Energia

O diferencial da gestão de performance em ativos eólicos

Adoção da metodologia da manutenção preditiva monitora e antecipa falhas e aumenta a disponibilidade das usinas eólicas, avalia Thiago Tomazzoli

O diferencial da gestão de performance em ativos eólicos, em um artigo de Thiago Tomazzoli [na imagem], VP de Operações Estratégicas da Statkraft
Thiago Tomazzoli, VP de Operações Estratégicas da Statkraft (Foto: Divulgação)

Atingir a excelência da performance de forma sustentável é um dos principais desafios encontrados atualmente na gestão das usinas eólicas no Brasil.

O equilíbrio entre os pilares do que é considerado ideal é muito importante para profissionais especialistas em Operação e Manutenção e das principais empresas do setor e, por isso, vem sendo abordado com frequência ao longo de todo o ano de 2023, nas participações da Statkraft em eventos da área.

Otimizar custos e maximizar a geração são grandes desafios para a maioria das empresas, que consideram essas premissas em seus direcionamentos estratégicos. Tomar decisões acertadas equilibrando custo e geração sem deixar de gerenciar os riscos é o primeiro passo para a busca da excelência em performance.

Na Statkraft, pioneira nesse modelo de gestão, cada parque eólico é analisado separadamente e, a partir dessa avaliação, define-se se a gestão será na modalidade in house, feito pela empresa responsável pelo ativo, ou por Full Service Agreement (FSA) – muito conhecido no setor eólico, no qual o gerenciamento é feito, normalmente, pelos fabricantes dos aerogeradores.

De todos os nossos parques eólicos em operação, este último modelo se aplica em um deles apenas, e o know how adquirido com a chamada “primarização” (operação in house) dos demais parques, bem como a flexibilização para atuar em ambas as modalidades, é um grande diferencial para o mercado, uma vez que a decisão de qual o melhor caminho a ser seguido é analisada individualmente pela equipe de O&M, adaptando-se a cada cenário com o objetivo de maximizar o valor dos nossos ativos.

Entendendo a necessidade de flexibilidade das circunstâncias, atuamos para estarmos sempre inovando e seguindo na direção para onde o mercado caminha. A Statkraft tem atuação em mais de 21 países, e usamos essa sinergia para trazer as melhores práticas de como importantes players operam.

Os Estados Unidos, por exemplo, possuem 30% das frotas operadas por donos de ativos ou por empresas terceiras em multi-branding. Para nós, o país serve como indicativo de como o Brasil estará no período de 5 a 10 anos. Com o objetivo de sempre antecipar tendências, já absorvemos esse movimento no nosso negócio.

De acordo com essa estratégia, a adoção da metodologia da manutenção preditiva, que usa o monitoramento para antecipar falhas e aumentar a disponibilidade das usinas, torna-se um diferencial. O uso desse método permitiu que uma das usinas apresentasse um aumento de 28,1% de sua geração em um período de três anos.

Para atingir índices assim, a companhia investiu na montagem do Centro de Excelência em Performance (CEP), que faz a análise de condição de cada ativo, através do alinhamento de processos entre os times de Planejamento da Manutenção, Engenharia e execução e O&M, com o desenvolvimento de algoritmo de machine learning, análises técnicas.

O objetivo é buscar oportunidades de extensão de vida útil dos parques, criando um ambiente de inovação baseado em nuvem para análise de dados operacionais. Com isso, nossa equipe tem o poder de antecipar ou postergar uma atividade, transformando estatística e dados em uma informação crucial para a tomada de decisão.

Usar a maximização da receita e o controle de custos na gestão dos ativos como uma filosofia estratégica de atuação, possibilita que a empresa se torne cada vez mais sólida, buscando atingir os interesses dos acionistas, de forma consistente e sustentável, na missão por um futuro com emissões de carbono neutras.

Thiago Tomazzoli é VP de Operações Estratégicas da Statkraft.