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Bioenergia cresce e evita 94 milhões de toneladas de CO2 em 2024

Recorde de etanol e biodiesel evitou emissões de 94 MtCO2 em 2024, calcula EPE

Veículos a etanol e biodiesel durante o evento "Combustível do Futuro chegou — E30 e B15", na sede do MME, em 25 de junho de 2025 (Foto Tauan Alencar/MME)
Veículos a etanol e biodiesel durante o evento "Combustível do Futuro chegou — E30 e B15", na sede do MME (Foto Tauan Alencar/MME)

NESTA EDIÇÃO. Consumo recorde de biocombustíveis evitou mais de 94 milhões de toneladas de CO2.

Maior contribuição veio do etanol, que ficou mais competitivo em relação à gasolina. Aumento da mistura de biodiesel também ajudou.


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Em 2024, o uso da bioenergia no Brasil evitou mais de 94 milhões de toneladas de CO2, o maior valor da série histórica iniciada em 2006. A maior contribuição veio do etanol (anidro e hidratado) que contribui para mitigar mais de 65 milhões de toneladas de CO2 (MtCO2). 
 
Os dados são da nota técnica Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis 2024, elaborada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 
 
O documento que serve de subsídios para orientar políticas e estratégias do governo brasileiro para o setor chega no contexto da aprovação da lei do Combustível do Futuro, RenovaBio sob pressão e discussão de caminhos para descarbonizar a matriz de transportes no Plano Clima.
 
O consumo de etanol hidratado foi recorde, com 23,6 bilhões de litros. O que evitou a emissão de 30,8 MtCO2.
 
De acordo com a EPE, o recorde na produção (36,83 bilhões de litros) e os estoques elevados ajudaram a impulsionar a demanda recorde pelo hidratado, que se manteve competitivo ao longo de todo o ano passado.
 
A diferenciação tributária também foi um instrumento de fomento ao consumo do combustível renovável. Aplicada desde junho de 2024, a alíquota ad rem para gasolina + etanol anidro colaborou para a competitividade do etanol em relação ao combustível fóssil.
 
Sua concorrente, a gasolina C, fechou o ano com 44,7 bilhões de litros. Foi o maior consumo total de combustíveis do ciclo Otto dos últimos 10 anos e o biocombustível ajudou a mitigar as emissões associadas a esse crescimento.
 
Como a gasolina C é composta de 27,5% de etanol anidro, o biocombustível evitou que 34,5 MtCO2 fossem lançadas à atmosfera.



Foi um ano recorde também para o consumo de biodiesel, que chegou a cerca de 9 bilhões de litros em 2024, ante 7,5 bilhões de litros em 2023. Assim como o anidro, a demanda deste biocombustível é ditada pelo percentual de mistura obrigatória ao diesel.
 
Em março de 2024, o mandato de adição de biodiesel subiu de 12% para 14%, aquecendo a demanda pelo produto derivado de óleos vegetais.
 
O que refletiu também nas emissões: o uso de biodiesel  evitou 26,8 MtCO2 em 2024. No ano anterior, a contribuição tinha ficado em 21 MtCO2.
 
A bioeletricidade foi responsável pelos outros 2 MtCO2 evitados.

A intensidade média de carbono da matriz de transporte rodoviário brasileiro deve cair de 72 para 65,5 gramas de CO2 equivalente por megajoule (gCO2eq/MJ) entre 2022 e 2034 — uma redução de quase 10%, segundo estimativas da EPE.

Em junho, a empresa de pesquisa antecipou projeções de como os biocombustíveis podem contribuir para as metas do programa Mover (Mobilidade Verde), conduzido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A projeção é que veículos leves reduzam sua intensidade de carbono de 64,7 para 57,4 gCO2eq/MJ até 2034.

Já nos veículos pesados, a queda estimada é de 81 para 74,7 gCO2eq/MJ.


Carros híbridos. A GWM inaugurou na sexta (15/8) sua primeira fábrica no Brasil, em Iracemápolis (SP), voltada à produção de veículos híbridos e elétricos. Segundo o MDIC, a unidade é a primeira habilitada no Mover. O investimento previsto é de R$ 4 bilhões até 2026, quando 60% das peças devem ser de origem nacional. 
 
Carro sustentável. No sábado (16), o vice-presidente e ministro afirmou que houve crescimento de 108% na venda de “carros sustentáveis” em uma unidade da concessionária Prima Via Fiat, em Brasília (DF). O aumento considera o mês de julho na comparação com a média de janeiro e junho de 2025. 
 
Renovação da Enel. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda (18), que é “absolutamente crítico” ao contrato de concessão da Enel, distribuidora que atende 24 municípios na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo Tarcísio, governo federal e Aneel não deveriam prorrogar a concessão.
 
Grilagem impune. Levantamento do Imazon aponta que apenas 7% das decisões judiciais, entre 2004 e 2020, em processos sobre grilagem de terras na Amazônia Legal resultaram em punições para os responsáveis. A maior parte das ações é do Pará (60%), seguido por Amazonas (15%) e Tocantins (8%). (Agência Brasil)
 
Estágio no Porto do Açu. As empresas do Grupo Prumo, responsável pelo Porto do Açu, estão com inscrições abertas para o Programa de Estágio Integrado. São vagas para atuar na Prumo Logística, Porto do Açu Operações, Vast Infraestrutura e Ferroport, no Rio de Janeiro e em São João da Barra. Inscrições até 14 de setembro.
 
Estágio na Ocyan. A empresa de serviços para O&G está com inscrições abertas no programa de estágio, para as áreas de Planejamento Estratégico, Negócios Digitais e Tecnologias, TI, Contabilidade, Suprimentos, Comunicação e Sustentabilidade. Oportunidades de atuação no escritório do Rio de Janeiro e na base de Macaé. Inscrições até 17 de setembro.

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