NESTA EDIÇÃO. Brent fecha no maior nível desde agosto com novas restrições dos EUA à Rússia.
Petrobras reitera compromisso em evitar repasse da volatilidade aos combustíveis.
Brasil retoma processo de adesão à Irena.
Diretora substituta deve ajudar a destravar 19 processos empatados na Aneel.
Justiça derruba liminar favorável à Cigás na transferência da Amazonas Energia.
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Sanções elevam preço do óleo em cenário incerto, à espera de Trump
Os preços do barril de petróleo sentiram o impacto do anúncio de novas sanções à Rússia pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Na segunda-feira (13/1), o Brent voltou a ultrapassar a casa dos US$ 80 e fechou o dia nos maiores níveis desde agosto.
- O contrato do Brent para março ficou em US$ 81,01 o barril, alta de 1,56%. Já o WTI ficou em US$ 78,82 o barril, aumento de 2,93%.
- De acordo com o Goldman Sachs, os navios sancionados transportaram 1,7 milhões de barris/dia em 2024, o que corresponde a 25% das exportações da Rússia no ano passado.
Analistas apontam que as restrições anunciadas por Biden impactam grandes produtores de óleo e gás, assim como navios, seguradoras e outros agentes envolvidos no comércio internacional dos produtos russos. Entretanto, há incertezas sobre a disposição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de manter a política de restrições à Rússia adotada por Biden.
- Trump assume o cargo na próxima segunda (20/1). Durante o primeiro mandato do republicano (2016-2020), os países estreitaram relações.
- Para o Goldman Sachs, a tendência é que Trump evite estimular grandes quedas na exportação de óleo russo, dada a promessa de campanha de baixar os preços da energia.
Viu isso? Biden veta exploração de petróleo nos EUA no mesmo dia da confirmação de Trump.
Ainda assim, a expectativa do mercado é de alta para os preços do barril no curto prazo, devido à política da Opep+ de estender os cortes de produção para este ano.
Há ainda a expectativa de que o novo presidente dos EUA endureça as restrições ao Irã.
“Essas novas medidas alimentam os temores de que novas sanções ou novos endurecimentos sejam aplicados ao Irã, que também é um importante exportador de petróleo para o mercado internacional, especialmente para os países asiáticos”, aponta a analista da StoneX, Isabela Garcia.
No Brasil… Com a escalada do barril, a Petrobras reiterou que evita o repasse da volatilidade externa para os preços internos de combustíveis.
- A defasagem dos preços nas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional atingiu 22% no diesel e 13% na gasolina na última sexta-feira (10), reabrindo a expectativa do mercado para reajustes por parte da estatal. (Agência Estado)
Missão ao Oriente Médio. O MME anunciou, no sábado (11/1), a retomada do processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). O processo de adesão do Brasil havia sido interrompido durante o governo de Jair Bolsonaro.
- Na segunda (13), o ministério também avançou em um diálogo para a cooperação a empresa estatal petrolífera Saudi Aramco para a transferência de conhecimento tecnológico em inteligência artificial, descarbonização da operação de óleo e gás e estudo sismológico do fundo do mar.
Aneel pode destravar processos. Com a indicação da diretora substituta, Ludimila Lima da Silva, na semana passada, a tendência é de desempate de casos emperrados na agência. Ao todo, são 19 processos em impasse, incluindo a quitação das contas Covid e Escassez Hídrica, por exemplo. Veja a lista completa.
Imbróglio no Amazonas continua. O presidente do TRF-1, desembargador João Batista Moreira, derrubou a liminar favorável à Cigás no processo de transferência do controle da Amazonas Energia à Âmbar, do grupo J&F. A Cigás pleiteava a necessidade de dar aval à conversão de contratos da Amazonas Energia.
- Com a decisão, o magistrado cancelou os efeitos da liminar concedida pelo desembargador federal plantonista Ney Bello na semana passada. Assim, os contratos de compra e venda de energia poderão ser transformados em contratos de energia de reserva.
Opinião: O crescimento econômico e populacional em Roraima já se demonstrou efetivo com a entrada da UTE Jaguatirica II. Ocorre que, dadas as previsões futuras para a demanda elétrica no próximo ano de 2025, é recomendável uma evolução da confiabilidade de suprimento para sustentar o contínuo crescimento e necessidade da população, escreve Lucas de Almeida Ribeiro, gerente Regulatório da Eneva.