Programa de proteção cambial tenta atrair investimentos verdes para o Brasil

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Diálogos da Transição

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Editada por Nayara Machado
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Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente apresentaram nesta segunda (26/2) o Eco Invest Brasil, programa que busca atrair capital privado estrangeiro para investimentos verdes no Brasil.

Com a criação de um fundo de hedge para os setores elencados no Plano de Transformação Ecológica lançado pela Fazenda no ano passado, o governo espera reduzir os riscos associados à volatilidade de câmbio, blindando os investidores internacionais do chamado risco-país, com linhas de crédito a custo competitivo.

A Fazenda prepara uma Medida Provisória para a criação do programa dentro do Fundo Clima. Entenda na matéria de Gabriel Chiappini

Um dos pilares do Plano de Transformação Ecológica é a mobilização de investimento estrangeiro direto, principalmente de longo prazo, para financiar iniciativas que coloquem o país em uma trajetória alinhada com as metas do Acordo de Paris.

Mas, historicamente, países de renda média e baixa, como o Brasil, têm maior dificuldade de acesso a recursos, pelo risco cambial associado aos investimentos e fluxos financeiros internacionais.

• Fluxos de capital para energia aumentam, mas sem alcançar emergentes

Segundo a Fazenda, a intenção é dar mais segurança para a atração de investimento estrangeiro direto em ações de desenvolvimento sustentável e os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento podem ser instrumentais para viabilizar soluções.

Garantias cambiais

O lançamento do Eco Invest Brasil ocorreu durante a reunião do G20, grupo das 20 maiores economias do planeta, com a assinatura de um termo para dar garantias cambiais aos investimentos da transição ecológica entre Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Central (BC).

O BID vai disponibilizar US$ 5,4 bilhões (27 bilhões de reais), sendo US$ 3,4 bilhões para operações de swap, contra variações excessivas do dólar em relação ao real, e US$ 2 bilhões em linhas de crédito.

Reflorestamento, agricultura de baixo carbono e resiliência climática são algumas das iniciativas que podem receber os recursos.

O lançamento da plataforma havia sido anunciado em dezembro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, pelo Ministério da Fazenda e BID, quando o ministro Fernando Haddad antecipou a expectativa de mobilizar coberturas de até US$ 3,4 bilhões.

“Esse instrumento visa minimizar os impactos de movimentos inesperados na taxa de câmbio, desencadeados por eventos econômicos extremos, os quais poderiam ter influência negativa na decisão de investir em países como o Brasil”, explicou Haddad na COP28.

Cobrimos por aqui:

• Brasil melhora posição entre mercados mais atrativos para investimentos renováveis
• G20: Brasil quer reduzir gap de investimentos em energia limpa entre ricos e pobres
• Biorrefino integra prioridades de financiamento em nova política industrial
• Governo relança Fundo Clima com expectativa de aumentar captação

Política Nacional de Transição

O Ministério de Minas e Energia (MME) está mapeando iniciativas estaduais relacionadas à descarbonização da matriz energética para desenhar uma política federal.

Segundo o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral, a iniciativa estará conectada ao Plano Clima e à Nova Indústria Brasil, lançada pelo governo em janeiro.

“O Brasil é muito diverso. Cada estado tem condições, oportunidades, desafios diferentes, então a ideia é enxergar essa diversidade de interesses e de possibilidades, para que a política a nível nacional possa dialogar com essa diversidade”, explicou a jornalistas.

Ao todo, o MME identificou 15 dos 27 estados brasileiros com políticas ou programas de transição energética em andamento ou elaboração. Leia na matéria de Gabriela Ruddy

Curtas

SAF na mira da Petrobras

Petroleira estima que os dois projetos mais avançados de produção de bioquerosene dentro do seu plano de negócios têm potencial para suprir 34 mil barris/dia. Segundo o diretor de transição energética da estatal, Maurício Tolmasquim, esse volume de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) equivale a cerca de 30% da demanda brasileira pelo querosene de aviação tradicional.

Agro protesta na Europa

Agricultores bloquearam, nesta segunda-feira (26/2), parte da fronteira entre a Polônia e a Alemanha, jogaram garrafas na polícia em Bruxelas e se reuniram em Madri para exigir medidas contra uma suposta concorrência desleal com produtos do exterior. Eles pressionam por flexibilização das cobranças impostas pelo Green Deal da UE, para reduzir emissões de carbono.

Clima extremo

O governador do Acre, Gladson Cameli, decretou situação de emergência em 17 dos 22 municípios do estado, devido às fortes chuvas registradas nos últimos dias, causando inundações e o transbordamento de igarapés e rios. O Rio Acre está acima da cota de transbordo e, na manhã desta segunda-feira (26), chegou a 15,92 metros.

Consumidores estão mais sustentáveis

Estudo publicado pelo Mercado Livre (.pdf) mostra que o Brasil foi o país que mais realizou buscas por produtos de marcas que promovem a redução de impactos ambientais. Garrafas reutilizáveis, bicicletas, leites vegetais, fraldas reutilizáveis, cápsulas de café recarregáveis e celulares recondicionados foram os mais vendidos no Brasil de abril de 2022 a março de 2023.

Curso gratuito

O Grupo Energisa, em parceria com o Senai Cataguases, abriu um processo seletivo exclusivo para pessoas com deficiência (PcD) para participarem de curso gratuito de qualificação em Programação Web, previsto para o início de maio deste ano. Com carga horária total de 320 horas, os estudantes que forem aprovados na etapa seletiva irão aprender de forma remota, com aulas transmitidas ao vivo via plataforma Google for Education. As inscrições ficam abertas até 18 de março e o edital completo está disponível neste link.