NESTA EDIÇÃO. Presidente da Petrobras fala sobre redução do preço do gás e critica disputa comercial em debate sobre o clima na primeira entrevista exclusiva após assumir o cargo. Chambriard defende continuação da exploração do petróleo e reclama do lobby europeu sobre o tema.
Petrobras avalia projetos de etanol e aprova primeiro projeto de hidrogênio verde
Shell e Equinor citam preocupação com decreto para o gás natural.
Prio negocia entrada em Peregrino.
A disputa entre a Brava e a NTE em Papa-Terra.
CEO da Vibra diz que o etanol vai ganhar espaço na matriz brasileira.
Light testa faturamento fixo.
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Presidente da Petrobras promete reduzir preço do gás e critica influência do lobby europeu no debate sobre clima
Petróleo e gás. A Petrobras está trabalhando para aumentar a oferta de gás natural no mercado brasileiro e, assim, baratear o preço da molécula ao ponto de viabilizar novos projetos de fertilizantes nitrogenados, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, na primeira entrevista exclusiva desde que assumiu o cargo.
Chambriard também reforçou a necessidade de o país continuar explorando petróleo.
Ela afirma que o debate climático está contaminado por uma disputa comercial, em que países ricos tentam influenciar as decisões globais, em razão de vantagens comerciais.
A executiva acredita que uma rota de transição que abandone os combustíveis líquidos – fósseis e renováveis – interessa a países que não detém esses recursos ou teriam que pagar mais caro por eles.
“Se eu fosse europeia, eu ia estar dizendo a mesma coisa: ‘Olha, eu quero transição energética porque eu não tenho petróleo, não me interessa esverdear o meu combustível porque eu vou pagar caro por ele, mas eu tenho tecnologia e quero vender para quem compre [essa] transição energética”, disse no estúdio eixos. Confira a entrevista completa.
Em paralelo à continuidade da exploração e produção de petróleo e gás natural, a executiva reforçou ainda o interesse da empresa em biocombustíveis e citou eventuais projetos de produção de etanol.
No contexto de diversificação dos negócios, a companhia aprovou internamente seu primeiro projeto de hidrogênio verde.
O diretor executivo de Transição Energética, Maurício Tolmasquim, explicou que a iniciativa vai ser desenvolvida a partir de uma planta solar. O projeto será associado à termelétrica a gás natural Vale do Açu (RN), para aproveitar o uso de água da instalação.
Lula também defende exploração de petróleo. O discurso da presidente da Petrobras está em linha com a visão do governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta (25/9) que o Brasil siga explorando petróleo, inclusive com a abertura de novas fronteiras, a exemplo da Margem Equatorial. No encerramento da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Lula disse a jornalistas que a intenção é transformar a Petrobras em uma empresa de energia.
Shell preocupada com decreto do gás. O decreto publicado pelo governo em agosto para o programa Gás para Empregar causou preocupação quanto à estabilidade jurídica da indústria, disse o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, em entrevista ao estúdio eixos. As dúvidas dizem respeito aos planos de desenvolvimento já aprovados e contratos pré-estabelecidos.
Equinor também critica decreto. A vice-presidente da Equinor, Cláudia Brun, disse que a indústria de petróleo e gás natural está “em compasso de espera” após a publicação do decreto do Gás para Empregar.
Enquanto isso, mercado livre de gás cresce. A indústria ceramista caminha para ultrapassar a marca de 1 milhão de m³/dia no mercado livre de gás natural em 2025. Empresas do setor começaram a testar a modalidade este ano, mas negociam ampliação dos volumes contratados no ambiente livre
Prio negocia entrada em Peregrino. O CEO da Prio, Roberto Monteiro, confirmou que a empresa tem interesse em comprar uma parcela do campo de Peregrino, na Bacia de Campos. Em entrevista ao estúdio eixos nesta quarta (25/9), o executivo disse que a companhia está avançando nas negociações para adquirir a fatia minoritária da Sinochem no campo, que é operado pela Equinor.
