NESTA EDIÇÃO. Após aumento na extração de petróleo em dezembro, Opep+ vai pausar incrementos no começo de 2026.
Começa a COP30, em Belém.
Aneel mantém bandeira vermelha patamar 1 em novembro.
Be8 vai testar hidrogênio verde no transporte de cargas.
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Opep+ vai interromper aumento de produção no primeiro trimestre de 2026
Os oito principais produtores da Opep+ anunciaram que vão ampliar a produção de petróleo em 137 mil barris/dia em dezembro e interromper os aumentos na extração de janeiro a março de 2026.
- A decisão foi tomada em reunião entre Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã no domingo (2/11).
Segundo a nota oficial do grupo, a decisão está ligada à sazonalidade do mercado. Além disso, a expectativa é que a pausa nos incrementos de produção no próximo ano ajude a compensar os volumes produzidos além das cotas nos últimos meses.
- “Os países vão continuar a monitorar e avaliar de perto as condições de mercado e, em seus esforços contínuos para apoiar a estabilidade, reafirmaram a importância de adotar uma abordagem cautelosa e manter total flexibilidade para continuar suspendendo ou revertendo os ajustes voluntários adicionais de produção”, diz a nota.
Analistas já esperavam o aumento de produção no grupo em dezembro, como parte da estratégia do cartel de ganhar participação de mercado, a despeito dos preços.
- Ao todo, desde abril, a Opep+ já inundou o mercado com 2,91 milhões de barris/dia de produção adicional, segundo cálculos da Rystad Energy.
Mas o anúncio da pausa no incremento em 2026 pegou o mercado de surpresa, depois de quase oito meses da estratégia de ampliação da extração.
- A decisão está ligada às sanções adicionais contra o petróleo russo no mercado internacional, como parte da estratégia dos EUA e da Europa de tentar pôr um fim à guerra na Ucrânia.
- “As sanções contra produtores russos injetaram uma nova camada de incertezas nos cenários para o suprimento e o grupo sabe que produzir demais agora pode ser contraproducente no futuro. Ao pausar, a Opep+ protege os preços, indica união e ganha tempo para ver como o mercado vai se comportar com os barris russos sancionados”, diz o analista de geopolítica da Rystad, Jorge León.
Mesmo assim, os sinais são de que o mercado global vai viver um cenário de sobreoferta no começo de 2026, o que tende a pressionar os preços do barril para baixo.
- Segundo a Rystad, o excedente de produção no mercado no primeiro trimestre do próximo ano chega a 3,5 milhões de barris/dia, mesmo sem novos aumentos na extração da Opep+.
- Na sexta (31/10), o Brent encerrou o dia a US$ 64,77 o barril. No mês de outubro, a cotação teve queda de 1,91%.
Para o Brasil, a indicação de sobreoferta e queda no preço do barril é relevante, sobretudo num ano eleitoral.
- Vale lembrar que o preço internacional ainda tem influência na definição das cotações dos combustíveis pela Petrobras.
- Por falar nisso, a estatal reduziu a partir do sábado (1º) os preços do gás natural vendido às distribuidoras, em 1,7%, na média, na comparação com o trimestre anterior.
Começa a COP. A partir desta semana, delegações de 143 países estarão em Belém (PA) para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), com florestas e transição energética no foco das sessões temáticas.
- Pobreza energética e transição justa são temas recorrentes nos discursos do governo brasileiro, pelo menos desde sua presidência no G20 em 2024, e que terão espaço também na COP30. Se prepare para as discussões com a diálogos da transição.
Opinião: A marca no cilindro de GLP não é uma barreira de entrada, é um mecanismo regulatório e social que sustenta a segurança energética, garante rastreabilidade, fortalece a confiança do consumidor e promove eficiência econômica, escreve o diretor Executivo da Associação Internacional de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP), Fabrício Duarte.
