NESTA EDIÇÃO. Petrobras acelera investimentos.
Licitação para FPSO de Barracuda e Caratinga será relançada.
Braskem aprova ampliação de central petroquímica no Rio de Janeiro.
Importação do gás argentino pelo Paraguai pode ser uma rota mais barata, indica EPE.
Brasil e Noruega terão corredor marítimo sustentável.
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Petrobras acelera gastos para adiantar projetos e aumentar produção
A aceleração da entrega de projetos e a antecipação de cronogramas levaram a Petrobras a investir acima do esperado em 2024, num total de US$ 16,6 bilhões, mais do que os US$ 14,5 bilhões previstos nos anúncios mais recentes da empresa.
- Ainda assim, o valor ficou abaixo dos US$ 18,5 bilhões que haviam sido programados no plano de negócios 2024-2028, antes das atualizações da atual gestão.
Um dos projetos que teve o cronograma antecipado foi a entrada em produção do FPSO Maria Quitéria, do campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos. O início da operação estava previsto para 2025, mas ocorreu em outubro de 2024.
Outra aceleração destacada pela diretoria da companhia foi a chegada ao Brasil do FPSO Almirante Tamandaré, antecipada para 2024. A unidade iniciou a produção no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, este mês.
- “A gente tem feito de tudo para antecipar projetos. Quando chegamos, tinha muitos atrasos, conseguimos recuperar boa parte”, disse em entrevista coletiva a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi.
Apesar da percepção negativa do mercado sobre os resultados anuais da estatal, a CEO da companhia, Magda Chambriard, destacou que a empresa optou por antecipar a geração de caixa e que não houve alterações nos investimentos totais programados.
- “O que nós estamos oferecendo para vocês, em última análise, é óleo no bolso mais rapidamente”, disse em teleconferência com analistas.
A diretoria da companhia afirmou que não descarta antecipar para este ano atividades programadas para 2026, como conexões e intervenções de poços, ligações submarinas e novas perfurações.
Em paralelo… A Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, vai iniciar em 2025 os investimentos para atuar no modal rodoviário.
- O potencial de movimentação é de 2,4 milhões de metros cúbicos de derivados de petróleo por ano.
Apesar da aceleração… A Petrobras continua a enfrentar percalços nas contratações de plataformas. A companhia cancelou e irá retomar, em outra modalidade, os editais para a licitação de plataforma para Barracuda e Caratinga.
- O cancelamento ocorreu por conta da inviabilidade do projeto na modalidade de afretamento, mas uma outra licitação deve ser feita ainda neste semestre.
Ainda sobre a Petrobras. A companhia vai buscar o ressarcimento dos valores de imposto de exportação pagos de março a junho de 2023 se a Justiça decidir que a cobrança foi ilegal.
- No momento, a empresa não tem nenhuma ação judicial em curso questionando a cobrança. Esta semana, ocorreu uma decisão favorável em um processo aberto por outras empresas, mas ainda cabe recurso.
Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na quinta (27) em meio a preocupações com a oferta e incertezas sobre as tarifas dos EUA. A commodity também é apoiada pela decisão do presidente americano, Donald Trump, de revogar a licença da Chevron para operar na Venezuela e debates da Opep+ sobre produção.
- Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para maio avançou 2,08% (US$ 1,50), a US$ 73,57 o barril.
Descumprimento do mandato de biodiesel. A ANP autuou e interditou as distribuidoras Petroworld Combustíveis S/A e Gol Combustíveis S.A. por irregularidades no teor de biodiesel no óleo diesel B. A ação, realizada em conjunto com a Secretaria da Fazenda de Goiás, ocorreu em Senador Canedo (GO), mas as restrições valem para as operações das empresas em todo o país.
Petroquímica. A Braskem aprovou o início do projeto para o aumento da capacidade de sua central petroquímica do Rio de Janeiro em 220 mil toneladas de eteno por ano e de volumes equivalentes de polietileno. A companhia autorizou a contratação de estudos de engenharia conceitual e básica, para projetos de cerca de R$ 233 milhões.
Importação do gás argentino. A construção de uma rota de importação por meio do Paraguai pode ser opção mais barata para o Brasil, do que a conclusão do gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A conclusão é do Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte (PIG) da Empresa de Pesquisa Energética.
- O Paraguai tenta se posicionar como uma rota alternativa à Bolívia e vem buscando uma aproximação com argentinos e brasileiros para se firmar como uma opção concreta.
Demanda. O consumo de gás natural pela indústria no Brasil registrou queda de 3,6% em 2024, para 28,386 milhões de m³/d. Já o uso do gás natural veicular (GNV) recuou 14,3%, para 4,569 milhões de m³/d. Os dados foram divulgados pela Abegás.
- Ao todo, o consumo geral no país avançou 0,7% no ano passado, atingindo 52,456 milhões de m³/d.
Mercado livre de energia. Os recordes seguidos de consumo de energia elétrica registrados em 2025 trazem preocupações para comercializadoras e consumidores no ambiente livre. As altas temperaturas aumentaram a carga e os preços estão sofrendo variações.
Doação de energia. A Comissão de Assistência Social da Câmara dos Deputados analisa o PL 13/2025, que permite que os consumidores que geram a própria energia elétrica, por meio de sistema de geração distribuída, doem o que não for consumido no mês para entidades sem fins lucrativos. O projeto ainda aguarda designação de relator.
Eletrobras. Os acionistas da companhia aprovaram em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na quarta (26) o aumento do número de assentos no conselho de administração da empresa de nove para dez. A decisão ocorre em meio a discussões com o governo sobre maior representatividade da União no capital da empresa, privatizada em junho de 2022.
Corredor sustentável entre Brasil e Noruega. Os países fecharam um acordo para criação de um corredor de transporte marítimo sustentável entre os dois países. O objetivo é desenvolver infraestrutura portuária para abastecimento de navios com combustíveis de baixo ou zero carbono.
- Pelo menos uma alternativa deve ser apresentada na COP30, em novembro.