OPEP e Rússia pressionam por corte de produção nos EUA; Trump ameaça retaliar, com medias protecionistas

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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Arábia Saudita e Rússia tentam atrair os produtores americanos para a negociação de cortes de produção de petróleo, reflexo das motivações da guerra de preços iniciada em março: enquanto o grupo OPEP+, com os russos, assinava acordos para controlar a oferta, produtores nos EUA levavam o país a se tornar exportador líquido de óleo.

— O fórum de discussão com os EUA poderá ser o G20, que se reúne para tratar do combate à pandemia, novamente, na sexta (10), enquanto o presidente Donald Trump demonstra resistências para uma negociação direta com membros do OPEP+, afirmaram diplomatas à Bloomberg.

— O ministro iraquiano Thamir Ghadhban reforçou que um novo pacto global para conter a sobreoferta de óleo deve ser sustentado por EUA, Canadá e Noruega. Iraque é o segundo maior produtor da OPEP. Platts Oil.

— Trump, por sua vez, ameaça retaliar com o fechamento do mercado americano. O Canadá estuda a mesma estratégia, mas a Noruega considera participar de um esforço internacional amplo para reequilibrar o mercado de petróleo. FT

— “Se eu precisar impor taxas sobre o petróleo vindo de fora ou se eu tiver que fazer algo para proteger dezenas de milhares de trabalhadores da [indústria de] energia e nossas grandes empresas, que produzem todos esses empregos, farei o que for preciso”, afirmou o presidente americano, no sábado (4).

— Um obstáculo são as leis contra práticas anticoncorrenciais vigentes nos países ocidentais. “Para os Estados Unidos, a legislação antitruste impede uma colaboração entre produtores para ajustar o suprimento e afetar o mercado”, afirmou o vice-presidente da IHS Markit, Carlos Pascual, ao Valor.

— A consultoria antevê uma queda na produção americana de 2,9 milhões de barris/dia em 2020, por efeito da crise que combina os efeitos da pandemia na demanda e o racha no acordo para cortes de produção.

— Nesta segunda (6), o CEO do fundo soberano russo (RDIF), Kirill Dmitriev afirmou que um novo acordo “está muito, muito próximo”, desde que os produtores americanos participem.

— “Acredito que [é papel] de Rússia, Arábia Saudita, EUA, de outros países, que precisam intervir para estabilizar os mercados e trazer estabilidade ao mundo, que está prestes a ver, provavelmente, a maior recessão de todos os tempos”, afirmou Dmitriev.

— Semana passada os preços dispararam após Trump anunciar um acordo para corte de 10 milhões de barris/dia. O OPEP+ promete se reunir na quinta (9), após adiamento da primeira reunião marcada na semana passada.

Os futuros do Brent são negociados nesta segunda (6) acima de US$ 30, mas em queda de cerca de 3%. Preços dos contratos com vencimento em junho variam de US$ 34,24 a US$ 30,03 por barril.

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José Mauro Ferreira foi nomeado nesta segunda (6) secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), substituindo Renata Isfer, que permanecerá no ministério.

— José Mauro liderava a diretoria de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética. epbr

A produção brasileira de petróleo caiu 6,2% em fevereiro, para 2,972 milhões de barris por dia de petróleo. No caso do gás natural, a queda no mês foi de 7,1%, para 129 milhões de m³ por dia.

— Volumes anteriores ao anúncio de cortes de produção da Petrobras, primeiro de 100 mil barris/dia em março e depois de 200 mil barris/dia, sem prazo definido.

— De acordo com a ANP, recuo de fevereiro está relacionada a “paradas programadas e outras necessárias para a mitigação de riscos de segurança operacional em algumas instalações”.

— Resultado do mês, inclusive, foi maior que o previsto, diz a agência, graças ao fim antecipado de manutenções programadas em um unidade e postergação dos serviços em outra. ANP

Os preços da gasolina comum recuaram pela 10ª semana consecutiva, custando R$ 4,298 por litro (-2,32%), na média nacional, segundo levantamento da ANP para a semana encerrada em 4 de abril. EM quatro semanas, desvalorização é de 5,14%.

— O litro do etanol hidratado recuou 3,19% na semana, para R$ 3,039, permanecendo pela 11ª semana seguida com valor acima de 70% do preço da gasolina comum, na média nacional. O preço do biocombustível recuou 6,46% em quatro semanas.

— O litro do diesel 500 custou R$ 3,437 na semana encerrada em 4 de abril, recuo de 1,58% e de 6,12% no acumulado de quatro semanas. ANP

O impacto da desaceleração na demanda por energia, mas também no suprimento, com a pressão sobre o balanço das petroleiras, pode postergar medidas de abertura do mercado brasileiro de gás natural, publica o Valor.

— Os riscos estão no adiamento de projetos do pré-sal (escoamento de gás natural novo para o mercado doméstico) e da entrada de novos agentes na importação da Bolívia (a chamada pública de 10 milhões de m³/dia do Gasbol está suspensa).

— Mas há oportunidade no GNL, que tem um cenário de redução de preços e ampliação da capacidade brasileira de regaseificação não-Petrobras – no curto prazo, a operação do terminal do Porto de Sergipe e o arrendamento da unidade da Petrobras, na Bahia.

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