A MP 1304 e o revés no leilão do gás. O plano do governo, de destravar o leilão de gás natural da União via MP 1304/2025, sofre um revés no Congresso e impõe acesso da PPSA ao escoamento e processamento novamente à via negocial com a Petrobras. Entenda melhor com a gas week.
Licença especial para hidrelétricas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede) criticou a mudança no licenciamento ambiental aprovada na MP 1304/2025 para empreendimentos considerados estratégicos, a chamada LAE. A medida torna reservatórios e hidrelétricas como empreendimentos estratégicos, retirando poder do conselho do governo.
Renovação de concessões. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), cobrou do diretor geral da Aneel, Sandoval Feitosa, celeridade na aprovação da renovação de concessões de distribuidoras, assim como na modernização da CCEE. Segundo o ministro, a agência está politizando questões técnicas e travando decisões tomadas pelo presidente da República.
Bandeira tarifária. A Aneel manteve a bandeira tarifária para o mês de novembro em vermelha patamar 1. Segundo a agência, continua o cenário desfavorável para a geração hidrelétrica, provocado pelo volume de chuvas abaixo da média e pela redução nos níveis dos reservatórios.
- Com isso, fica mantido o custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, como ocorreu em outubro.
Crise de segurança no Rio. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, reconheceu a necessidade de incluir parâmetros de segurança pública na remuneração das distribuidoras de energia, levando em conta o impacto da da perda de controle territorial para facções criminosas sobre a prestação do serviço.
Leilão de transmissão. Com deságio total de 47,96% e Receita Anual Permitida (RAP) ofertada pelas transmissoras de R$ 487,3 milhões, o leilão de sexta-feira (31) teve os sete lotes arrematados, com expectativa de R$ 5,53 bilhões em investimentos.
- O grande destaque foi a Axia Energia (antiga Eletrobras), a única companhia a vencer dois lotes.
Eletrificando. O BNDES aprovou financiamento de R$ 2,3 bilhões para a Volkswagen desenvolver novas tecnologias de eletrificação em seu portfólio, com foco em modelos híbridos.
- De acordo com o CEO da montadora, a partir de 2026, todo carro da VW produzido no Brasil será eletrificado.
Hidrogênio no transporte… O Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul (H2V-RS) selecionou o projeto da produtora de biocombustíveis Be8 em Passo Fundo para produção de hidrogênio verde e construção do primeiro posto de abastecimento voltado ao transporte de cargas.
… Mas fora do LRCAP. Ao sinalizar a contratação de novas termelétricas movidas a gás natural e carvão, ao lado de biodiesel e hidrelétricas, o desenho do leilão de reserva de capacidade cria riscos para o desenvolvimento do hidrogênio de baixo carbono — em especial o hidrogênio verde, produzido a partir da eletricidade renovável. Leia na coluna Hidrogênio em Foco.
R$ 4,2 bi em P&D. Os recursos da cláusula de investimentos obrigatórios em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para as produtoras de petróleo e gás no Brasil estão ajudando a viabilizar e desenvolver startups que atendem às demandas desse mercado, segundo a gerente de Inovação e Tecnologia do IBP, Melissa Fernandez.
Indústria naval. O retorno das contratações da de embarcações de apoio pela Petrobras e a retomada das licitações para construção naval nacional estão expondo o desafio da capacitação de mão de obra nesse mercado, segundo o vice-presidente da Camorim Serviços Marítimos, Eduardo Adami.
Logística. O terminal de uso privado (TUP) da Atem realizou, pela primeira vez na América do Sul, uma operação logística que envolveu o embarque de 16 barcaças empilhadas, de forma transversal. As embarcações serão destinadas à hidrovia Paraguai-Paraná e integrarão a frota fluvial da subsidiária logística da mineradora LHG.
- Esse novo modal de transportes também deve atender o mercado de combustíveis. O TUP da Atem foi o primeiro terminal de uso privado do Pará destinado ao abastecimento de combustíveis, com capacidade de 74 milhões de litros.

