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Diálogos da Transição
eixos.com.br | 09/09/21
Apresentada por
Editada por Nayara Machado
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Relatório do Global Wind Energy Council (GWEC) divulgado nesta quinta (9) mostra que o ano de 2020 foi o segundo melhor período para a energia eólica offshore no mundo, mas ainda distante do necessário para alcançar a neutralidade global de carbono.
Após crescimento recorde em 2019, a geração de energia a partir dos ventos no mar somou 6,1 GW de capacidade em 2020 e as instalações globais de eólica offshore acumulam 35,3 GW.
Mas, para que o mundo consiga fazer sua transição energética — e limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5 °C –, ainda será preciso percorrer um longo caminho até atingir 2.000 GW de capacidade em 2050.
Segundo o GWEC, os governos precisarão agir decisivamente para melhorar o ambiente político e estimular o aumento de instalações no ritmo necessário.
“Para atingir os volumes de crescimento necessários para um cenário de zero líquido até 2050, as estruturas políticas e regulatórias em mercados eólicos offshore novos e em estágio inicial devem refletir os aprendizados do setor em esquemas de apoio e licitações competitivas, licenciamento, planejamento espacial marinho, integração da rede, financiamento e capacidade da força de trabalho”, diz o documento (.pdf)
O interesse na tecnologia tem crescido à medida em que governos reconhecem a necessidade de acelerar a descarbonização do setor de energia e empresas identificam uma oportunidade para mudar o rumo de seus investimentos.
Os projetos também vêm casados, por exemplo, com a produção de hidrogênio verde, para descarbonizar setores intensivos em energia.
O crescimento ano passado foi puxado pela China (3 GW), seguida pela Holanda (cerca de 1,5 GW) e Bélgica (700 MW).
2020 também viu mais turbinas offshore girando na Coreia do Sul e nos EUA, além de mais de 16 MW de capacidade eólica offshore flutuante que foi interligada à rede em Portugal.
Em 2021, a expectativa é que a capacidade recém-instalada seja mais do que o dobro em relação ao ano passado, impulsionada principalmente pela China, onde os projetos buscam garantir a tarifa feed-in que expira no final do ano.
No horizonte até 2030, o GWEC Market Intelligence espera que as novas instalações anuais ultrapassem 20 GW em 2026 e, potencialmente, cheguem a 40 GW em 2030.
E estima que mais de 235 GW de nova capacidade sejam adicionados nos próximos dez anos, elevando a capacidade eólica offshore total até o final da década para 270 GW — dois terços dessas instalações na segunda metade da década.
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Destaques do relatório:
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A energia eólica offshore passou a representar 5% da capacidade eólica global total, no final de 2020;
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A Europa continua sendo a maior região com eólica offshore em capacidade acumulada;
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O setor está decolando na Ásia, onde mais de 10 GW estão instalados, e a China liderou novas instalações globalmente em 2020 com mais de 3 GW alcançando a conexão com a rede;
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Mais de 235 GW de nova capacidade eólica offshore está prevista, elevando a capacidade cumulativa para 270 GW até 2030;
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O volume de instalações anuais deverá ultrapassar a marca de 20 GW em 2025, aumentando sua participação nas novas instalações globais dos atuais 6,5% para 20% até 2025;
A previsão para eólica offshore flutuante aumentou para 16,5 GW de nova capacidade até 2030, impulsionada por metas governamentais ambiciosas e planos de desenvolvimento de grandes investidores.
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Projetos no Brasil superam capacidade instalada no mundo
No Brasil, o GWEC vê os primeiros parques eólicos offshore saindo do papel apenas na próxima década — um futuro um pouco distante, considerando os cronogramas de desenvolvimento na Europa e em alguns países asiáticos.
Atualmente, 23 projetos somando 46,6 GW estão em licenciamento no Ibama.
É mais do que o dobro da capacidade instalada nos parques em terra — que alcançou 18 GW no início deste ano — e supera também a capacidade instalada no mundo atualmente.
A alternativa para geração de energia renovável de larga escala no país está no radar de multinacionais como Equinor, Neoenergia, EDP e Engie: Raio-X das eólicas offshore em licenciamento no Brasil
E o potencial é ainda maior.
O Roadmap Eólica Offshore (.pdf) da Empresa de Pesquisa Energética indica um potencial de cerca de 700 GW a serem explorados.
O desafio está na criação e adaptação de uma cadeia de abastecimento especializada, conexão à rede e um marco regulatório que oriente os stakeholders que buscam desenvolver a tecnologia no país.
Já um relatório do Banco Mundial apresenta o Brasil como um mercado emergente com potencial eólico offshore de cerca de 1.200 GW, concentrado principalmente na região Nordeste.
Mais: Porto do Açu licencia 2 GW de eólica offshore no Rio de Janeiro
Curtas
COP26. Um grupo que reúne mais de 1.500 escritórios de ONGs ambientalistas pediu esta semana o adiamento da conferência global do clima marcada para o início de novembro em Glasgow, na Escócia…
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Marco temporal. O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas nesta quinta-feira com a continuidade do voto do relator, ministro Edson Fachin…
…Fachin já indicou que é contra a tese que prevê que os indígenas só podem reivindicar terras que já estavam ocupadas por eles até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Valor
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Soluções Baseadas na Natureza. A Carbonext, um dos principais players do país no desenvolvimento e gestão de projetos REDD+, anunciou a captação de R$ 30 milhões para expandir suas operações. Com uma plataforma digital recém-lançada para venda de créditos de carbono, a empresa pretende ampliar seus canais de comercialização de serviços ambientais.
Solar. A Voltalia, empresa produtora de energia renovável e prestadora de serviços, começou a construir neste mês, no Rio Grande do Norte, duas usinas solares, somando 320 megawatts. As plantas fazem parte do Cluster Serra Branca, maior complexo eólico e solar no mundo, que possui capacidade total de 2,4 GW.
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