Produção da Bacia de Campos em 2020 foi a menor do século

Atualizada em 31 de março, às 12h19

O FPSO Campos dos Goytacazes está no campo de Tartaruga Verde desde maio. Foto: Cortesia Ibama
O FPSO Campos dos Goytacazes está no campo de Tartaruga Verde desde maio. Foto: Cortesia Ibama

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Editada por Gustavo Gaudarde
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A produção da Bacia de Campos registrou, ao fim de 2020, o menor volume deste século, de 679 mil barris por dia. Deste total, 607 mil b/d foram extraídos pela Petrobras, segundo dados divulgados pela empresa e compilados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

— O dado revela um retrocesso em comparação ao ano 2000, quando a produção na bacia registrou a marca de 1 milhão de b/d. O desempenho de Campos vem caindo ano a ano.

— Já em 2017, a produção em Campos ficou abaixo de 1 milhão de b/d. E, nos últimos seis anos, caiu pela metade (em 2015, era de 1,34 milhão de b/d).

— Isso ocorre porque campos gigantes que, no passado, chegaram a responder por 80% do volume de petróleo extraído no país, entraram em declínio. A continuidade do aproveitamento da região depende de investimento e uso de tecnologias de recuperação.

— Junto com a bacia, municípios fluminenses, como Macaé e Campos dos Goytacazes, viram suas receitas minguarem, por conta da queda de arrecadação de royalties e participações especiais, pagas pelas companhias petrolíferas que atuam em grandes reservatórios.

— A Petrobras ainda responde por 90% do total produzido na Bacia de Campos. De 2015 a 2020, a extração das petroleiras privadas caiu 47%, de 133,7 mil para 71,2 mil b/d. Apenas Perenco, Tridenty e PetroRio extraíram mais óleo em Campos no período. Shell, Equinor e Dommo tiveram forte redução, e a Chevron deixou de produzir em 2020, como operadora.

Correção: a participação das empresas se refere à produção como operadora dos campos. A Chevron vendeu sua participação em Frade (hoje é 100% PetroRio). A Chevron detém produção própria no Brasil por meio da participação no campo de Papa-Terra, operado pela Petrobras, na Bacia de Campos. 

— As operadoras em crescimento entraram na bacia por meio ds aquisição de ativos da Petrobras e de outras operadoras. Perenco e Tridenty estrearam no offshore brasileiro com a compra de campos do programa de desinvestimento em anos recentes; PetroRio começou com a operação de Polvo, operado originalmente pela BP. Estado de Minas, com Estadão Conteúdo

Para a agenda. Transição energética, infraestrutura, abastecimento e GLP nas próximas entrevistas e lives da epbr:

  • Quarta (31), às 18h. O epbr entrevista receberá Valéria Lima, diretora de Downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), para uma conversa sobre o cenário do abastecimento nacional, venda de refinarias, descarbonização e Renovabio. https://youtu.be/ph80qulMByI
  • Quinta (1º), às 18h. O convidado será José Firmo, CEO do Porto do Açu, complexo portuário no Norte Fluminense. A pauta são os planos para viabilização de novos projetos de hidrogênio verde, gás natural e infraestrutura para energia. https://youtu.be/r6WJaBcYcks
  • Terça (6/4), às 17h. O webinar Livre Mercado: um debate latino sobre a formação de preços do GLP reúne Cláudia Viegas, diretora da LCA; Marcelo Colomer, Pesquisador do GEE-UFRJ; e Christino Áureo, deputado federal e coordenador da Freper, para uma conversa sobre política e mercado para o GLP. https://youtu.be/gZfipdyNLEs

Petróleo sobe com expectativa pela Opep+ Os preços do petróleo subiram quase 1% nessa segunda (29/3), após notícias de que a Rússia deve apoiar que a oferta da commodity pelo OPEP+ seja mantida estável. A organização de países produtores volta a se reunir em 1º de abril para decidir sobre a oferta.

— O Brent fechou em alta de US$ 0,41, a US$ 64,68 o barril, enquanto o WTI avançou US$ 0,59, para US$ 61,56 o barril.

— A Rússia apoiaria a manutenção dos atuais níveis de oferta da Opep+ em maio, mas buscaria um aumento relativamente pequeno em sua própria produção visando atender uma maior demanda sazonal, disse à Reuters uma fonte próxima da estratégia dos russos.

– Os contratos futuros registravam queda no início da sessão, por notícias de que o navio porta-contêineres Ever Given, que bloqueou o tráfego no Canal de Suez por quase uma semana, havia sido liberado do encalhe.

Etanol cai nas bombas. Após semanas de altas consecutivas nas bombas, os preços do etanol hidratado caíram nos postos da maior parte dos estados na semana passada.

— Segundo levantamento da ANP, na semana até o dia 27, os preços do etanol caíram nos postos de 17 estados e do Distrito Federal e só subiram em nove estados.

