Diálogos da Transição

Novos investimentos em O&G serão necessários até meados de 2030, diz TotalEnergies

Francesa vê na atual crise uma oportunidade para aumentar e ancorar medidas de economia e eficiência energética

Novos investimentos em O&G serão necessários até meados de 2030, diz TotalEnergies. Na imagem: Plataforma (FPSO) de petróleo offshore, em mar azul e com céu azul claro com poucas nuvens em tom roseado (Foto: Divulgação TotalEnergies)
Plataforma de petróleo offshore (Foto: Divulgação TotalEnergies)

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Diálogos da Transição

Editada por Nayara Machado
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Ponto de encontro do mercado de energia

A agência epbr entrevista principais executivos e executivas do setor de petróleo e gás em um estúdio diretamente da maior feira e conferência da América Latina. Ampliando o alcance das discussões e levando para quem está fora do evento as pautas que fundamentam decisões no setor de petróleo e gás no Brasil.

Publicado hoje (27/9) o Energy Outlook 2022 da francesa TotalEnergies diz que serão necessários mais esforços para descarbonizar a energia e que novos projetos de petróleo ainda serão necessários até meados da década de 2030.

Segundo a companhia, cuja origem é a indústria de óleo e gás, a trajetória de curto prazo da demanda global de energia não está indo na direção certa e a atual crise energética deve ser uma oportunidade para aumentar e ancorar medidas de economia e eficiência energética.

“As atuais rupturas nos mercados de energia reforçaram a necessidade de diálogo global sobre a transição energética, envolvendo a participação mundial de todos os atores da sociedade”, diz Patrick Pouyanné, CEO da TotalEnergies.

Em maio do ano passado, o grupo passou por um reposicionamento de marca para disputar mercados de energia, de olho no movimento de transição energética.

Um movimento que não é recente e faz parte da crescente pressão institucional sobre a indústria de energia fóssil.

Mesmo assim, a Total vê com ressalvas a retirada de investimentos em ativos fósseis.

“A transição exigirá um aumento nos gastos para construir um novo sistema de energia de baixo carbono e manter o existente por um tempo. A década atual é decisiva. O investimento em energia de baixo carbono deve dobrar até 2030 para chegar a US$ 1,5 trilhão/ano”, diz o relatório.

“Enquanto isso, o investimento em novos desenvolvimentos de petróleo e gás é necessário até pelo menos meados da década de 2030 para satisfazer a demanda dos clientes, mesmo em um cenário bem abaixo de 2°C”, completa.

Além disso, o relatório aponta o hidrogênio e os e-combustíveis como “impulsionadores promissores da descarbonização”, mas não vê um aumento da participação no mix de energia antes de 2030. Nesse período, biometano e diesel verde despontam como substitutos do diesel de petróleo.

Uma vez que conquistem escala, a tendência é um aumento de mais de 10% na demanda por hidrogênio de baixo carbono até 2050, estima.

Cobrimos por aqui:

Caminhada lenta

Publicado na semana passada, o rastreador de progresso de energia limpa da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) alerta que apenas dois dos 55 componentes rastreados estão no caminho certo para seus marcos de 2030 — e o objetivo final de emissões líquidas zero até 2050.

São os mesmos dois do levantamento anterior: veículos elétricos e iluminação.

As vendas de veículos elétricos dobraram em todo o mundo no ano passado, representando quase 9% do mercado de automóveis, enquanto mais de 50% do mercado global de iluminação agora usa tecnologia LED.

Das áreas de rastreamento restantes, 30 foram classificadas como “mais esforços necessários” e 23 como “não no caminho certo”.

O que não está no caminho: melhorar a eficiência energética dos projetos de construção, desenvolver aquecimento urbano limpo e eficiente, eliminar gradualmente a geração de energia a carvão, eliminar a queima de metano, mudar a aviação e o transporte para combustíveis mais limpos e tornar mais limpa a produção de cimento, produtos químicos e aço.

As estimativas iniciais da IEA apontam ainda que 2022 será um ano recorde para adições de capacidade de eletricidade renovável, com um aumento de cerca de 340 gigawatts, aproximadamente igual a toda a capacidade de energia instalada do Japão. A China responde por cerca de metade dessas adições.

Pacto climático na aviação

A Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) iniciou nesta terça (27/9) as negociações entre seus 193 países membros para chegar a um consenso sobre a redução das emissões das companhias aéreas.

Realizada a cada três anos, esta é a primeira assembleia-geral desde a pandemia de covid-19 e ocorre em meio às tensões geopolíticas da guerra na Ucrânia.

As companhias aéreas adotaram uma meta de emissões líquidas zero até 2050. Agora o bastão passa para os governos, com empresas e seus fornecedores pressionando por unidade em torno do mesmo objetivo. Reuters

Lightsource bp conclui financiamento solar no Ceará

Por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), o Banco do Brasil financiará a construção do complexo solar Milagres com R$ 423 milhões. O custo total do empreendimento é calculado em R$ 800 milhões. O restante será investido diretamente pela Lightsource bp.

Os parques irão gerar 212MWp e entrarão em operação comercial no início de 2024, com a maior parte da sua energia comercializada no ambiente de contratação livre.