O governo federal anunciou nesta quarta-feira (16/10) que não haverá horário de verão entre 2024 e 2025 — (veja acima). A decisão foi tomada após o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) considerarem que o custo-benefício da não justificaria a adoção da medida.
As áreas técnicas entendem que o pico de benefícios do horário de verão seria obtido nos meses de outubro e novembro. Como não houve tempo hábil para o planejamento, o governo decidiu descartar adiantar os relógios.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deixou claro que a decisão foi técnica e não trará problemas de segurança energética para o país.
Mesmo assim, Silveira ressaltou que não descarta a adoção no próximo ano.
Medidas para minimizar a crise hídrica
Segundo Silveira, foram adotadas ao longo do ano medidas para economizar água dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
O ministro destacou que a diminuição da vazão das usinas de Jupiá e Porto Primavera, adotada em março deste ano, foi capaz de conservar 11% da capacidade desses reservatórios.
Em Belo Monte, a vazão durante o dia foi reduzida para 300 metros cúbicos por segundo, para que o empreendimento entregasse potência necessária ao sistema no horário de ponta.
Setores defendem volta do horário de verão
O setor de bares e restaurantes chegou a defender a medida, por ver a possibilidade de aumento na movimentação de estabelecimentos. Uma pesquisa foi apresentada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abraseel) ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
Por outro lado, as companhias aéreas demonstraram insatisfação com a possibilidade de volta do horário de verão sem a discussão e o planejamento adequados.
A discussão sobre o retorno de horário de verão retornou em meio à crise hídrica, que vem afetando os reservatórios das hidrelétricas em todo o país. O objetivo seria ajudar no atendimento do pico de consumo, com a ampliação da janela da geração solar e a redução no acionamento das usinas térmicas.
Segundo o ONS, a adoção da medida neste próximo verão poderia resultar em uma economia de até R$ 356 milhões, com o deslocamento da rampa de consumo e uma redução na demanda máxima noturna de até 2,9%.