Disputa Brava X NTE. O tribunal do Cade rejeitou o pedido da Brava (junção da 3R e da Enauta) para assumir a participação da Nova Técnica Energy (NTE) no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos. Em votação unânime nesta quarta-feira (25/9), os conselheiros determinaram o arquivamento do caso, sem julgamento do mérito. A Brava entrou com um pedido para assumir 100% do ativo, devido à inadimplência da NTE nos compromissos com o campo.
Etanol na matriz brasileira. O etanol vai ganhar mais relevância na matriz energética brasileira nos próximos anos, com o crescimento da produção e o aumento da mistura do anidro à gasolina, na visão do CEO da Vibra Energia, Ernesto Pousada. Em entrevista ao estúdio eixos na quarta (25/9), o executivo disse ainda que acredita que a aprovação do projeto de lei do Combustível do Futuro vai na direção correta para apoiar a descarbonização do país.
Novos combustíveis precisam de apoio. O custo Brasil é um fator determinante para a atração de novos investimentos para o país, tanto para refinarias quanto para a produção de biocombustíveis avançados, na visão do diretor de Downstream para a América Latina da S&P Global Commodity Insights, Felipe Pérez. Em entrevista ao estúdio eixos na terça (24/9), ele afirmou que o Brasil pode se posicionar para criar as condições para atrair esses investimentos.
SAF brasileiro atende 38% da demanda nacional. Os três projetos anunciados no Brasil para produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês) são capazes de atender, em média, 38% da demanda doméstica, de acordo com estudo divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O relatório leva em conta a perspectiva de consumo entre 2027 e 2037, considerando as metas de redução de emissões de carbono definidas pelo Combustível do Futuro.
Políticas para biocombustíveis na mira do TCU. O Tribunal de Contas da União encontrou fragilidades no controle da ANP sobre a geração e a certificação de CBIOs e possível insuficiência de geração dos créditos de descarbonização. Segundo avaliação do órgão, a situação pode prejudicar a confiabilidade do lastro dos ativos, mas o problema tende a ser resolvido com o desenvolvimento de uma solução tecnológica para melhorar a atividade fiscalizatória por parte da agência.
Karpowership avalia leilão de capacidade e hidrogênio. A Karpowership avalia participar do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) previsto para este ano e pode investir em hidrogênio no Brasil, disse a diretora regional de Operações Comerciais da empresa turca, Beyza Ozdemir, em entrevista ao estúdio eixos.
Casa dos Ventos quer decisão sobre hidrogênio em 2025. Até o final do ano que vem, a Casa dos Ventos espera chegar à decisão final de investimento (FID) para a planta de produção de hidrogênio verde no Porto do Pecém, no Ceará, disse à agência eixos o chefe de Novos Negócios de Power to X, José Augusto Campos. O plano é iniciar a exportação de amônia verde para a Europa em 2029.
Data center com eólica. A Odata anunciou a ampliação do complexo eólico Assuruá IV, localizado em Xique-Xique, na Bahia, em parceria com a Serena Energia. O parque tem uma capacidade instalada de 212 megawatts e o aumento no volume contratado foi de 135%. No Brasil, a Odata tem 100% do consumo dos data centers oriundos de usinas de geração renovável, das quais possui participação.
- Diálogos da Transição: Data centers aquecem demanda futura de energia no Brasil
Light testa faturamento fixo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a implementação do sandbox tarifário proposto pela Light para um faturamento fixo com incentivos não tarifários. O projeto visa reduzir perdas e inadimplência. O investimento previsto é de cerca de R$ 18 milhões.
Governador de SP veta trechos da reestruturação das agências. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vetou trechos da Lei Complementar 1413/2024, que reestrutura as agências reguladoras do estado. O governador vetou toda a seção que criava o Conselho Consultivo das agências, que seria composto por representantes dos diferentes públicos relacionados aos serviços regulados.