NESTA EDIÇÃO. Inflação da energia na agenda do governo.
Associações pedem mais testes para mistura de 25% de biodiesel ao diesel.
Térmica a hidrogênio verde quer participar de leilão de capacidade.
Brasil deve ter 2 GW em novos PPAs de eólica e solar em 2025.
Indústria fluminense pede fim à barreira de migração para o mercado livre de gás.
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Preocupação com preços dos combustíveis e da energia elétrica ganha espaço no governo
A expectativa de alta nos preços da energia elétrica e dos combustíveis está colocando a inflação da energia no centro das atenções do governo.
O cenário surge num contexto de preocupação também com a inflação nos alimentos.
As especulações em torno do aumento dos preços do diesel pela Petrobras ganharam espaço na entrevista coletiva do presidente Lula (PT) de quinta-feira (30/1).
Lula reforçou que não interfere na política de preços dos combustíveis: “Quem autoriza aumento no preço do petróleo e derivados de petróleo é a Petrobras, não o presidente“, disse.
- O presidente lembrou, ainda, que a alta nos combustíveis prevista para fevereiro é uma consequência do aumento dos impostos estaduais.
Em paralelo, o tema da cotação praticada pela Petrobras nas refinarias às distribuidoras foi debatido no conselho de administração da estatal. De acordo com a Agência Estado, uma apresentação da área técnica mostrou aos conselheiros que a política de preços está sendo cumprida.
- O colegiado não tem mandato para mudar preços, apenas zelar pelo cumprimento da política.
A presidente, Magda Chambriard, por sua vez, ressaltou em publicações nas redes sociais que a empresa vai reduzir o preço do gás em fevereiro.
- O gás natural vendido às distribuidoras terá uma queda média de 1%, de acordo com as regras de reajustes previstas nos contratos.
Não passou despercebido, no entanto, o anúncio do reajuste mensal do querosene de aviação: o aumento será de 8% a partir de 1º de fevereiro, depois de uma alta de 7% em janeiro.
Já no caso da energia elétrica, um estudo da TR Soluções mostrou que a tendência para 2025 é de um aumento no custo de aquisição de energia elétrica pelas distribuidoras no mercado cativo.
- A expectativa é de alta de 9% em relação ao ano passado, um reflexo da estiagem que afetou os reservatórios das usinas hidrelétricas em 2024 e afetou a conta das bandeiras tarifárias.
- O tema deve ser endereçado na reforma do setor elétrico, que estava prevista para o ano passado, mas não saiu. Será um dos grandes desafios do Ministério de Minas e Energia nos próximos meses.
- Em tempo: o destino da pasta é alvo de especulações, em meio às discussões sobre a reforma ministerial
Barril de petróleo. No mercado internacional, os preços da commodity tiveram alta na quinta-feira (30/1), em meio às expectativas de adoção de novas tarifas pelos EUA e da reunião da Opep+ da próxima semana.
- O Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 0,37%, a US$ 75,89 o barril.
Petrobras. O TCU decidiu anular parte de um acórdão de 2023 sobre possíveis irregularidades ocorridas na estatal na condução da política de reajuste de preços de combustíveis adotada pela empresa entre 2002 e 2019.
- A discussão estava ligada à responsabilização do conselho de administração pelo acompanhamento da política de preços.
O etanol foi o combustível com maior alta de preços no Brasil em janeiro, com aumento de 1,64%, o que levou o litro a R$ 4,34 em média, ao fim do mês. Os preços do diesel e da gasolina também fecharam o primeiro mês do ano em alta.
- O diesel S-10 registrou preço médio de R$ 6,31, alta de 0,64% frente ao mês anterior, enquanto a gasolina subiu 0,32%, para um preço médio de R$ 6,31 o litro, de acordo com o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
Etanol e bioenergia. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo reativou a Câmara Setorial de Açúcar, Etanol e Bioenergia. O órgão foi reativado com um plano de ação que visa o avanço da cadeia produtiva de cana-de-açúcar no estado.
B25. Associações de combustíveis fósseis enviaram uma carta ao Ministério de Minas e Energia pedindo que sejam realizados testes “abrangentes e rigorosos de bancada e de campo” na mistura de 25% de biodiesel ao diesel. Assinaram o documento a CNT, o IBP, a Brasilcom, a Fecombustíveis, a Abicom e o SIND TRR.
- A Lei do Combustível do Futuro dá aval ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para avaliar a viabilidade técnica de estabelecer o percentual de mistura de biodiesel ao diesel de até 25%.
Hidrogênio verde no leilão de capacidade. A Nexblue está empenhada em consolidar seu projeto de produção de hidrogênio verde para geração de e-metanol e energia termelétrica, com o objetivo de participar do próximo leilão de reserva de capacidade, previsto para este ano. A intenção é concorrer com usinas a gás natural. Confira na entrevista do CEO da Nexblue, Nelson Silveira, à agência eixos.
Hidrogênio e data centers impulsionam PPAs. O Brasil deve registrar mais de 2 GW em contratos corporativos de compra de energia solar e eólica em 2025, estima a BloombergNEF. Além de fatores como crescimento econômico e ondas de calor mais frequentes, a consultoria afirma que novas indústrias ampliam a demanda por energia, como os segmentos de data centers e hidrogênio.
400 milhões de euros. É o tamanho dos novos investimentos anunciados pela Espanha para impulsionar o hidrogênio verde, incluindo projetos que não foram selecionados no primeiro leilão do Banco Europeu do Hidrogênio.
Gás natural. Agentes da indústria do Rio de Janeiro cobram uma solução rápida para acabar com a barreira à migração de novos usuários para o mercado livre de gás natural no estado.
- A Firjan mapeou, entre as indústrias do estado, um potencial de migração de mais 12 consumidores existentes, de forma imediata – e que, juntos, consomem mais de 540 mil m³/dia.