Offshore

Brava vai assumir blocos em Sergipe-Alagoas

SG/Cade analisa cessão da participação da ExxonMobil para Brava

Investimentos em exploração de petróleo e gás natural começam a se recuperar de mínimos históricos, diz consultoria Wood Mackenzie. Na imagem: West Saturn, navio-sonda da Seadril que ficará responsável pela retomada da campanha de perfuração da ExxonMobil em águas brasileiras (Foto: Divulgação Seadril)
West Saturn, da Seadril, responsável pela retomada da campanha de perfuração da ExxonMobil no Brasil (Foto: Divulgação Seadril)

BELO HORIZONTE – A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) analisa a cessão, pela ExxonMobil, da sua participação de 50% nos oito blocos da Bacia de Sergipe-Alagoas para a Brava (junção entre 3R e Enauta). Se a operação for aprovada, a Brava, que atualmente detém participação de 30% nos blocos, passará a ter 100%, com a cessão dos outros 20% da Murphy Oil.

A cessão das ações da ExxonMobil foi formalizada em maio de 2024, a partir de Withdrawal Notice enviado à Enauta. A empresa americana justifica que trata-se de uma “oportunidade de direcionar recursos e investir em outros ativos de seu portfólio”. Já a cessão de participação da Murphy não é de notificação obrigatória ao Cade.

Os blocos foram arrematados nas 13ª, 14ª e 15ª rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Eles ainda estão em fase de exploração, na qual as empresas podem perfurar até 11 poços, segundo licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), válida até 2027.

A perfuração do primeiro poço no bloco começou em fevereiro de 2022. Em março, o presidente-executivo da Murphy, Roger Jenkins, afirmou, em apresentação aos investidores, que a área tem potencial de recursos brutos entre 500 milhões e 1,050 bilhão de barril equivalente de petróleo (boe).

Na época, a Enauta respondeu que a estimativa “foi elaborada pela Murphy Oil de maneira unilateral anteriormente ao início da perfuração”. Na sequência informou que um dos poços perfurados em águas profundas não tinha indícios de petróleo ou gás natural.