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Semana decisiva para o barril de petróleo à frente

Eventos geopolíticos dos próximos dias vão definir tendências para os preços

FPSO Marechal Duque de Caxias
FPSO Marechal Duque de Caxias | Petrobras/Reprodução

NESTA EDIÇÃO.

Novembro começa com definições importantes para o petróleo.
 
Petrobras confiante sobre licença para perfurar na Margem Equatorial.
 
Indústria pede mais transparência sobre fator de recuperação.
 
ANP aprova consulta sobre mudança no marco do GLP.
 
MME autoriza importação da energia do Paraguai para o mercado livre. 
 
Câmara aprova projeto para divisão de CBIOs


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As tendências futuras para o preço do barril de petróleo no mercado internacional vão depender de eventos geopolíticos previstos para os próximos dias. 
 
O barril tipo Brent encerrou a quinta (31/10) negociado a US$ 74,05, alta de 2%. 
 
Mas as indicações da próxima semana podem ampliar a volatilidade das negociações no curto prazo. 
 
Na terça-feira (5/11), ocorrem as eleições presidenciais nos Estados Unidos, maior economia do mundo e também maior produtor global de petróleo

  • Kamala Harris (Democratas) e Donald Trump (Republicanos) se enfrentam em um dos pleitos mais apertados dos últimos anos. 

Em paralelo, qualquer indicação sobre o futuro da demanda chinesa também tende a impactar os preços. 

A China é o maior importador de petróleo do mundo, mas enfrenta sinais de uma crise imobiliária em meio à aceleração da adoção de fontes menos poluentes de energia. 

  • Em setembro, as importações chinesas de petróleo bruto caíram cerca de 1 milhão de barris por dia em relação ao mês de agosto, segundo informações da Hedgepoint Global Markets.
  • “Em resumo, há sinais de que o consumo de gasolina e diesel no país poderá em breve atingir seu pico de demanda uma vez que as importações parecem estar perdendo força. A transição energética no país vem se acelerando”, diz a consultoria em relatório 

Seguem, ainda, as tensões geopolíticas no Oriente Médio, com os ataques entre Israel e Irã

  • Os mais recentes ataques arrefeceram os receios de que os israelenses poderiam atacar a infraestrutura da indústria de petróleo iraniana, uma das maiores da região. Mas a guerra continua. 

Os próximos desenvolvimentos devem, inclusive, influenciar a decisão da Opep+ sobre o relaxamento das restrições à produção previsto para ocorrer a partir de dezembro. 
 
O cartel tem adiado o aumento na produção, de modo a segurar os preços do barril em patamares mais elevados. A próxima reunião do grupo está prevista para 1º de dezembro. 
 
A consultoria Rystad Energy lembra que o mercado vive questões de sobreoferta, com a ampliação da produção de petróleo e gás nos Estados Unidos e no Canadá nos últimos meses. 
 
São justamente as incertezas geopolíticas que têm ajudado a manter os preços do barril em patamares mais elevados. 



Petrobras vê avanço para perfurar na Margem. A Petrobras considera que houve um importante avanço no licenciamento para perfuração no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, afirmou a companhia, em nota. Um parecer assinado por analistas ambientais do Ibama recomendou, novamente, a rejeição ou arquivamento do licenciamento.
 
SEAP é tema de acusações no Senado. Os senadores Rogério Carvalho (PT) e Laércio Oliveira (PP) trocaram acusações no plenário após o petista afirmar que um projeto de Oliveira colocaria em risco os investimentos da Petrobras em Sergipe, estado de ambos os parlamentares.

  • Oliveira propôs medidas de desconcentração da oferta de gás natural, que mira a Petrobras; prevê, entre outras medidas, o fim de contratos em que a companhia compra de outros produtores e o gas release, um programa que levaria a Petrobras a vender, de forma regulada, parcelas da sua produção.

