NESTA EDIÇÃO. Petrobras avança em entregas nas áreas de exploração e produção, fertilizantes e combustíveis.
Pela primeira vez, Equinor e ExxonMobil se habilitam para comprar o petróleo da União no leilão da PPSA.
Com derrubada de vetos presidenciais, Congresso Nacional recoloca gás natural e biometano dentro das políticas públicas de descarbonização do setor de transportes.
G7 lança iniciativa conjunta para fortalecer as cadeias globais de suprimento de minerais críticos.
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Petrobras completa um ano sob nova gestão com avanço no E&P e retomada nos fertilizantes
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, completou um ano à frente da estatal esta semana, com entregas nas áreas de exploração e produção, fertilizantes e combustíveis.
Em coletiva de imprensa na quarta-feira (18/6), a executiva destacou que a companhia está ampliando os esforços para ampliar o portfólio de exploração, o que inclui as atividades na Margem Equatorial brasileira.
- A estatal aguarda a liberação do Ibama para iniciar a primeira perfuração em águas profundas na Bacia da Foz do Amazonas — no bloco FZA-59, que foi licitado em 2013, quando a executiva era diretora-geral da ANP.
- Segundo Chambriard, o último rito formal para a licença, a Avaliação Pré-Operacional (APO), deve ocorrer em julho.
- Num sinal de otimismo, a estatal arrematou mais blocos na região no leilão da ANP de terça-feira (17/6).
- “Depois de muito esforço, muito empenho, muita disposição e do maior plano de emergência individual já visto no mundo para exploração em águas profundas e ultraprofundas, a gente se aproxima da licença. A decisão do Ibama de permitir o deslocamento da sonda é um grande sinal disso”, disse a jornalistas.
A expansão do portfólio de exploração não se restringe ao Brasil: no último ano, a companhia também comprou áreas fora do Brasil, na Costa do Marfim, São Tomé e Príncipe e na África do Sul, além de ter iniciado análise sobre oportunidades na Índia.
- “A gente tem muita preocupação com reposição de portfólio exploratório, porque não tem futuro para uma empresa de petróleo sem exploração”, comentou a CEO.
Já no segmento de produção, a executiva comemorou a entrada em operação de quatro novas plataformas desde que assumiu o cargo.
- A próxima unidade é a P-78, que vai entrar em operação no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, até o fim de 2025.
Em uma dos segmentos caros ao governo Lula, a companhia está conseguindo avançar na retomada da produção de fertilizantes. A expectativa é que a estatal consiga suprir até 9% do consumo nacional, hoje praticamente todo atendido por importações — uma vulnerabilidade num contexto de conflitos internacionais.
- Prevê retomar as operações das fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe em novembro.
- Este mês, voltou a operar parcialmente a fábrica de fertilizantes da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná.
- Está conduzindo as licitações para as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), no Mato Grosso do Sul. A expectativa é de início das operações em 2026.
Outro tópico historicamente sensível — e que já derrubou muitos presidentes da companhia —, os preços de combustíveis são considerados uma “questão superada” por Chambriard.
- Desde a gestão anterior, de Jean Paul Prates, a estatal passou a levar em consideração na definição das cotações não apenas os preços internacionais do petróleo e o câmbio, mas também as alternativas concorrentes.
- A CEO criticou, no entanto, a demora dos outros elos da cadeia no repasse dos preços: “A sociedade só reclama da nossa avaliação de preço não chegar ao consumidor final. Acredito que estão satisfeitos conosco. A gente baixa o preço e ele não chega ao consumidor final”, disse.
Um desafio no contexto atual é o cenário internacional, em meio ao conflito entre Israel e Irã, que tem impactos sobre o preço do barril de petróleo.
- Chambriard afirmou que seguirá sua política de “movimentos graduais” nos preços de gasolina e diesel, sem sucumbir a oscilações de curto prazo.
De olho no futuro, a empresa também já começa a se posicionar para a entrega de combustíveis menos poluentes.
