O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, durante a cerimônia de assinatura do decreto presidencial que autorizou a intervenção da União na segurança pública do Rio de Janeiro, afirmou que não se sentia culpado pela crise que o estado enfrenta. Segundo ele, a queda na receita com royalties do petróleo foi a causa do problema do estado.
E&P Confere checou os números apresentados pelo governador no banco de dados da Energy Information Administration (EIA), do governo dos EUA. Veja abaixo o resultado:
Exagerado
“Eu não sou culpado de ter chegado em abril com US$ 115 o barril do petróleo, governar um ano e dois meses com o preço do barril a US$ 28, depois quase um ano a US$ 32 o barril”
O governador Luiz Fernando Pezão tomou posse em abril de 2014 quando o ex-governador Sérgio Cabral renunciou ao cargo para que Pezão disputasse a reeleição. Naquele mês, de acordo com dados da EIA, a cotação média do barril do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres, foi de US$ 107. A cotação WTI, do barril vendido nos EUA, teve média de US$ 102.
O estado do Rio de Janeiro produziu 1,46 milhão de barris por dia de petróleo e 27,5 milhão de m3/dia de gás natural em abril de 2014. A produção no estado cresceu e terminou o ano em 1,67 milhão de barris por dia de petróleo e 34 milhões de m3 por dia de gás natural. A produção de petróleo e gás natural rendeu, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), R$ 3,21 bilhões em royalties ao Rio de Janeiro em 2014, alta na comparação com os R$ 2,98 bilhões apurados no ano anterior.
Falso
“Governar um ano e dois meses com o preço do barril a US$ 28, depois quase um ano a US$ 32 o barril“
Pezão cita dados errados ao dizer que governou 1 ano e dois meses com o barril a US$ 28 e depois quase um ano com barril a US$ 32. No seu primeiro ano de governo, ou seja entre abril de 2014 e abril de 2015, o barril do petróleo tipo Brent teve cotação média de US$ 83. No segundo ano, a cotação média caiu para US$ 46, em linha com os US$ 49 registrados no terceiro ano.
Desde que o governador chegou ao Palácio Guanabara, a cotação do barril do tipo Brent – em médias mensais – nunca caiu abaixo US$ 30. Os meses que registraram cotações mais baixas foram dezembro de 2015 e janeiro, fevereiro e março de 2016, com cotações médias mensais de US$ 37, US$ 30, US$ 33 e US$ 39. Desde agosto de 2016 a cotação média mensal do Brent está acima da casa dos US$ 40.