O governo Donald Trump começa pelas cidades de Annapolis (Maryland) e Jackson (Mississippi) no próximo dia 16 a série de 23 audiências públicas que vão discutir o Programa Nacional de Leasing para Áreas de Petróleo e Gás 2019/2024 nos EUA. A minuta do planejamento foi lançada na última semana pelo secretário de Interior Ryan Zinke e prevê o maior número de leilões já realizados desde a criação dos programas quinquenais nos EUA.
O planejamento prevê a realização de 47 leilões de blocos exploratórios entre 2019 e 2022, sendo 19 leilões somente com áreas no Alasca. Outros sete leilões estão previstos no Pacífico, 12 no Golfo do México e nove na região do Atlântico.
A ampliação do programa e a retirada de áreas de moratória ambiental estabelecida pelo ex-presidente Barack Obama está sendo sustentada com o apoio de 155 paramentares – deputados e senadores – que enviaram no último ano carta para Ryan Zinke pedindo ampliação das atividades.
“O desenvolvimento responsável dos nossos recursos energéticos na plataforma continental de forma segura e bem regulamentada é importante para a nossa economia e segurança energética, e fornece bilhões de dólares para financiar a conservação de nossas costas, áreas públicas e parques”, disse Zinke. “O anúncio de hoje apresenta as opções que estão na mesa e inicia um longo e robusto período de audiências públicas. Assim como com a mineração, nem todas as áreas são apropriadas para perfuração offshore, e vamos levar isso em consideração nas próximas semanas”.
Abaixo, um panorama do que está sendo proposto no novo planejamento nos EUA
Golfo do México
Novo planejamento propõe 12 leilões no Golfo do México, sendo dez vendas bianuais nas áreas Oeste e Central, que não estão na moratória do Congresso Nacional. Há também o planejamento de leilões nas áreas Central e Leste do Golfo, que hoje estão em moratória e devem ser licitadas após o vencimento da moratória em 2022. É a primeira vez que a parte leste do Golfo do México está em um leilão deste 1988.
Alasca
São planejados 19 leilões de áreas no Alasca, sendo três em Chukchi Sea, três em Beaufort Sea, dois em Cook Inlet e um leilão em 11 outras áreas: Gulf of Alaska, Kodiak, Shumagin, Aleutian Arc, St. George Basin, Bowers Basin, Aleutian Basin, Navarin Basin, St. Matthew-Hall, Norton Basin, and Hope Basin. Nenhum leilão é proposto na bacia North Aleutian, que está em moratória presidencial desde dezembro de 2014.
Pacífico:
O planejamento atual propõe sete leilões na região do Oceano Pacífico, sendo dois para o Norte, Sul e Centro da Califórnia, e um para a região de Washigton/Oregon. Não há leilões na região do Pacífico, que tem hoje 43 áreas concedidas no Sul da Califórnia, desde 1984.
Atlântico
A administração Trump propõe nove leilões de áreas exploratórias na região do Oceano Atlântico, sendo três leilões para as regiões do Atlântico Médio e Sul, dois para a região Norte e um para o Estreito da Flórida. Desde 1983 não existem leilões nessas áreas.
Resistência
O planejamento está enfrentando resistência por parte da sociedade americana, sobretudo por conta da indicação de leilões para áreas no Alasca. O cineasta Michel Moore chegou a afirmar que vai propor a perfuração de poços de petróleo em Mar-a-Lago, região na Flórida onde Donald Trump possui um resort.
Alguns movimentos da sociedade civil se organizam para tentar impedir também a perfuração de poços na Califórnia. Parlamentares do estado também trabalham em uma legislação para tentar proibir a perfuração de poços no estado.
Trump’s extreme offshore drilling plan risks the coastlines of every state from Maine to Florida!
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— NRDC 🌎🏡 (@NRDC) January 7, 2018