- A estatal quer antecipar a entrega de combustível sustentável de aviação (SAF) coprocessado e avalia construir uma planta de alcohol-to-jet que pode ser a maior do mundo.
Petróleo fecha em alta. Contratos futuros do Brent, para agosto, encerraram a sessão de quarta (18/6) com alta de 0,32%, a US$ 76,70 o barril. Commodity tem operado com volatilidade, em meio à escalada do conflito entre Israel e Irã e seus possíveis riscos sobre o tráfego de petróleo pelo Estreito de Ormuz.
- Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 11,473 milhões de barris, para 420,942 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE). Analistas esperavam queda mais tímida.
5º Leilão de Petróleo da União. PPSA habilitou dez empresas para participar da concorrência, que ofertará 74,5 milhões de barris no próximo dia 26/6. Deve ser o maior leilão de óleo da União já realizado.
- Pela primeira vez, Equinor e ExxonMobil manifestaram interesse em comprar as cargas da União;
- PRIO e a Refinaria de Mataripe estão entre as habilitadas e que não atuam no regime de partilha do pré-sal.
Sindipetro denuncia Atem no Cade. Sindicato dos Petroleiros do Amazonas pede apuração de eventuais irregularidades na operação da Refinaria da Amazônia (Ream).
- Alega que a unidade vem operando, na prática, como “mero terminal logístico”, contrariando termos e compromissos assumidos na privatização do ativo, em 2022.
Justiça nega suspensão do RenovaBio. Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou pedido da Monte Cabral Distribuidora para anular as metas individuais compulsórias do Programa Nacional de Biocombustíveis. Decisão reverte liminar obtida na primeira instância.
- A Jalles Machado projeta um aumento de 1% no processamento de cana na safra 2025/2026, para 7,868 milhões de toneladas;
- A empresa vai se dedicar mais ao açúcar: a participação do etanol no portfólio deverá cair de 55,4% na safra passada para 46%.
Descarbonização do transporte. Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que a intensidade média de carbono da matriz de transporte rodoviário deve cair 10% entre 2022 e 2034 no Brasil, de 72 para 65,5 gCO2eq/MJ (gramas de CO2 equivalente por megajoule).
- A nota técnica norteará as metas do Mover, o Programa Mobilidade Verde e Inovação.
Falando nisso… A sessão conjunta do Congresso, realizada na terça (17/6) para análise dos vetos presidenciais, resgatou dois dispositivos legais que incluem projetos de transporte a gás natural e a biometano dentre as iniciativas aptas a receber recursos do Fundo Clima e incentivos do Mover.
- A Marquise Ambiental recebeu nesta quarta (18/6), aliás, um lote de caminhões de coleta de resíduos movidos a biometano, fornecido pela Scania. Parte do programa de renovação da frota da empresa, com foco na descarbonização.
Copersucar mira biometano. Companhia está de olho nas oportunidades que se abrem com mandatos para novos biocombustíveis; e espera agregar uma produção de 2 milhões a 4 milhões de m³/dia, nos próximos dez anos.
Orizon habilitada no Reidi. O Ministério de Minas e Energia enquadrou o projeto de biometano da Orizon VR em Tremembé (SP) no regime especial. O empreendimento terá a suspensão da incidência das contribuições para PIS/Cofins sobre as receitas derivadas de aquisições de bens e serviços.
UTE Brasília. Com apitos, cartazes e gritos de “Fora Rei do Gás” e “Xô, Termo Norte”, organizações ambientais e da comunidade de Samambaia conseguiram impedir a realização da audiência pública para licenciamento da termelétrica na noite de terça (17/6). Veja detalhes
Minerais críticos. Os líderes do G7 lançaram uma iniciativa conjunta para fortalecer as cadeias globais de suprimento desses recursos considerados estratégicos para a transição energética e digitalização. Um dos eixos é o aumento de investimentos em projetos de mineração e processamento dentro e fora dos países do bloco.