Nestlé diz se esforçar para melhorar produtos, após documento apontar que seus alimentos não são saudáveis

Nestlé diz se esforçar para melhorar produtos, após documento apontar que seus alimentos não são saudáveis
Imagem de ElasticComputeFarm por Pixabay

O CEO da Nestlé, Mark Schneider, saiu em defesa da companhia nesta segunda (7), após a divulgação pelo Financial Times de documentos internos reconhecendo que mais de 60% dos principais alimentos e bebidas da empresa não são saudáveis.

“Não nos esquivamos do trabalho árduo de atualizar nossos produtos e ser totalmente transparentes sobre onde estamos e para onde estamos indo”, disse Mark Schneider em artigo publicado hoje.

Segundo ele, nos últimos vinte anos, a companhia vem reduzindo quantidade de açúcar, sal e gordura nos produtos e ajustando o tamanho das porções.

“Na verdade, apenas nos últimos sete anos, reduzimos o açúcar e o sal em muitos de nossos produtos em cerca de 14-15%”, afirmou.

Os dados revelados pelo Financial Times constavam em uma apresentação para executivos da companhia deste ano, e apontavam que apenas 37% dos produtos da empresa são considerados saudáveis, e que a maioria não atende a uma “definição reconhecida de saúde”.

“Algumas de nossas categorias e produtos nunca serão ‘saudáveis’, não importa o quanto renovemos”, reconhecia o documento.

O critério utilizado levou em conta uma classificação de saúde da Austrália, em que somente os produtos com nota acima de 3,5 estrelas — de um máximo de cinco estrelas — são considerados saudáveis.

“Fizemos melhorias significativas em nossos produtos… [mas] nosso portfólio ainda apresenta desempenho inferior em relação às definições externas de saúde em um cenário onde a pressão regulatória e as demandas dos consumidores estão disparando”, dizia a apresentação, segundo o FT.

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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a má qualidade nutricional na alimentação é a principal responsável pela obesidade e sobrepeso que atinge 2,3 bilhões de crianças e adultos no mundo, assim como pelo atraso no crescimento de mais de 150 milhões de crianças.

A subnutrição causada pela ingestão insuficiente de nutrientes também é apontada como um fator chave para epidemias globais de diabetes tipo 2, pressão alta, derrame e doenças cardiovasculares.

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Alimentos indulgentes

Apesar das críticas, Schneider defendeu a inclusão de alimentos como chocolates e sorvetes na dieta, desde que consumidos de forma responsável.

Segundo ele, esses alimentos, classificados como indulgentes, teriam aspectos psicológicos e sociais.

“Uma deliciosa barra de chocolate ou colher de sorvete nunca atenderá aos mais altos níveis de critérios de classificação nutricional”, disse.

O executivo também destacou o crescimento da participação de alimentos saudáveis no portfolio da empresa, como os feitos a partir de plantas, ou plant-based, e a fortificação nutricional de alguns produtos com ferro, por exemplo.

“No ano passado fizemos 196 bilhões de porções de alimentos fortificados em todo o mundo(…). Adicionar mais produtos saudáveis ​​e nutritivos ao nosso portfólio continua sendo uma prioridade”, concluiu.

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