Preços do gás vão subir 39% no próximo reajuste

Mais uma liminar derruba reajuste de gás natural, agora em Minas Gerais. Na imagem: Abastecimento de Caminhão com GNV no Paraná (Foto: Valterci Santos/Compagas
Abastecimento de Caminhão com GNV no Paraná (Foto: Valterci Santos/Compagas

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Editada por Gustavo Gaudarde
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A partir de 1º de maio, o preço de venda do gás natural entregue pela Petrobras para as distribuidoras regionais vai subir, em média, 39% em reais por m³, com relação valor atual. Considerando a medida internacional de precificação do gás (US$/MMBtu), o aumento será de 32%.

— Efeito direto da aplicação das fórmulas contratuais que vinculam cotação do petróleo e taxa de câmbio ao preço de venda do gás natural. Os reajustes são trimestrais e o próximo ciclo vai de maio a julho.

— “Durante esse período [janeiro a março], o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, afirmou a Petrobras.

— O efeito para o consumidor final depende dos reajustes feitos nas áreas de concessão pelas agências reguladoras estaduais. O valor cobrado pela Petrobras diz respeito à molécula e ao custo de transporte.

— “Os aumentos no preço do gás natural não trazem benefícios para as distribuidoras, ao contrário, acabam tirando competitividade do gás natural em relação a outras fontes de energia como a gasolina, óleo combustível, GLP e eletricidade”, comentou a Abegás, em nota.

— Segundo a associação, o preço de venda do gás da Petrobras, somado às tarifas de transporte, representa, em média, a 59% do total pago pelo consumidor na conta. O restante são tributos federais e estaduais (24%) e margem bruta das distribuidoras (17%).

— Ao longo de 2020, os preços do gás natural da Petrobras chegaram a cair 35%, mas vem subindo desde o fim do ano passado, acompanhando a recuperação do Brent e a desvalorização do real.

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Castello Branco “segurou” preços, diz Guedes. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em entrevista ao UOL que a Petrobras voltou a praticar preços alinhados com o mercado internacional quando Roberto Castello Branco soube que seria demitido por Bolsonaro. Antes, o executivo segurava os aumentos.

— “No caso do Castelo, ele, na verdade, vinha segurando aumentos no preço dos combustíveis. É claro que, quando soube que ia sair, começou a realinhar os preços com o mercado internacional para ajustar suas obrigações diante dos acionistas”, disse.

— Castello Branco sempre negou tal prática. Mesmo com as defasagens registradas entre os preços de importação e os preços praticados pela Petrobras, o executivo afirmava que a paridade vinha sendo atendida.

— Em nota, Petrobras justificou o realinhamento dos preços com o mercado citado por Guedes, por uma convicção que os preços iriam de subir em fevereiro.

— “[A Petrobras decidiu] adotar postura mais cautelosa em janeiro de 2021 e acelerou os reajustes de preços de combustível em fevereiro de 2021, quando a companhia ficou convicta de que os preços do petróleo e dos combustíveis se estabilizariam em patamar mais elevado do que de dezembro de 2020”, justificou a empresa.

— Os importadores de combustíveis, representados pela Abicom, questionam a política de preços da atual gestão da Petrobras desde 2019. Chegaram a pedir uma ação do CADE – além de seus acionistas, a Petrobras assumiu o compromisso com a paridade de preços no acordo em que propôs a venda das refinarias.

— A Petrobras informou que “os reajustes foram aplicados antes e depois de ser comunicada a substituição do presidente Roberto Castello Branco”, tentando, portanto, desvincular os aumentos à demissão do executivo.

— “De 1º de janeiro a 19 de fevereiro de 2021, quando no final do dia foi anunciada a substituição do presidente Roberto Castello Branco, foram aplicados quatro reajustes no preço da gasolina, três reajustes no preço do diesel e dois reajustes no GLP”.

— De acordo com a Petrobras, nesse período a gasolina subiu 34,9%, o diesel, 27,5%, e o GLP, 11,3%.

— Na última sexta (2/4), a Petrobras reajustou novamente o GLP. A empresa não informou a variação em porcentual, mas, segundo fontes do setor, a alta foi de 5%, em média.

Transição na Petrobras. O general da reserva Joaquim Silva e Luna, indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) para presidir a Petrobras, iniciou os trabalhos de transição junto à atual gestão da estatal e analisa nomes para compor o novo time de diretores da companhia.

