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Diálogos da Transição
APRESENTADA POR
Editada por Nayara Machado
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A matriz elétrica brasileira fechou o primeiro trimestre de 2023 com expansão de 2,7 gigawatts (GW) de capacidade instalada, o dobro do crescimento verificado no mesmo período de 2022, de 1,3 GW.
Os dados divulgados nesta quinta (5/4), pela Aneel, mostram que a expansão ocorreu com a entrada em operação comercial de 82 novas usinas até 31 de março.
Dessas, 44 são eólicas (1.485 MW), 23 solares fotovoltaicas (920,2 MW), 10 termelétricas (278,1 MW), quatro pequenas centrais hidrelétricas (59,8 MW) e uma central geradora hidrelétrica de capacidade reduzida (3,4 MW).
Juntas, solar e eólica representam 87,6% da capacidade instalada no ano.
Considerando apenas o mês de março, 28 usinas adicionaram 708,4 MW à matriz.
Cerca de 338,5 MW vindos de 17 parques eólicos e mais 340,3 MW de instalações solares fotovoltaicas.
De acordo com a Aneel, as usinas que começaram a operar este ano estão distribuídas em 13 estados de quatro regiões brasileiras.
Por estado, Minas Gerais lidera nas instalações, com 827,7 MW, seguido pelo Rio Grande do Norte (666,4 MW), Bahia (501,6 MW) e Piauí (276,4 MW).
No total, o Brasil somou 191.323,9 MW de potência fiscalizada até 31 de março, com 83,6% das usinas consideradas renováveis.
Cobrimos por aqui:
- Brasil pode ter matriz de energia 100% limpa, diz Marina Silva
- Consumo de energia retrata desigualdade no Brasil
- América Latina tem 319 GW em renováveis anunciadas até 2030; Brasil lidera
19 GW em telhados
A geração própria de energia solar segue aquecida em 2023. Segundo a Absolar (associação da indústria), o segmento atende atualmente cerca de 2,4 milhões de unidades consumidoras no Brasil.
Em março, a potência instalada em residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos alcançou 19 GW, em mais de 1,8 milhão de sistemas fotovoltaicos conectados à rede.
Também em março, São Paulo alcançou Minas Gerais em capacidade, ambos com aproximadamente 2,7 GW. Rio Grande do Sul (2,1 GW), Paraná (2 GW) e Santa Catarina (1,2 GW) completam a lista dos cinco maiores consumidores de geração distribuída.
Energia cara dá força para geração solar
Componentes mais baratos, tarifas de energia mais caras e expansão da geração distribuída remota devem alavancar o segmento solar no Brasil em 2023, estima a Greener.
No ano passado, a fonte solar fotovoltaica alcançou 23,9 GW de capacidade no Brasil, boa parte (16,5 GW) em painéis instalados pelos próprios consumidores.
Essas instalações para geração própria quase dobraram em 2022, motivadas pelo fim dos subsídios em janeiro de 2023.
Ainda assim, 2023 deve ser um ano aquecido. A entrada de equipamentos no país no primeiro semestre deverá movimentar investimentos superiores a R$ 35 bilhões para atender geração distribuída (GD) e grandes usinas solares, prevê a consultoria.
Os sistemas fotovoltaicos residenciais acumulam uma redução de preço de 44% entre junho de 2016 e de 2022. E a tendência é seguir em queda.
Curtas
Hidrogênio 1
A Engie firmou nesta quinta (6/4) um protocolo de intenções Invest Paraná, para desenvolver projetos de grande escala de produção de hidrogênio verde no estado. Globalmente, o grupo pretende implementar a produção de 4 GW de hidrogênio verde até 2030.
Hidrogênio 2
Enquanto o Brasil coloca a ampliação da malha de gasodutos no centro da política energética, com o objetivo de aumentar o aproveitamento do gás nacional, a Europa se prepara para uma nova onda de investimentos em infraestrutura — mas dessa vez para transporte daquele que a União Europeia acredita ser o combustível do futuro: o hidrogênio.
Explosão de empregos verdes
Nos seis meses após a lei climática do presidente Joe Biden se tornar lei em agosto, as empresas anunciaram mais de 100 mil novos empregos em energia limpa nos EUA, de acordo com uma análise do grupo de defesa sem fins lucrativos Climate Power. Bloomberg
Escravizados nos canaviais
Somente no ano passado, 362 trabalhadores em condição análoga à escravidão foram encontrados no país na área de cultivo de cana. Os números são divulgados anualmente no Portal de Inspeção do Trabalho, por meio do Radar SIT.
O valor é o maior desde 2011, quando foram registrados 486 casos. Além disso, está 154,9% acima das 142 pessoas resgatadas em 2021. Do total de 2022, 36 trabalhadores foram formalizados no setor de cana-de-açúcar após ação fiscal, totalizando somente 9,9% do número integral de vítimas em situação precária. Nova Cana