O Brasil de olho no diesel russo e a situação do abastecimento

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Editada por André Ramalho
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Você vai ver aqui: Governo articula aproximação de empresas brasileiras e russas, de olho em oportunidades de importação de diesel barato. Ministério de Minas e Energia diz que mercado nacional está abastecido até o fim do ano, enquanto a ANP anda preocupada com queda dos estoques. Grandes empresas do setor reagem contra proposta da agência para aumentar estocagem de diesel. Aneel reduz tarifa de 10 distribuidoras de energia. E mais. Confira:

Governo corre atrás de diesel russo Diante do risco de desabastecimento, o governo promoveu duas reuniões, nas últimas semanas, entre pelo menos três exportadoras russas de diesel e distribuidoras de combustíveis do Brasil. Os encontros contaram com a participação do embaixador da Rússia, Alexey Kazimirovitch Labetskiy. Reuters.

— “Temos que ter certeza que teremos diesel suficiente para o agronegócio brasileiro e, claro, para os motoristas brasileiros. É por isso que estamos procurando fornecedores de diesel seguros e muito confiáveis, e a Rússia é um deles”, afirmou, na terça-feira (12/7), o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. O Globo

— No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada que a importação de diesel russo “está quase certa”.

— A empresa Uptime Trading e Distribuição afirmou que foi autorizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a importar diesel e que já tem contrato firmado para compra de 25 mil toneladas mensais, por um ano, com uma refinaria russa. Segundo a trading, falta apenas apresentar as garantias para finalizar o negócio — o que deve acontecer em até 20 dias. CNN

— A Rússia é alvo de sanções econômicas dos EUA e da União Europeia por causa da guerra da Ucrânia — o que vem barateando o petróleo e os combustíveis produzidos pelo país, que vê seus mercados estrangulados. A compra de diesel russo pode, por isso mesmo, gerar retaliações comerciais das grandes potências ocidentais, segundo especialistas. O Globo

— Carlos França defendeu, contudo, que a Rússia é um “parceiro estratégico” — ao lembrar ainda que o Brasil consome fertilizantes russos e integra, ao lado dos russos, o BRICS.

— A ANP está preocupada com a queda dos estoques nas últimas semanas e declarou situação de sobreaviso no abastecimento do mercado doméstico.

Brasil, porém, está abastecido até o fim do ano, diz MME O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que o país tem diesel suficiente para garantir o abastecimento por 50 dias, sem necessidade de importação, no caso de uma grande crise global no suprimento. Ao participar de reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, na terça-feira (12/7), o ministro afirmou ainda que o país está “bem posicionado” e abastecido até o fim do ano, mas que o governo segue monitorando a situação. CNN

— Ao mesmo tempo, a ANP quer obrigar as grandes empresas do setor de combustíveis a aumentar os estoques, entre setembro e novembro. No mesmo dia em que o ministro discursava no Senado, o órgão regulador debatia a proposta em audiência pública.

— O plano da ANP despertou insatisfação entre as empresas do setor. Petrobras, Acelen (Refinaria de Mataripe), Vibra, Raízen e Ipiranga reagiram contra a proposta que as obriga a aumentar os estoques de diesel S10 e veem risco de aumento dos preços com a medida.

— A proposta da ANP obriga produtores e distribuidores com participação de mercado superior a 8% a manter o equivalente a nove dias de estoques por semana. Na prática, a agência quer recuperar os níveis de estoque de maio (1,650 milhão de m³).

— A possibilidade de desabastecimento de diesel foi levantada pela Petrobras naquele mês, devido a paradas de manutenção previstas em suas refinarias para o segundo semestre e à escassez do produto no mercado internacional, por causa da guerra da Ucrânia.

— Em nota emitida nesta quarta, a ANP afirmou que, no momento, o abastecimento dos combustíveis, no país, “ocorre com regularidade” e que seu objetivo é atuar de forma preventiva.

Guedes diz que “reajustes frenéticos” da Petrobras são “imprudentes”… O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a vinculação dos preços da companhia ao preço de paridade de importação (PPI) foi importante para acelerar a recuperação econômica da Petrobras. Mas que é um “extremo” impor reajustes “a cada 15 dias, 7 dias”. O outro “extremo”, segundo ele, é “sentar em cima dos preços”. Valor

… E teme que Petrobras “quebre” de novo Sem se referir nominalmente a Lula (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, Guedes afirmou que decisões governamentais podem levar a empresa a “quebrar” novamente. E defendeu a privatização da petroleira. “Eu prefiro solução da privatização e distribuição dos recursos aos mais frágeis brasileiros, com um fundo de erradicação da pobreza.” Estadão

Petróleo respira após tombo O barril do tipo Brent era negociado a US$ 100,06 — uma tímida valorização de 0,57% — às 7h35 desta quarta (13/7). Ontem, a commodity despencou 7,1%, para US$ 99,49 por barril, por causa de novos temores em relação à demanda, sobretudo diante da desaceleração econômica global e possíveis lockdowns na China. Valor

Governo pede crédito suplementar para o Rota 3 O governo encaminhou projeto de lei ao Congresso pedindo crédito suplementar, de R$ 379,7 milhões, em favor da Petrobras. Trata-se apenas de um ajuste, sem desembolso da União, para cobrir aditivos contratuais para a implantação da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Polo GasLub (RJ). Valor

— As obras da UPGN foram paralisadas pela disputa judicial sobre valores entre a Petrobras e a SPE Kerui-Método, responsável pela construção. Com isso, a estatal está revendo o cronograma da operação do Rota 3, previsto para este semestre.

Rio Grande do Norte tem nova Lei do Gás A lei nº 11.190/2022, sancionada na semana passada, trata da exploração dos serviços locais de gás canalizado e traça algumas regras para a abertura do mercado livre potiguar. Confira, ponto a ponto, o resumo da lei.

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