Gás Natural

O que o contrato de processamento de gás com a Petrobras significa para a 3R Petroleum

Petroleira independente assinou contrato para acessar a infraestrutura de processamento de Cacimbas

O que o contrato de processamento de gás com a Petrobras significa para a 3R Petroleum. Na imagem: Dois trabalhadores em planta da 3R Petroleum. Vestem macacão verde escuro com sinalizações de segurança e logo escrito "3R Petroleum", com destaque, nas costas. Usam capacete branco. Um deles aponta para as instalações com o braço esquerdo estendido (Foto: Divulgação)
Trabalhadores em planta da 3R Petroleum (Foto: Divulgação)

RIO – A 3R Petroleum assinou contrato com a Petrobras, para acesso à Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas (UTGC), em Linhares (ES).

O compartilhamento da infraestrutura, que começou a valer a partir de terça-feira (4/7), marca um novo momento na estratégia de comercialização de gás natural da petroleira independente.

Com o acesso à UTGC, a 3R Petroleum passa a ter condições de vender o gás do campo de Peroá, na Bacia do Espírito Santo, diretamente no mercado.

Até então, todo o volume produzido pela companhia no ativo era vendido para a Petrobras, antiga operadora de Peroá e dona da UTGC.

3R aposta em gás flexível

A petroleira independente  quer diversificar a sua base de clientes e aposta na flexibilidade da produção de gás do campo capixaba como um atrativo.

Em maio, em entrevista ao estúdio epbr, o diretor Comercial e Corporativo da companhia, Rachid Felix, explicou a estratégia da 3R para o gás de Peroá.

“[O gás de Peroá] não está associado à produção de petróleo. Podemos variar volumes. Isso é uma característica que tem valor no mercado”, afirmou.

Felix conta que a empresa mira oportunidades no mercado livre, onde a 3R já tem praticado venda de excedentes de produção em contratos spot.

Assista na íntegra a entrevista de Rachid Felix ao estúdio epbr no Seminário de Gás Natural do IBP 2023:

Peroá pode produzir, hoje, entre 600 mil e 650 mil m3/dia, a depender da demanda. No futuro, o projeto de conexão da descoberta de Malombe tem potencial de atingir, no pico, 2,5 milhões de m3/dia de gás.

No Nordeste, 3R é dona de infraestrutura

A celebração de contratos para acesso à infraestrutura de processamento da Petrobras não é uma novidade para a 3R. A companhia tem acordos do tipo em Catu (BA).

Desde junho, porém, a situação da petroleira é diferente no Rio Grande do Norte. A empresa concluiu no mês passado a aquisição do Polo Potiguar, da Petrobras – um negócio que traz um novo dinamismo para a Bacia Potiguar, que se torna, agora, uma região produtora com predomínio de agentes privados, tanto na produção quanto nas atividades de refino de óleo e processamento de gás.

A 3R passou a operar, junto com os campos de óleo e gás que compõem o polo, o Ativo Industrial de Guamaré – que compreende as unidades de processamento de gás natural (UPGNs), a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré, um TUP (terminal de uso privado).

Com isso, a petroleira independente  passou a ser prestadora de serviços de processamento para terceiros. As UPGNs, vale lembrar, são infraestruturas reguladas, com regras de acesso e serviços para terceiros previstas em lei.

Um dos candidatos naturais a contratar os serviços é a PetroReconcavo, outro importante produtor da região.

“Vamos ter a possibilidade de negociar com um player independente, de métricas muito similares às nossas, as condições ou para acessar o terminal de Guamaré ou para vender nosso petróleo [para Clara Camarão]. Aí passamos a ter um racional de comercialização mais atrelado ao valor do nosso petróleo no mercado mundial”, explicou o diretor comercial da companhia, João Vitor Moreira, em maio. Veja na íntegra, no estúdio epbr