OPEP+ não fecha acordo, diesel sobe nas refinarias e caminhoneiros falam em greve

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A reunião da OPEP+ terminou sem acordo e, mais grave, sem data para retomada das negociações, após a decisão surpresa dos Emirados Árabes Unidos de interditar a revisão do acordo de controle de produção da coalizão liderada por Rússia e Arábia Saudita.

— O mercado interpretou o impasse, iniciado na quinta-feira passada, como um sinal de que o aumento da oferta de óleo no curto prazo será postergado.

— O grupo negociava a retomada gradual de parte da oferta ociosa – chegou a ser proposto um aumento de 400 mil barris/dia por mês para o segundo semestre.

— Analistas alertam que as tensões geopolíticas entre Arábia Saudita e Emirados Árabes acabaram contaminando o acordo. Os aliados históricos têm se afastado em meio aos avanços sauditas para tentar consolidar a influência nos países árabes do Oriente Médio.

— Sem um acordo para elevar a produção em agosto, algumas previsões já falam em valorização dos preços do barril para US$ 90 (Bloomberg, em inglês).

— Enquanto uma guerra de preços, provocada pelo eventual fim do acordo de controle da produção, vem sendo tratada como um risco distante. Uma disputa desenfreada pelo aumento da produção seria prejudicial para o próprio cartel.

Os contratos futuros do Brent voltaram a subir. Chegaram a atingir US$ 77,84 nesta terça (6/7), após fechar em alta de 1,3% ontem, a US$ 77,16. O WTI acompanha com uma valorização mais expressiva, de 1,48% ontem, para US$ 76,25; e máxima de US$ 76,98 hoje.

O cenário levou a Petrobras a se mover e em só uma tacada elevar os preços do diesel (+3,8%), da gasolina (+6,2%) e do GLP (+5,9%). Os preços do diesel estavam congelados há 66 dias, desde 1º de maio, primeiro reajuste da nova administração de Joaquim Silva e Luna.

— No acumulado do ano, a gasolina registra aumento de 46%. O diesel já subiu cerca de 40%, enquanto o GLP acumula elevação de 37,9%.

— O mercado vê defasagem nos valores cobrados internamente pela Petrobras, mesmo após os reajustes. As ações da companhia fecharam em baixa de 1,3%, mesmo com a alta do petróleo.

E os caminhoneiros reclamam. Ao Estadão, o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Nestor Dias, afirmou que a alta do diesel pegou a categoria de surpresa e dá força para a greve que o grupo tenta realizar no próximo dia 25 de julho.

— A CNTRC, uma das associações que representam os caminhoneiros, tem ficado isolada na tentativa de convocar paralisações. E a força política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na categoria tem sido suficiente para impedir uma greve.

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ANP debate nesta quarta (7/7) em audiência a proposta de flexibilização da fidelidade à bandeira nos postos de combustível. Mudança tem pouco apoio no mercado de revenda e distribuição.

— A ideia é permitir que os postos com bandeira – contratos de exclusividade com distribuidoras para venda de combustíveis e exibição das marcas – possam instalar bombas com bandeira branca e ofertar, no mesmo espaço, combustíveis de diferentes marcas e preços.

Leilões de energia da BR Distribuidora. Wilson Ferreira Júnior, presidente da BR, reforçou que a estratégia da companhia será ampliar o portfólio de energia oferecido pela distribuidora de combustíveis. Uma alternativa é promover leilões de energia privados.

— “A energia elétrica é o combustível que vai suceder. Então, temos que ter capacidade de colocar no nosso cliente essa energia elétrica”, diz. O Globo

— Outro mercado visado é o de GNL em pequena escala. Em anos recentes, a BR Distribuidora comprou uma comercializadora de energia, a Targus, e chegou a fechar um acordo para entrar em sociedade com a Golar Power no mercado de distribuição – negócio iniciado antes da venda da Golar.

— Já a compra de uma refinaria, por enquanto, está descartada. “Claro que estamos esperando a revisão da nossa estratégia, mas, como empresa compradora de combustível, temos poder de barganha maior com uma refinaria do que se tivermos uma”, diz Ferreira Júnior.

Petrobras diversifica contratos no Gasbol. A TBG fechou o primeiro contrato de curto prazo trimestral com a petroleira para transporte de gás natural. Foram contratados 741 mil m³/dia de capacidade de entrada, entre julho e setembro, no EMED Gascar (Campinas-Rio).

— Ao todo, a Petrobras contratou este ano mais de 3,3 milhões de m³/dia, em oito contratos de curto prazo. Os sete primeiros foram fechados em prazos mensais.

O valor total de campos de óleo e gás à venda na indústria é da ordem de US$ 140 bilhões, calcula a Wood Mackenzie. E parte dessa oferta de ativos é fruto da estratégia das grandes produtoras ocidentais de reduzir a participação de fósseis em seus portfólios.

— ExxonMobil, Chevron, BP, Shell, Total e Eni, nos cálculos da consultoria, liquidaram US$ 28 bilhões desde 2018 e têm outros US$ 30 bilhões à venda, como parte da estratégia de descarbonização.

— A questão é se haverá espaço e capital para investimento em todos esses campos, se o mundo entrar em linha com as metas do Acordo de Paris, destaca o Financial Times.

Indicações no Senado Federal. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou a indicação de Alexandre Cordeiro Macedo para o cargo de presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), com mandato de quatro anos.

— Segue para votação em plenário, que pode ocorrer até quinta (8/7). No mesmo período, pode ser votada a nomeação de Tabita Loureiro para a diretoria da ANP. Sabatinada e aprovada em comissão ano passado, Tabita vai assumir a vaga deixada com o fim do mandato de Felipe Kury.

Biodiesel. As unidades da BSBIOS em Passo Fundo (RS) e Marialva (PR) e a unidade da 3tentos em Ijuí (RS) receberam os primeiros selos de qualidade criados pela Aprobio, associação do setor de biodiesel.

— O selo é uma iniciativa dos produtores para dar mais credibilidade à produção de biodiesel e garantia da qualidade na oferta do biocombustível. É atestado pela Control Union.

— “Nosso objetivo é ampliar a transparência ao mercado com auditoria de produto realizada por empresa certificadora independente e, assim, confirmar a adoção pelas usinas associadas das especificações mais rígidas”, afirma Julio Cesar Minelli, diretor superintendente da Aprobio.

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