Recuperação. A divulgação dos dados individuais de fator de recuperação por campo e por operadora, além da evolução dos percentuais ao longo do tempo, vai ser fundamental para que o Brasil consiga ampliar os índices e produzir mais petróleo, defende o presidente-executivo da Abespetro, Telmo Ghiorzi. A associação vai levar a sugestão à consulta pública sobre a agenda regulatória da ANP. 

Conteúdo local. A ANP aprovou o relatório do grupo de trabalho sobre conteúdo local, com os indicadores que devem servir de parâmetro para a análise da política. A ANP também efetuou os cálculos dos indicadores com as informações disponíveis na base de dados da agência até 2023. Veja quais são os indicadores definidos para o acompanhamento da política de conteúdo local.

Marco do GLP. A ANP aprovou a realização de consulta prévia sobre o relatório preliminar de análise de impacto regulatório (AIR) que trata da revisão do marco regulatório da distribuição e revenda de gás liquefeito de petróleo (GLP), o “gás de botijão”. Entre os pontos colocados em consulta está o fim da vedação do uso para outras finalidades, além do enchimento de vasilhames com sistema de rastreamento, enchimento remoto (total ou fracionado) e contratos de envase por terceiros.

Petróleo da União. A Petrobras e a PetroChina venceram o leilão da PPSA de quarta-feira (31) que negociou cinco cargas de petróleo da União do campo de Sépia, com volume estimado de 2,5 milhões de barris

  • O lote de 500 mil barris e previsão de carregamento para dezembro de 2024 foi vencido pela PetroChina, enquanto a carga com estimativa de 2 milhões de barris e previsão de carregamento entre janeiro e abril de 2025 foi arrematado pela Petrobras

Financiamento para fósseis. O deputado Nilto Tatto (PT/SP) apresentou, nesta quinta-feira (31/10), na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 176/2024, que proíbe a concessão de financiamento a atividades com alta emissão de carbono com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento. É o caso de empreendimentos de geração elétrica por combustíveis fósseis e atividades de exploração, produção e transporte de petróleo e gás natural.

R$ 500 milhões em encargos em Portocém. A Aneel negou um pedido da New Fortress para isenção de pagamento de encargos de R$ 500 milhões. A penalidade se refere à Usina Termelétrica Portocém, licitada no leilão de reserva de capacidade de 2021. A companhia vai recorrer da decisão.

  • Agentes do setor veem a situação com preocupação, já que a usina é a de maior capacidade do leilão. Além disso, a multa poderia trazer custos que inviabilizariam o empreendimento, orçado em R$ 5,3 bilhões.

Energia do Paraguai no mercado livre. O MME autorizou a importação de energia do Paraguai para fornecimento em contratos do mercado livre. A medida faz parte do memorando de entendimento entre Brasil e Paraguai, assinado em abril deste ano. Comercializadoras paraguaias poderão negociar com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Securitização dos recursos da Eletrobras. O Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) apresentou uma representação para apurar irregularidades na securitização de recursos da privatização da Eletrobras. A ação é assinada pelo subprocurador-geral do MPTCU, Lucas Furtado

  • Durante a reunião da terça-feira (29), a Aneel apontou que a antecipação de recebíveis da Eletrobras gerou uma queda média de 0,02% nas tarifas de energia elétrica dos consumidores de todo o Brasil. À época do anúncio da medida, a expectativa do MME era que a redução chegaria a 3,5%.

Hidrogênio no CE. O Governo do Ceará assinou um pré-contrato com a empresa norueguesa Fuella AS, para a instalação de uma planta de hidrogênio verde e amônia na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Porto do Pecém. A iniciativa prevê investimentos de R$ 9 bilhões, segundo o governo cearense.
 
CBIOs para plantadores de cana. A Câmara dos Deputados aprovou o PL 3149/2020, da divisão dos créditos de descarbonização (CBIOs) do RenovaBio, entre produtores de etanol e fornecedores de matéria-prima. A proposta segue para o Senado Federal e contou com apoio de usineiros e produtores de cana.