Offshore

Operadores independentes cobram segurança jurídica para o setor de óleo e gás

Mudanças no ambiente regulatório, como imposto de exportação e preço de referência, influenciam diretamente as operadoras independentes no Brasil, explica Fabrício Zaluski

Operadores independentes cobram segurança jurídica para o setor de óleo e gás. Na imagem: Fabrício Zaluski, diretor jurídico da Trident Energy, participa da offshore week 2023, do estúdio epbr
Fabrício Zaluski, diretor jurídico da Trident Energy, participa da offshore week 2023, do estúdio epbr

BRASÍLIA – A offshore week 2023 desta quinta (29/6) debateu as perspectivas das operadoras independentes dos campos de petróleo e gás diante das mudanças regulatórias no país.

A insegurança jurídica é uma das barreiras encontradas pela indústria de óleo e gás, impedindo o desenvolvimento de novos projetos no setor, afirmou o diretor jurídico da Trident Energy, Fabrício Zaluski, durante a offshore week 2023, nesta quinta (29/6). 

Segundo Zaluski, o cenário atual de mudanças no ambiente regulatório com o imposto de exportação e a questão do preço de referência, por exemplo, influenciam diretamente as operadoras independentes no Brasil.

“Nós temos presenciado diversos movimentos com o imposto de exportação, a questão do preço de referência, que vem sendo discutido no âmbito da ANP, e a garantia de descomissionamento […] São alterações imediatas que têm sido implementadas e [estão] afetando a segurança jurídica das indústrias”, disse.

“Precisamos de financiamento. Todas essas questões que criam incertezas no ambiente regulatório dificultam a atração de capital para projetos”, completou.

Ações regulatórias que sejam atrativas para garantir mais investimentos ao setor é o que defende também o gerente regulatório e institucional da BW Energy, Alex Almeida.

“A busca por eficiência é o norte dos independentes. Estamos inseridos nessa indústria e precisamos de segurança para atrair investimentos, de ações regulatórias que tenham atratividade”, declarou.

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Taxação de petróleo e gás

Foi sancionado recentemente o novo marco legal para preços de transferência (MP 1152). De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida vai corrigir as alterações de mercado causadas pelos grandes exportadores de petróleo.

Haddad é crítico às práticas que levam petroleiras a pagarem menos impostos na exportação de óleo. Segundo ele, as empresas se aproveitam de “distorções tributárias” e “mandam para fora os seus lucros”.

O ministro também acredita que a reoneração parcial dos combustíveis, prevista na MP 1163, com os quatro meses de impostos sobre exportações de óleo, foram medidas “imprescindíveis” para manter a trajetória fiscal este ano.

Já na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a discussão gira em torno dos preços de referência de petróleo e de gás natural. O valor serve de base para a cobrança de participações governamentais, como royalties e outras variáveis.