NESTA EDIÇÃO. A nova licitação para os FPSOs de Seap.
Senado marca votação do Paten.
MME e MMA assinam manifestação conjunta para incluir 91 blocos na oferta permanente.
Mercado livre sustenta expansão da geração no Brasil.
Mineradora descobre reservas de terras raras em Minas Gerais.
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Uma nova chance para as plataformas de Sergipe
A Petrobras iniciou no sábado (30/11) a nova tentativa de contratação das plataformas que vão produzir em Sergipe Águas Profundas (Seap).
- A estatal vem tentando contratar as duas unidades há três anos, sem sucesso.
- A demora levou a atrasos no projeto, que passou a ter previsão de entrada em operação em 2030. Antes, a previsão era em 2028.
A baixa competitividade da tentativa de contratação anterior fez a empresa estender o prazo três vezes, antes de desistir da licitação e montar um grupo de trabalho para elaborar uma nova tentativa. A dificuldade de financiamento é uma das principais questões.
Desta vez, a contratação das plataformas será no modelo build, operate and transfer (BOT), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um tempo inicial definido em contrato. Depois desse período, a operação será transferida para a Petrobras.
- A primeira unidade a ser contratada será Seap 2.
- O vencedor da concorrência terá a opção de fornecer também Seap 1, no mesmo modelo BOT.
- Se isso se confirmar, a previsão é que a Seap 1 entre em operação em 2031. Caso contrário, será necessário abrir uma nova concorrência para o ativo e o FPSO ficaria para 2032.
Sergipe é aprincipal nova fronteira de produção de gás do país. O projeto prevê ainda um gasoduto, com capacidade para 18 milhões de m³/d de gás natural, que deve entrar em operação junto com as plataformas.
- As unidades terão capacidade de processar 120 mil barris/dia de petróleo cada e até 12 milhões de m³/d de gás natural, que será exportado diretamente para venda, sem necessidade de tratamento adicional em terra.
A importância do projeto para o mercado nacional de gás tem gerado insatisfação com a estatal. Na visão do senador Laércio Oliveira (PP/SE) , o atraso no projeto é “conveniente” para a companhia que exerce um papel dominante na oferta de gás natural no Brasil.
- Para o senador, sem mais gás nacional, o mercado brasileiro ficará mais exposto às importações de GNL, fator que leva o preço de mercado doméstico a ser influenciado pelo internacional.
Paten na pauta. Senado Federal marcou para 4 de dezembro a votação Programa da Aceleração da Transição Energética (Paten), após o relator Laércio Oliveira (PP/SE) desistir das propostas para reduzir a concentração da Petrobras na oferta de gás natural. O calendário foi definido na semana passada, em reunião de líderes com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG).
Mais gás a caminho. A Equinor recebeu 200 km de tubos de aço para o gasoduto do projeto Raia, na Bacia de Campos, maior projeto de gás natural em andamento no Brasil. Os tubos fabricados pela Tenaris no interior paulista tiveram 99% de conteúdo local no aço utilizado e um contrato de R$ 2 bilhões.
- Segundo a presidente da petroleira norueguesa, Verônica Coelho, alguns fatores que dificultaram o avanço de projetos nos últimos anos no Brasil nos últimos anos foram a falta de previsibilidade de leilões e problemas com o licenciamento ambiental.
Falando em leilões… Os ministérios de Minas e Energia (MME) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) assinaram a manifestação conjunta para disponibilizar 91 blocos exploratórios para oferta permanente no polígono do pré-sal e nas bacias Potiguar e São Francisco.
- O próximo ciclo tem potencial para arrecadar R$ 2,4 bilhões em bônus de assinatura, considerando os sistemas de partilha e de concessão.
O gás argentino é um risco? Gás e hidrogênio muitas vezes devem competir pelo mesmo mercado. O gás natural pode ter papel transitório na industrialização do Brasil, mas encará-lo como solução de longo prazo pode ser pouco vantajoso para um país com potencial de autossuficiência no hidrogênio renovável. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.
Hub de hidrogênio na Bolívia. A estatal YPFB estuda o desenvolvimento de quatro projetos de hidrogênio verde na Bolívia, nas regiões de Entre Ríos, Río Grande, Warnes e Villa Montes. Segundo o diretor de avaliação e controle de projetos da companhia, os resultados são esperados para o terceiro trimestre de 2025.
Mercado livre sustenta expansão. Entre as usinas que entraram em operação comercial no Brasil em 2024, 84% foram destinadas ao ambiente de contratação livre, segundo dados da Aneel. Ao todo, 299 projetos de geração começaram a operar este ano, com potência instalada de 8,5 GW. Desse total, 251 projetos com 8,5 GW de capacidade têm foco no mercado livre.
Também vê maior competição. A ampliação do portfólio de produtos oferecido aos clientes do mercado livre, com novos modelos de contratação da energia elétrica, traz mais flexibilidade ao mercado e permite ao consumidor ter maior controle sobre os seus gastos de energia, na visão dos executivos da CPFL Energia. As comercializadoras têm buscado novas formas de negociar energia, de modo a lidar com a maior competitividade no segmento.
Logística para eólica offshore. O Porto do Açu, no Rio de Janeiro, assinou, na quinta (28/11), um memorando de entendimento com a empresa belga Sarens, para estudar parcerias em soluções logísticas no transporte de componentes da cadeia de energia eólica offshore. O plano é ser um hub de apoio à indústria, além de um polo de fabricação e montagem da cadeia de valor.
Terras raras em MG. A mineradora Cabo Verde Mineração, por meio de sua controladora Copem, anunciou a descoberta de elementos terras raras (ETR) em suas áreas de exploração nos municípios de Cabo Verde, Muzambinho e Botelhos, localizados no Sul de Minas Gerais. A companhia espera investir R$ 70 milhões em uma planta de beneficiamento.