NESTA EDIÇÃO. A queda de Assad no conflito na Síria, que envolve grandes potências do mercado de petróleo.
Leilão A-3 termina sem interessados; A-1 e A-2 negociam R$ 6 bi.
As tendências para os PPAs no mercado livre.
ES propõe redução de imposto para GNV e biometano.
Yara inicia produção de amônia a partir de biometano em SP.
Os setores que podem ser impactados pelo acordo UE-Mercosul.
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Queda de ditador sírio pode trazer novas instabilidades para o Oriente Médio
A queda do ditador Bashar al Assad na Síria no último final de semana tende a trazer novas instabilidades para uma região que é crucial para o fornecimento global de petróleo.
Apesar de o país estar envolvido em uma guerra civil há mais de uma década e não ter uma grande extração de petróleo, o conflito sírio envolvia grandes potências do mercado.
- Irã e Rússia apoiaram Assad contra os grupos rebeldes, que recebiam suporte dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.
- A Síria tem reservas de petróleo e chegou a produzir mais de 400 mil barris/dia antes da guerra, mas nos últimos anos a extração caiu fortemente e passou a ser controlada sobretudo pelos grupos rebeldes.
- Os receios para o mercado envolvem sobretudo o possível “efeito dominó” da crise síria sobre outros conflitos na região (Valor Econômico)
Antes da queda no regime sírio, na semana passada, a Opep+ havia anunciado a intenção de estender os cortes de produção voluntários ao longo de 2025. Analistas previam que a decisão traria estabilidade aos preços do barril.
- De acordo com a consultoria Rystad Energy, o impacto da decisão do cartel na oferta em 2025 será de uma redução em 1,03 milhão de barris/dia. A previsão para o ano que vem era de um excesso em 700 mil barris/dia no suprimento global e agora a expectativa é de um déficit de 335 mil barris/dia.
- Já o Goldman Sachs estima que a média do barril tipo Brent em 2025 deve ser de US$ 76, com possibilidade de altas no curto prazo caso ocorram reduções na produção iraniana
Na sexta (6/12), o Brent encerrou o dia a US$ 71,12, queda de 1,35%.
No Brasil… a produção de petróleo e gás no mês de outubro foi de 4,268 milhões de barris de óleo equivalentes por dia, uma redução de 271 mil boe/d em relação ao mês anterior. Paradas programadas no pré-sal levaram à queda na extração. Veja as 10 plataformas com maior produção de óleo e gás em outubro de 2024.
Leilão de energia existente. O certame realizado na sexta (6/12) terminou sem interessados na etapa A-3, com suprimento a partir de 2027. Os demais, A-1 e A-2, para início de fornecimento em 2025 e 2026, tiveram a negociação de R$ 6 bilhões, com economia de R$ 1,15 bilhão para os consumidores.
Expansão renovável. A matriz elétrica brasileira fechou o mês de novembro com 10.303,24 MW de expansão no acumulado de 2024, sendo 90,14% da potência instalada oriunda das fontes solar fotovoltaica (51,18%) e eólica (38,96%), de acordo com a Aneel.
Tendências para os PPAs no mercado livre. Os preços para aquisição de energia no mercado livre brasileiro por meio de contratos de compra e venda a longo prazo (PPAs) tendem a sofrer maiores pressões nos próximos anos devido à maior demanda, por isso, esses acordos vão exigir uma tomada de decisão mais ágil. A conclusão é de um relatório elaborado pela Schneider Electric.
- Para 2025, a tendência é de uma demanda estável no Brasil por PPAs tradicionais de geração renovável, mas de crescente interesse pelo modelo de autoprodução de energia.
Simulações do ambiente livre na baixa tensão. A autorização da Aneel para que quatro cooperativas de distribuição simulem contratações no mercado livre de energia para clientes de baixa tensão vai ser um teste para o comportamento do consumidor. Durante 2025, cooperativas que operam nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina vão testar as dinâmicas de contratação junto aos clientes. Veja como vai funcionar.
Imposto menor para o gás. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), assinou um projeto de lei que reduz o ICMS sobre o GNV e o biometano no estado, de 17% para 12%. A proposta segue agora para a Assembleia Legislativa. O objetivo do governo capixaba é fomentar o uso do gás no transporte, em linha com o programa estadual ES Mais+Gás.
Tarifas de transporte. A ANP suspendeu o processo de oferta de capacidade da TBG para avaliar distorções no processo. É a segunda vez, em menos de um ano, que o modelo de cálculo das tarifas de transporte é colocado em xeque. Leia na gas week.
Fertilizante de baixo carbono. A norueguesa Yara começou a produzir amônia renovável no Brasil na sexta-feira (6/12), utilizando biometano, no Complexo Industrial de Cubatão (SP). Segundo a empresa, a iniciativa reduz em 75% a pegada de carbono em comparação à amônia produzida a partir de gás natural.
Mar do Norte desponta como fornecedor de hidrogênio verde. Mais do que uma oportunidade para o cumprimento das metas climáticas da União Europeia, a geração de energia eólica offshore para a produção do gás renovável na região é também um caminho para sua segurança energética, reduzindo a dependência de importações. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.
Acordo UE-Mercosul. Após 25 anos de vai e vem, os presidentes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e da Comissão Europeia anunciaram, na sexta (6/12), a conclusão definitiva das negociações. As vantagens do acordo estão sendo apontadas em setores como engenharia mecânica, energia verde, química e exportações tecnológicas da Europa para a Argentina e de matérias-primas cobiçadas do Brasil para a Europa. Leia na diálogos da transição.