CINGAPURA — As empresas listadas em bolsa devem exceder seu orçamento de carbono — o limite de emissões de CO2 para evitar o aumento da temperatura global a 1,5 °Celsius — já em outubro de 2026, de acordo com nova pesquisa publicada nesta segunda-feira (15/5).
A nova data de vencimento antecipa em dois meses a estimativa feita em outubro do ano passado, embora o número de empresas globais que se comprometem a combater a mudança climática tenha aumentado 8 pontos percentuais para 44% no período, disse o provedor de dados de investimento MSCI em seu último relatório Rastreador Net-Zero (Net-Tracker).
Apenas 17% das empresas listadas estabeleceram metas ambiciosas o suficiente para alinhar as emissões com a meta de 1,5°C estabelecida no Acordo de Paris de 2015, um aumento de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado.
O rastreador revelou “uma lacuna significativa” entre as promessas climáticas das empresas listadas e suas emissões reais, disse Sylvain Vanston, diretor executivo de Pesquisa de Investimento em Mudanças Climáticas da MSCI.
“Empresas públicas e privadas e investidores devem agir com urgência, pois este relatório mostra claramente que o tempo está se esgotando e não estamos no caminho certo para limitar o aquecimento global a 1,5 °C”, disse Vanston.
Apesar das novas promessas, espera-se que as empresas públicas emitam 11,2 gigatoneladas de emissões diretas de gases de efeito estufa na atmosfera este ano, o mesmo que em 2022, colocando-as no caminho para aquecer o planeta em 2,7 graus até o final do século, disse o relatório.
Espera-se que a mudança climática se torne significativamente mais extrema se as temperaturas subirem mais de 1,5°C acima dos níveis industriais até o final deste século. As temperaturas médias globais em 2022 foram 1,15°C acima da média de 1850-1900, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.
(Reportagem de David Stanway; Edição de Sonali Paul)
Traduzido do inglês pela agência epbr