Diálogos da Transição

Brasil alcança 29 GW de potência solar; conheça as maiores usinas

Desde julho do ano passado, a fonte solar tem crescido, em média, 1 GW por mês

Brasil alcança 29 GW de potência solar; conheça as maiores usinas
Na quinta e sexta posição estão os empreendimentos Luzia 2 e 3, de 59 MW, da Neoenergia, em operação na Paraíba (Foto: Neoenergia)

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Editada por Nayara Machado
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As instalações de sistemas solares fotovoltaicos no Brasil ultrapassaram a marca de 29 gigawatts (GW) de potência neste início de maio, o equivalente a 13,1% da matriz elétrica do país. O número considera tanto as usinas de grande porte quanto os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), desde 2012 a fonte trouxe ao Brasil cerca de R$ 144 bilhões em novos investimentos e evitou a emissão de 36,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Desde julho do ano passado, a fonte solar tem crescido, em média, 1 GW por mês.

Na geração distribuída, próxima ao consumo, são 20,5 GW de potência instalada em painéis fotovoltaicos, 98,8% de todas as conexões do segmento

Já as usinas de grande porte somam cerca de 8,5 GW. As 10 maiores estão na região Nordeste e no estado de Minas Gerais, de acordo com dados da Aneel.

Serra do Mel I (137 MW) e Serra do Mel II (103 MW) no município de mesmo nome no Rio Grande do Norte são as duas maiores usinas em termos de potência em operação no Brasil.

Inauguradas pela Voltalia em 2022, elas somam 540 mil painéis fotovoltaicos fazem parte do maior cluster da companhia no mundo, que possui potencial de 2,4 GW.

O município Oliveira dos Brejinhos, na Bahia, fica a 600 quilômetros da capital Salvador e abriga as terceira, quarta, sétima e oitava maiores instalações: Sol do Sertão VIII (95 MW), Sol do Sertão XIII (75 MW), Sol do Sertão XII (54 MW) e Terra do Sol VII (54 MW).

Operadas pela Essentia Energia, elas foram inauguradas no segundo semestre de 2021 e integram um complexo com mais de um milhão de painéis bifaciais.

Na quinta e sexta posição estão os empreendimentos Luzia 2 e 3, de 59 MW, da Neoenergia, que entraram em operação também no segundo semestre do ano passado, no município de Santa Luzia, na Paraíba.

O grupo investiu cerca de R$ 457 milhões na construção dos parques, que comercializam a energia no mercado livre. A Neoenergia tem um contrato de 12 anos com a operadora de telecomunicações Claro e pretende vender 100% da energia até 2026.

Fora do Nordeste, o Complexo Janaúba, em Minas Gerais, conta com a 9ª, 10ª (e vai até a 22ª) maiores plantas solares. A maioria das usinas entrou em operação no ano passado.

O maior empreendimento solar da Elera Renováveis, com 1,2 GWp, os investimentos são calculados em R$ 3 bilhões. Os 20 parques solares em Janaúba somam 2, 2 milhões de módulos fotovoltaicos em uma área de mais de 3 mil hectares.

Ranking brasileiro da energia solar:

Energia para hidrogênio

O rápido crescimento das renováveis segue um movimento global. No ano passado, os investimentos na transição do setor de energia de baixo carbono totalizaram o recorde de US$ 1,4 trilhão e alcançaram os aportes na produção e exploração de petróleo.

Para 2023, a expectativa é seguir nessa curva, após um ano de crise energética e climática colocando pressão nas economias para uma guinada em investimentos verdes.

O crescente interesse em novas tecnologias de descarbonização, como o hidrogênio verde, também está abrindo possibilidades para empregar essa eletricidade intermitente. E o Brasil desponta como um potencial exportador de energia.

“O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta, o que abre uma enorme possibilidade para a produção do hidrogênio verde (H2V) mais barato do mundo e o desenvolvimento de novas tecnologias sinérgicas, como o armazenamento de energia e os veículos elétricos”, explica Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.

Esta semana, a associação firmou um Pacto Brasileiro pelo Hidrogênio Renovável com a Abeeólica, Abiogás e AHK Rio, de olho na definição de um marco regulatório para aumentar a competitividade do combustível no Brasil e no exterior.

Citando um estudo da McKinsey, Koloszuk afirma que o Brasil poderá ter uma nova matriz elétrica inteira até 2040 destinada à produção do H2V.

“Para tanto, o país deverá receber cerca de US$ 200 bilhões em investimentos no período, como geração de eletricidade, linhas de transmissão, unidades fabris do combustível e estruturas associadas, incluindo terminais portuários, dutos, armazenagem”, acrescenta.

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