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Reta final: perfuração na Foz do Amazonas está a uma assinatura de se concretizar

Ibama pede ajustes finais, mas aprova simulado operacional da Petrobras no Amapá, etapa crucial para emissão da licença

Reta final: perfuração na Foz do Amazonas está a uma assinatura de se concretizar

NESTA EDIÇÃO. Ibama aprova simulado da Petrobras na Foz do Amazonas, com ressalvas; estatal vai apresentar ajustes ainda esta semana. 

Alexandre Silveira evita cravar posição do MME sobre proposta de reforma das regras de distribuição de GLP.
China apresenta nova meta climática e promete 3,6 TW de solar e eólica até 2035.

Lula indica que vai levar o tema dos minerais críticos às negociações com Donald Trump na próxima semana. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A Petrobras está muito perto de conseguir a licença ambiental para a primeira perfuração em águas profundas na Bacia da Foz do Amazonas, depois de conseguir na quarta (24/9) a aprovação do Ibama da Avaliação Pré-Operacional (APO) que realizou em agosto no bloco FZA-M-59. 

  • O órgão ambiental deu um parecer positivo, mas pediu ajustes e esclarecimentos.
  • A Petrobras precisa reapresentar o Plano de Proteção à Fauna, uma das ressalvas do órgão. A companhia confirmou que vai revisar o plano conforme as observações apontadas no parecer e apresentará o documento até sexta-feira (26/9).
  • A expectativa agora é da elaboração das condicionantes da licença e a liberação pelo Ibama. 
  • A APO foi um simulado para testar a capacidade de resposta a eventuais emergências. 

A aprovação do simulado é um passo significativo, dado que a área ambiental do governo já deixou claro ser contra a atividade, que vai marcar a abertura de uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás no país.

Do lado da Petrobras, a expectativa é que a liberação ocorra o mais rápido possível, dado que a sonda utilizada no simulado foi deslocada para o local da perfuração e pode iniciar a atividade prontamente

  • A companhia tem pressa: o custo diário com a sonda e embarcações de apoio deslocados para a costa do Amapá é de R$ 4,6 milhões. O prejuízo já é bilionário
  • A estatal prevê perfurar até oito poços em águas profundas na região.

Mas tem uma COP no meio…. Cabe ressaltar que, apesar da pressa, a realização da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU ali do lado, em Belém, em novembro, pode pesar sobre o calendário da aprovação

O presidente Lula (PT) enxerga a atividade como uma forma de usar os recursos do petróleo para financiar a transição energética e a preservação da Amazônia,  lógica que também é defendida por outras lideranças políticas do Norte e Nordeste do país. 

  • “Essa conquista é do povo da floresta, da população da Amazônia e, em especial, dos amapaenses. É o início de uma nova era de oportunidades e desenvolvimento sustentável para o nosso estado e para o Brasil”, disse o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União/AP) na noite de quarta (24). 
  • Mais cedo, antes da confirmação da aprovação do simulado pelo Ibama, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), disse que está confiante de que a Petrobras vai encontrar petróleo na região: “Eu acredito muito que nós teremos, no primeiro semestre do ano que vem, boas notícias com relação à perfuração”, disse na Liquid Gas Week, no Rio de Janeiro. 


xxxxxx. xxxxxx. Preço do barril. Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão de quarta-feira (24/9), em alta. A persistência de tensões geopolíticas e a possível redução no suprimento de petróleo russo preocupam o mercado.

  • O Brent para dezembro subiu 2,22% (US$ 1,49), a US$ 68,46 o barril.
  • Também influenciam as cotações os estoques de petróleo nos EUA, que caíram 607 mil barris na semana passada, segundo os dados mais recentes do Departamento de Energia. 

Reforma do GLP. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, evitou cravar se há uma posição da pasta contrária à proposta de reforma das regras de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), em curso na ANP. Pregou o “bom senso e diálogo” na discussão, durante a Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro. O evento foi marcado pela defesa da manutenção das regras vigentes.