— Os executivos de saída da empresa têm sugerido profissionais da casa como substitutos. A lista de indicações para a nova diretoria foi um pedido do próprio militar. Segundo as fontes, porém, Silva e Luna não deixou claro se acatará ou não as sugestões.

— Silva e Luna convidou todos os oito diretores da Petrobras a permanecerem no cargo, segundo o Valor. Quatro deles, porém, já declinaram e, assim como Roberto Castello Branco, sairão quando a nova gestão assumir. Petrobras vai mudar mais da metade da sua diretoria

— A posse ainda depende da assembleia extraordinária de acionistas marcada para a próxima segunda (12). Valor

Modec suspensa de licitações. A Petrobras decidiu suspender fornecedoras de FPSOs de suas próximas licitações por 13 meses. A Modec é uma das principais empresas do mercado e saiu vitoriosa da maioria das concorrências e anos recentes.

— De acordo com comunicado da Modec, a sanção administrativa foi imposta devido a perdas “presumivelmente causadas” pela performance de três plataformas: o FPSO Cidade do Rio de Janeiro, cujo contrato de afretamento expirou em 2019; e os FPSOs Cidade de Niterói e Cidade de Santos, que ainda operam para a Petrobras.

— O FPSO Cidade de Niterói opera no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos, enquanto o Cidade de Santos opera em Uruguá e Tambaú, na Bacia de Santos.

— O FPSO Cidade do Rio de Janeiro operava no campo de Espadarte, também na Bacia de Campos, e passou mais de um ano, entre 2018 e 2019, sem operar. No final de agosto de 2019, a unidade foi evacuada, sob risco de afundamento. Valor

Petróleo recua após ganhos da semana passada. Brent abre a semana em queda de quase 2% no intraday, negociado a US$ 63,68 na manhã desta segunda (5), após abrir a US$ 64,57.

— Semana passada o grupo liderado por Rússia e Arábia Saudita, o OPEP+, decidiu suspender gradualmente os cortes de produção vigentes entre maio e julho.

— Os países vêm oportunidades para ganhar mercado com a recuperação da demanda, diante de um esperado novo período de relaxamento de medidas restritivas contra a pandemia entre as principais economias mundiais.

— Na semana passada, o Brent para junho acumulou ganhos 0,67%; o WTI avançou 0,79%.

A Saudi Aramco anunciou aumento de preços para clientes da Ásia em maio, ao mesmo tempo em que vai aplicar um desconto nos embarques de óleo para EUA e Europa. Reflexo de como a pandemia afeta de forma diferente os mercados da China e do Ocidente. Dow Jones

Etanol hidratado sobe. Preço do produtor subiu 0,39% na semana passada, para R$ 2,316, de acordo com o indicador Cepea/Esalq. Indica consumo de estoques do etanol, em um momento de que na demanda por redução da circulação de pessoas após as medidas pontuais tomadas em algumas regiões para tentar conter a pandemia.

— Mesmo sob pressão de consumo baixo, a vantagem sobre a gasolina é boa. A redução de quase 4% da gasolina, pela Petrobras, em 25 de março, não mexeu com os preços nos postos. A oferta de etanol nas usinas tende a crescer com a safra iniciada em mais unidades, além daquelas que anteciparam em fevereiro e março. Money Times

Açu Petróleo investe R$ 2,5 bi em estocagem. Joint-venture da Prumo Logística com a alemã Oiltanking, planeja começar este ano a construção de um parque de estocagem de petróleo no empreendimento em São João da Barra, no Norte Fluminense. O projeto está em fase de licenciamento e estruturação do financiamento.

— O projeto, orçado em R$ 2,5 bilhões, terá capacidade para 5,7 milhões de barris, podendo ser ampliado a até 11 milhões de barris, conforme a evolução da demanda. O início da operação está previsto para o fim de 2023. Agência O Globo

Usina solar no RS. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) emitiu na última semana a primeira licença de instalação (LI) para um empreendimento de energia solar no Rio Grande do Sul.

— A mineira Solargrid Autogeração poderá iniciar a construção da Usina Fotovoltaica Uruguaiana I, de 5 MW. O investimento previsto é de R$ 20 milhões. Correio do Povo

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