NESTA EDIÇÃO.Os reservatórios das usinas hidrelétricas devem chegar ao fim de setembro em níveis abaixo do esperado no começo do mês. Ministro volta a defender retorno do horário de verão.
ONS altera restrições de geração solar e fotovoltaica no RN e CE. Como as hidrelétricas reversíveis podem contribuir para o sistema elétrico brasileiro.
Petroleiras independentes defendem aceleração em agenda da ANP.
E Alemanha e Austrália fecham acordo para hidrogênio.
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Reservatórios abaixo do previsto
A seca. Os reservatórios das usinas hidrelétricas devem chegar ao fim de setembro em níveis abaixo do esperado no começo do mês, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O Brasil vive uma intensa estiagem, que afeta os níveis de água das usinas.
Os subsistemas Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste tiveram reduções nas projeções de armazenamento de água na atualização mais recente do boletim do Programa Mensal de Operação (PMO).
A região Sul é a única que deve ter aumento nos volumes de água nos reservatórios em relação ao previsto no início do mês.
- Segundo o Inmet, a região deve receber pancadas de chuvas ao final desta semana, especialmente no Rio Grande do Sul, devido a passagem de um sistema frontal.
- A previsão é de que o Sudeste também tenha chuvas no começo da semana, mas para a maior parte do país a previsão é de tempo quente e seco nos próximos dias.
O ONS ressaltou que a redução dos níveis dos reservatórios é um comportamento previsto ao longo da estação seca e que acompanha os dados para a eventual necessidade de implementação de ações excepcionais.
Uma das medidas na mesa para reduzir os impactos da estiagem no setor elétrico é o retorno do horário de verão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a defender que é preciso rediscutir o tema. “Passa a ser uma realidade muito premente”, disse à Rádio Itatiaia na segunda-feira (16/9).
No começo do mês, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou a usina de Belo Monte (PA) a operar com uma vazão mínima de 100 metros cúbicos por segundo, três vezes menor que a usual. Com isso, a usina está conseguindo gerar de forma instantânea até 2440 megawatts (MW).
- O objetivo é garantir que o empreendimento consiga ampliar a geração em novembro, entre o fim do período seco e o início do chuvoso, quando os reservatórios vão estar no ponto mais crítico.
Mudanças nas restrições de renováveis. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai alterar os processos de restrição de geração eólica e fotovoltaica a partir desta terça-feira (17/9). Essas restrições de geração ocorrem por causa da limitação na rede de transmissão. Com a alteração, o operador vai passar a considerar um conjunto maior de geradores agrupados para estimar o impacto no fluxo de potência que precisa ser controlado. Medida será implementada inicialmente nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará.
Hidrelétricas reversíveis. As usinas hidrelétricas reversíveis (UHR) ou flexíveis são uma modalidade de geração que pode garantir energia elétrica despachável em momentos de maior necessidade do sistema. Esse tipo de usina tem aparecido nas discussões do setor, em meio à necessidade do Brasil de ter mais potência disponível para atender a momentos de pico de consumo. Entenda como funcionam essas usinas e como elas podem contribuir para o sistema elétrico brasileiro.
Compass conclui aquisição. A Compass concluiu nesta segunda-feira (16/9) a aquisição de 51% da Copel na Compagas, a distribuidora estadual de gás canalizado do Paraná. Com a transação, no valor de R$ 906 milhões, a serem pagos até 2026, a Compass assume o controle de sua quarta concessionária de gás natural no país.
Abpip pede aceleração de agenda regulatória. Os produtores independentes de petróleo pedem maior celeridade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para avançar com a nova agenda regulatória, colocada em consulta prévia na terça-feira (16/9). A avaliação da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás Natural (Abpip) é de que a agenda é muito extensa e que vários assuntos colocados em consulta pública já estão sendo debatidos há muito tempo, alguns desde 2014.
Alemanha fecha acordo para hidrogênio australiano. A Austrália e Alemanha firmaram, na sexta (13/9), um acordo em que ambos os países se comprometeram a expandir as cadeias de fornecimento de hidrogênio verde, com a ajuda de um financiamento de € 400 milhões do fundo alemão H2Global. A iniciativa visa a garantir compradores europeus para os produtores australianos de hidrogênio renovável.
Opinião: A amônia verde oferece uma oportunidade única para o Brasil reduzir sua dependência de fertilizantes importados, fortalecer o agronegócio e impulsionar a transição energética. O Rehidro, criado como parte da estratégia nacional de descarbonização, pode desempenhar um papel crucial no apoio à produção de hidrogênio e amônia verdes, reduzindo o capex dos projetos nessa área, escreve o sócio-fundador da Simões Corrêa, Sacramento & Lacal Advogados, Bruno Corrêa.
Norueguesa entra nos mercados de hidrogênio e CCS. A companhia norueguesa Höegh LNG, que atua na operação de terminais de importação de gás natural liquefeito (GNL), anunciou nesta segunda (16/9) a mudança de nome para Höegh Evi, após expandir seus negócios para os mercados de hidrogênio e captura e armazenamento de carbono (CCS). No Brasil, a companhia é responsável pela FSRU do Terminal de Regaseificação de GNL de São Paulo (TRSP), no Porto de Santos, operado pela Compass.