  • O fim da exclusividade das distribuidoras no enchimento de botijões reduz o incentivo das empresas para requalificar a embalagem, disse o professor da FGV, Carlos Ragazzo.
  • concorrência no mercado mesmo com poucas empresas na distribuição, na visão do diretor de Relações Institucionais e Jurídico da Supergasbras, Ricardo Tonietto.
  • A reforma regulatória pode prejudicar a execução do Gás do Povo, na visão do advogado Guilherme Vinhas, sócio do Vinhas e Redenschi Advogados.
  • O diretor da consultoria Prospectiva Public Affairs, Felipe Oppelt, viu como uma sinalização positiva do governo ao mercado deixar de fora da MP do Gás do Povo as propostas da reforma. 
  • Para a professora da PUC-Rio, Adriana Gioda, o programa Gás do Povo foi bem formatado, mas ainda não vai solucionar todo o problema do acesso a fontes de cocção limpa no país.  

Preço do gás no Brasil. O modelo do leilão de gás natural da União, previsto para 2026, deveria oferecer não só um preço competitivo para a indústria, mas também condições de contratos flexíveis, na visão da Yara Fertilizantes, uma das principais clientes industriais do mercado brasileiro. 

  • Esse foi um dos assuntos do novo episódio do videocast gas week, com Lara Terra, gerente de Sourcing de Energia na Yara 

China promete seis vezes mais eólica e solar. Maior emissora global, a China anunciou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) na tarde de quarta (24/9), na Cúpula do Clima das Nações Unidas em Nova York.

  • O país planeja reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 7% e 10% até 2035 em relação ao pico, apoiada em uma expansão significativa da capacidade de geração renovável. A promessa é atingir emissões líquidas zero até 2060.

Enquanto isso, outras NDCs em cima do prazo. O fim do prazo para as novas NDCs é 30 de setembro, mas apenas 50 países, dentre mais de 190, entregaram suas ambições. De acordo com a WRI, os compromissos entregues até o início do mês alcançavam apenas 24% das emissões globais.
 
Data centers no Ceará. O governador Elmano de Freitas (PT) prometeu um sistema de tratamento de água para abastecer as empresas de armazenamento e processamento de dados que se instalarem no estado. O complexo do Porto do Pecém, região metropolitana de Fortaleza, vai receber o novo polo industrial.
 
Judicialização do leilão dos sistemas isolados. A empresa AMZ Comércio e Serviços de Máquinas entrou com pedido de medida cautelar no Superior Tribunal de Justiça contra a retirada do maior lote do leilão de sistemas isolados, marcado para sexta-feira (26). (Agência Infra)
 
Volkswagen testa B100. Junto com a EcoRodovias, a Volkswagen Caminhões e Ônibus iniciou a avaliação do uso de biodiesel puro (B100) no abastecimento da frota. Os testes vão durar 12 meses e serão aplicados em um caminhão pipa e três guinchos
 
Aliança pelos biocombustíveis. O MME abriu uma chamada para representantes da sociedade civil ligados ao setor de biocombustíveis apresentarem candidaturas para o Conselho Consultivo da Indústria da Aliança Global pelos Biocombustíveis (GBA, em inglês). As candidaturas devem ser enviadas em inglês para o Secretariado da GBA.
 
Transição injusta. O presidente Lula foi à Assembléia Geral da ONU em Nova York esta semana com a clara missão de reforçar a cobrança por recursos para que países de renda média e baixa — muitos deles ricos em minérios críticos — possam ser integrados à transição energética. Leia os detalhes na diálogos da transição
 
Negociação à vista. Lula indicou que aceita levar a questão da exploração de minerais críticos e terras raras à mesa de negociação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em encontro previsto para a semana que vem. Segundo ele, a única coisa que o Brasil não está disposto é se tornar um mero “exportador de minérios”. (Valor Econômico)
 
Opinião: À medida que o mundo se prepara para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, um dos temas centrais em debate é o papel crucial da tributação ambiental no incentivo e na restrição da matriz energética global, escreve o CEO da Omnitax, Paulo Zirnberger.

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