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Petrobras ajusta novo plano de investimentos à queda do preço do petróleo

Magda Chambriard fala sobre retorno à distribuição, diferenciação de preços e impasse sobre acesso a gasodutos no pré-sal

Petrobras ajusta novo plano de investimentos à queda do preço do petróleo

NESTA EDIÇÃO. Revisão do plano de investimentos, retorno à distribuição e acesso à infraestrutura de gás: os destaques da entrevista da presidente da Petrobras ao energy talks. 
 
Equinor inicia adequações no campo de Peregrino, que teve produção interrompida pela ANP. 
 
Ataque ucraniano contra a Rússia afeta fornecimento de petróleo na Hungria.
 
Governador de São Paulo critica renovação da concessão da Enel.


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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou que a estatal vai adequar o plano de negócios a um patamar mais baixo do preço do petróleo, com o barril em torno de US$ 65, ante o nível de US$ 83 considerado no planejamento anterior. 

Segundo a executiva, a empresa tinha projetos “caros e grandes demais” e que poderiam ser simplificados. 

  • “Estamos voltando, rediscutindo esses projetos, conversando com a indústria e com os fornecedores para que juntos a gente chegue a uma solução que viabilize mais projetos no Norte Fluminense, por exemplo”, acrescentou.  

Na segunda-feira (18/8), o barril tipo Brent encerrou o dia em alta de 1,13% (US$ 0,75), a US$ 66,6. A expectativa do mercado é de uma redução das cotações no segundo semestre do ano. 

O Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras, divulgado em novembro, prevê US$ 111 bilhões em investimentos, dos quais US$ 98 bilhões estão na carteira em implementação e US$ 13 bilhões em avaliação. Veja a apresentação em pdf

  • A atualização para o período de 2026 a 2030 será divulgada até o final do ano.  

Uma das incertezas é sobre a viabilidade do projeto de produção emáguas profundas em Sergipe. A companhia aguarda o resultado da licitação das plataformas, que está em curso, com previsão de conclusão ainda este ano. 

  • As primeiras tentativas de contratar as unidades fracassaram, pelo alto custo das propostas.  

Em relação à atuação integrada da companhia e ao retorno ao mercado de distribuição de combustíveis, a CEO confirmou que a Petrobras está começando a atuar na revenda de diesel para grandes consumidores, sobretudo com clientes do agronegócio

  • “Estamos falando da revenda de uma forma ampla, geral e restrita”, disse.  

Também reafirmou o interesse no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP), o “gás de botijão”: “Se isso se apresentar como um negócio lucrativo para a Petrobras, com altas margens, faremos sim”, afirmou. 



Recorde em Búzios. O campo de Búzios superou a produção diária de 900 mil barris de petróleo. No domingo (17/8), o campo atingiu a produção de 910,5 mil de barris de petróleo e exportou 10,5 milhões de metros cúbicos de gás natural. 

  • Segundo a Petrobras, o campo pode se tornar o maior produtor de petróleo do Brasil ainda em 2025.  

Interdição do FPSO Peregrino. A Equinor deu início às adequações na plataforma do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, com o objetivo de atender aos requerimentos da ANP e retomar a produção do campo o mais rapidamente possível.

  • Na sexta (15/8), a agência interditou o navio-plataforma devido a falhas na documentação de gestão e análise de risco, além de ajustes necessários no sistema de dilúvio. 

Gasolina alivia inflação. As quedas nos preços dos alimentos e da gasolina ajudaram a amenizar a pressão do reajuste nos jogos lotéricos sobre a inflação ao consumidor medida pelo IGP-10 em agosto, segundo a FGV. 

  • O IPC-10 passou de uma alta de 0,13% em julho para uma elevação de 0,18% em agosto. A gasolina caiu 0,84% no mês, em comparação com julho 

Guerra na Ucrânia. A Hungria teve parte do fornecimento de petróleo interrompido após um ataque ucraniano à estação de bombeamento Nikolskoe, na Rússia. O ataque, segundo comunicado do exército ucraniano, visa reduzir o potencial militar e econômico da Rússia.

  • O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Szijjártó Peter, afirmou que o “novo ataque à nossa segurança energética é revoltante e inaceitável!”, acrescentando que “esta não é a nossa guerra, não temos envolvimento algum e queremos permanecer fora dela”. 

Renovação da Enel. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que é “absolutamente crítico” ao contrato de concessão da Enel, distribuidora que atende 24 municípios da região metropolitana do estado. Ele defende que o governo federal e Aneel não deveriam prorrogar a concessão.

  • Em resposta às críticas, a Enel SP afirmou ter “forte compromisso com os 8 milhões de clientes” e que vem ampliando investimentos para modernização e digitalização.

Carros híbridos. A GWM inaugurou sua primeira fábrica no Brasil, em Iracemápolis (SP), voltada à produção de veículos híbridos e elétricos. Segundo o MDIC, a unidade é a primeira habilitada no Mover. O investimento previsto é de R$ 4 bilhões até 2026, quando 60% das peças devem ser de origem nacional. 
 
Recorde também nos biocombustíveis. Em 2024, o uso da bioenergia no Brasil evitou mais de 94 milhões de toneladas de CO2, o maior valor da série histórica iniciada em 2006. A maior contribuição veio do etanol (anidro e hidratado) que contribui para mitigar mais de 65 milhões de toneladas de CO2. Leia na diálogos da transição
 
Opinião: Se a China conseguiu, partindo de um cenário de forte dependência de aterros, chegar a mais de mil usinas de recuperação energética em operação, o Brasil também pode trilhar esse caminho. A diferença é que, para nós, cada ano perdido representa mais resíduos acumulados, mais áreas degradadas e mais energia desperdiçada, escreve o presidente da Abren, Yuri Schmitke.

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