— Mas, mesmo com a desvalorização na maior parte do país, o etanol ainda não recuperou a competitividade e seguiu acima de 70% do valor da gasolina em todos os estados. Valor

Gerente de RH da Petrobras é demitido. Homem de confiança do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o gerente executivo de Recursos Humanos da empresa, Cláudio Costa, foi demitido nessa segunda (29).

— Em nota ao mercado, a petroleira atribui a demissão à a negociação de ações da Petrobras nos 15 dias que antecedem a divulgação das demonstrações financeiras da companhia, o que é proibido por normas internas.

— Além de deixar a estatal, Costa se desligou do Conselho de Administração da Transpetro. “Concluí minha jornada no grupo Petrobras”, afirmou o ex-gerente ao Estadão/Broadcast no início da tarde. “São inverdades que estão sendo divulgadas contra mim”, acrescentou.

— Rumores de que informações privilegiadas estão sendo usadas em benefício de alguns investidores surgiram desde que Castello Branco foi demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em 19 de fevereiro. A CVM diz que “não comenta casos específicos”.

— Cláudio Costa ingressou na Petrobras junto com Castello Branco, em janeiro de 2019. Em seu LinkedIn, ele se descreve como “liderança do projeto de transformação cultural da maior companhia brasileira” e diz que seu trabalho teve “foco na eficiência, meritocracia e foco em resultados”.

Aviação verde. Os clientes corporativos da Air France e da KLM, após uma estimativa das emissões de CO₂ associadas às suas viagens, poderão determinar uma contribuição anual que desejam dedicar ao programa de Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

— Todas as contribuições da Air France e da KLM serão investidas no abastecimento e consumo de SAF. Isso apoiará a criação de uma indústria de combustível de aviação sustentável que garanta um transporte aéreo cada vez mais ecologicamente responsável.

— Ao investir neste programa corporativo, as empresas estão tomando medidas concretas para reduzir as emissões de CO₂ e estão contribuindo para a transição ecológica do transporte aéreo, apoiando soluções inovadoras.

Metas individuais dos CBIOs. A ANP divulgou nessa segunda (29) as metas individuais de descarbonização que cada distribuidora terá que cumprir neste ano de acordo com o RenovaBio. As metas são determinadas em Créditos de Descarbonização (CBIOs).

— A meta total anual de 2021 é de 24,86 milhões de CBIOs. BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen terão as metas mais elevadas. Elas serão responsáveis pela compra de 26%, 19% e 18% da meta de CBIOs de 2021, respectivamente.

— Para as distribuidoras que não cumpriram integralmente seus objetivos no ano passado, a ANP acrescentou às metas deste ano as quantidades de CBIOs não compradas. Com isso, a quantidade total de CBios que o setor deverá comprar e aposentar (tirar de circulação) neste ano chega a 25,2 milhões. Valor

ISA mira em transmissão e rodovias. Enquanto aguarda uma definição sobre a operação que pode levar a petroleira Ecopetrol a assumir seu controle, a estatal colombiana ISA continua estudando oportunidades para ampliar sua presença no Brasil.

— Os planos passam pelo crescimento no setor de transmissão de energia e também por uma potencial estreia no setor de rodovias.

— Em entrevista ao Valor, o presidente da ISA, Bernardo Vargas, afirmou que a companhia confia no potencial do mercado brasileiro, mesmo diante da grave situação da pandemia.

— O executivo ressaltou, porém, que o país precisa garantir previsibilidade e estabilidade de regras, relembrando o trauma do setor elétrico com a famigerada medida provisória (MP) 579.

— “Se o dedo do Bolsonaro ou de qualquer governador chegar lá (no setor de energia), é garantido que os investidores vão fugir, não vão participar dos leilões, e isso será ruim para os consumidores”, disse.

Privatização da CEA é prioridade para o MME. Na audiência pública para a desestatização realizada nessa segunda (29), o diretor de programas da Secretaria Executiva do MME, Anderson Marcio de Oliveira, enfatizou o interesse da pasta na venda da distribuidora do Amapá.

— Elias de Souza, sócio da Deloitte, que faz parte do consórcio Nova CEA, que atuou nos estudos para o BNDES, disse na audiência que o valor operacional estimado da concessionária chega a R$ 1,2 bilhão, porém as dívidas alcançariam R$ 2,2 bilhões.

— Nos últimos anos a distribuidora ampliou o prejuízo acumulado, sendo que nos últimos três anos aumentou mais de R$ 750 milhões. O investimento realizado caiu R$ 90 milhões, em contraponto ao número de habitantes do estado, que vem crescendo.

— De acordo com o secretário de planejamento do estado do Amapá, Eduardo Tavares, a liquidação da CEA, que pode acontecer caso a privatização não se realize, traria um caos financeiro para o estado. Com um orçamento anual de R$ 6 bilhões, a dívida da distribuidora é maior que toda a dívida contratada do estado. Canal Energia

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