a 900 mil m3/dia a oferta de gás renovável ao mercado até o fim de 2025.
O pontapé da empresa no mercado de biometano aconteceu num aterro em Paulínia (SP), que produz cerca de 70 mil m3/dia.
O biometano é usado na térmica Paulínia Verde (15,7 MW), contratada no leilão emergencial de 2021. É uma joint venture entre a Mercurio Partners, Grupo Gera e Orizon.
O plano da Orizon é vender biometano para clientes industriais e distribuidoras a partir de 2024. De Paulínia, espera ofertar entre 180 mil e 200 mil m3/dia.
O aterro já está conectado à malha da Comgás, mas o início da comercialização ainda depende da construção de um ponto de entrega à rede de distribuição da concessionária.
O primeiro ciclo de expansão da companhia foi baseado na geração elétrica à biogás, mas o foco agora é o biometano.
A Orizon aposta em contratos indexados a indicadores nacionais, como inflação — o que tem aumentado a competitividade do produto frente ao gás natural de origem fóssil.
A intenção da companhia, no entanto, não é competir com o gás de origem fóssil, e sim vender o combustível renovável com prêmio, dado o seu atributo ambiental.