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Novos diretores vão assumir áreas vitais e com desafios além da Petrobras

Executivos serão responsáveis pelo relacionamento com investidores e pela produção de óleo e gás, principal negócio da companhia

Novos diretores Financeiro, de E&P, e de Engenharia vão assumir áreas essenciais e com desafios que vão além da Petrobras. Na imagem: Magda Chambriard, nova presidente da Petrobras, assumiu o cargo em 24 de maio de 2024 (Foto: Roberto Farias/Agência Petrobras)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assumiu o comando da empresa em 24 de maio de 2024 (Foto: Roberto Farias/Agência)Petrobras

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  • Repercussões das mudanças na Petrobras
  • Greve do Ibama e mobilização das agências
  • Impacto da política europeia no Brasil
  • MP da Amazonas Energia é contestada

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As trocas na diretoria da Petrobras levaram a uma queda no preço das ações, que recuaram cerca de 4% na semana passada, na contramão dos preços do petróleo, em alta. Na sexta (14/6), foi anunciado o novo diretor financeiro, Fernando Melgarejo, atual executivo da Previ. O novo CFO será responsável pelo relacionamento com investidores.

– Analistas de mercado atribuíram a apreensão do mercado à falta de conhecimento sobre o novo executivo. Há as apreensões de sempre com Petrobras, mudanças que levam a uma maior influência política, em prejuízo da rentabilidade da companhia. Mas são executivos com longa experiência (CNNInfomoney).

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, escolheu duas executivas da casa para as áreas de E&P, Sylvia dos Anjos, e Engenharia, Renata Baruzzi. Serão responsáveis pelo principal negócio da companhia, a produção de óleo e gás.

– As indicações ainda precisam passar por ritos internos de governança antes de tomar posse. Não foram feitas mudanças na área de downstream, que chegaram a ser especuladas após a demissão de Jean Paul Prates. O diretor de governança, Mário Spinelli, tem mandato e o cargo possui salvaguardas adicionais, como a necessidade de votos de conselheiros minoritários.

Além dos resultados financeiros, Chambriard e seus novos diretores assumem em um momento desafiador para o setor de petróleo no Brasil.

– A executiva tem defendido que a exploração de petróleo na Margem Equatorial seja levada para discussão no CNPE. A companhia aguarda há mais de um ano uma resposta do Ibama sobre a licença na Foz do Amazonas.

– Na engenharia, promete perseguir o desenvolvimento do mercado local, estratégia que não mudou na gestão passada. Também terá que lidar com as pressões sobre os preços dos combustíveis, congelados este ano.

O setor de energia também enfrenta uma crise no serviço público. O Ibama pode parar em breve. E os servidores de agências reguladoras federais ampliaram a mobilização pela valorização das carreiras.

Na semana passada, servidores de pelo menos 15 estados aderiram ao indicativo de greve geral dos órgãos do meio ambiente, o que inclui o Ibama, ICMBio e Serviço Floresta. A paralisação, inicialmente, está marcada para começar na próxima segunda (24/6). Em alguns estados, os servidores votaram pelo indicativo de greve geral em 1º de junho.

– As equipes dos Rio, responsáveis pelo licenciamento de projetos offshore, calculam que o atraso na curva de óleo pode levar a perdas de arrecadação da ordem de R$ 1 bi por mês. A Petrobras e grandes empresas, com a Equinor, já têm sentido os efeitos da operação padrão do órgão ambiental, que está mobilizado desde o ano passado.

Na ANP, o mercado de combustíveis teme atrasos em licenças de importações, necessárias para o abastecimento de combustíveis. A Abicom (importadores) e o IBP (petroleiras e distribuidoras) pediram que o governo dialogue com a categoria. A diretoria da agência retirou os processos de pauta na semana passada, em solidariedade aos servidores.

À espera do Congresso Nacional. Com a proximidade do recesso legislativo, mercado e governo aguardam definições dos projetos da ‘pauta verde’, marcos que envolvem energia e infraestrutura, com a promessa de mobilizar bilhões em investimentos no país.

Para o Combustível do Futuro, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB) adiou a entrega do relatório, previsto para a semana passada. É o texto que discute as novas políticas do biodiesel, diesel verde (e o coprocessamento feito pela Petrobras), além do biometano, etanol e medidas para o setor automotivo.

– Caberá ao Senado – e depois novamente à Câmara dos Deputados – decidir se afinal o coprocessamento terá espaço no mandato do diesel verde, como defende a Petrobras e diversos agentes do mercado de combustível; e qual será a política para o gás natural.

– No capítulo do biometano, uma emenda com apoio de produtores e consumidores de gás natural altera profundamente a proposta, permitindo medidas alternativas de descarbonização da cadeia.

Hidrogênio. O Senado Federal também pode definir esta semana o marco do hidrogênio, sem um acordo plenamente fechado com o governo federal. Parecer mais recente mantém expandir as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e amplia incentivos em R$ 5 bi.

Lá fora, o cenário político europeu pode ter repercussões significativas nas metas climáticas da União Europeia (UE) e gera uma preocupação global, inclusive no Brasil.

– O bloco será mais representado por grupos políticos críticos ao financiamento externo de cadeias industriais ligadas à transição e se apoiam em queixas de consumidores sobre os custos das políticas para o clima.

MME defende MP da Amazonas Energia. Segundo a pasta, a caducidade da concessão da distribuidora de energia levaria a uma indenização da ordem de R$ 2,7 bi, a ser paga pelos cofres da União.

– Medida provisória editada na semana passada abre caminho para venda da empresa deficitária, e pode favorecer a Âmbar, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que comprou térmicas da Eletrobras e se tornou credora da Amazonas Energia.

– O MME nega que tenha “qualquer interferência ou mesmo conhecimento das condições do que vinha sendo conduzido por essas empresas privadas acerca dos seus ativos”, segundo nota enviada ao jornal.

– Parlamentares do Novo acionaram a CVM (Estadão) contra o negócio fechado entre Âmbar e Eletrobras, após a edição da MP, três dias após o anúncio.

Enel. Na Itália, para o encontro do G7, Lula afirmou que país está “disposto” a renovar as concessões da companhia, que tem sede no país. A empresa se comprometeu a elevar investimentos para R$ 20 bilhões no Brasil. Lula se reuniu com o diretor-geral da Enel, Flavio Cattaneo.

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