NESTA EDIÇÃO. Opep+ sinaliza que vai defender fatia de mercado, em detrimento de preços altos para o barril de petróleo.
PPSA prorroga consulta do pré-edital do leilão de volumes não contratados no pré-sal.
Expansão de veículos elétricos no Brasil está lenta em comparação com China e União Europeia, avalia Thymos.
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Opep+ passa a jogar no ataque para defender participação de mercado
A decisão da Opep+ de ampliar a produção é uma estratégia do grupo para defender seu market share, a despeito dos preços, indicaram analistas. A mensagem é de que o grupo passou a tolerar preços mais baixos para garantir participação de mercado no longo prazo.
- Em reunião no domingo (7/9), o cartel e seus aliados optaram por ampliar a produção em 137 mil barris/dia a partir de outubro, mesmo em um momento em que o mercado já espera uma sobreoferta do produto.
- “O volume pode parecer marginal, mas a mensagem não é. Ao permitir o retorno da oferta em um mercado que caminha para o superávit, a Opep+ está jogando no ataque, não na defesa”, destaca o economista-chefe da Rystad Energy, Claudio Galimberti.
A perspectiva é que a alta na extração deve vir principalmente da Arábia Saudita, Emirados Árabes e Iraque.
- Aliás, a estatal saudita Saudi Aramco anunciou na segunda (8/9) uma redução nos preços do petróleo vendido para o noroeste da Europa e o Mediterrâneo em US$ 0,80 para o mês de outubro.
O Goldman Sachs lembra que 2026 é um ano de entrada em operação de grandes projetos no continente americano, com destaque para Brasil, Guiana e Canadá.
- Esse suprimento já é suficiente para atender ao aumento na demanda global previsto para o próximo ano, de 900 mil barris/dia. Vale lembrar: o consumo global está desacelerando, com menor demanda na China.
- Para o Goldman, a decisão da Opep também está ligada aos baixos estoques globais da commodity, que agora devem se recuperar mais rápido graças à maior oferta.
- O banco já apontava para uma queda para o preço do barril nos próximos meses e manteve as projeções. Para 2026, o Goldman prevê que o Brent vai ficar em US$ 56 por barril na média do ano.
- Mas ressalva: o crescimento na oferta fora da Opep a partir de 2027 tende a ser menor, o que deve contribuir para uma recuperação nos preços.
No curto prazo, no entanto, o mercado minimizou a decisão da Opep+: na segunda-feira (8/9), o Brent encerrou o dia em alta de 0,79% (US$ 0,52), a US$ 66,02 o barril.
- Havia uma expectativa de que a alta na produção anunciada pelo cartel poderia ser maior.
- A alta também está ligada à expectativa de novas sanções contra a Rússia, que deflagrou no domingo o maior ataque contra a Ucrânia desde o início da guerra.
Leilão do pré-sal. A PPSA prorrogou até a quarta-feira (10/9) o prazo para manifestações ao pré-edital do leilão de áreas não contratadas das jazidas compartilhadas de Mero, Tupi e Atapu, na Bacia de Santos. O certame está marcado para 4 de dezembro.
- O pré-edital foi publicado no dia 25 de agosto e o prazo para contribuições terminava na segunda-feira. A partir de hoje (9/9), começa a ser disponibilizado o acesso ao pacote de dados com informações sobre as jazidas para as empresas que atenderem os requisitos de acesso.
Novo diretor-geral da ANP. A eixos recebe Artur Watt, diretor-geral da ANP, para uma entrevista exclusiva direto do estúdio eixos nesta terça (9/9) na Rio Pipeline. Confira em nosso canal no youtube.
Sem SAF suficiente. Os projetos de biorrefino em escala comercial anunciados no Brasil somam uma oferta de 2,8 bilhões em 2035, mas serão insuficientes para atender a demanda projetada por mandatos do Combustível do Futuro e Corsia.
- Com isso, o país vai precisar ajustar a rota para atender às exigências de descarbonização do transporte aéreo. Leia na diálogos da transição.
Biocombustíveis. A expansão dessa indústria no Brasil deve movimentar R$ 110 bilhões ao longo da década, projeta o Caderno de Oferta de Biocombustíveis do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2035, publicado na segunda (8/9).
- O estudo calcula que a oferta de etanol deve crescer cerca de 30% na próxima década, alcançando 51 bilhões de litros em 2035.
Eletrificação lenta. O Brasil precisa modernizar sua infraestrutura elétrica e regulação para acelerar a eletrificação da frota, aponta estudo da Thymos Energia. A consultoria avalia que a expansão de veículos elétricos no Brasil está lenta em comparação com China e União Europeia.
- Mas a produção nacional vem avançando: a General Motors (GM) iniciou a produção do seu primeiro SUV 100% elétrico no Brasil, o Chevrolet Spark EUV, no Polo Automotivo do Ceará, em Horizonte.
Opinião: O futuro da energia no Brasil passa pela capacidade de resolver a equação de como aproveitar melhor os momentos de abundância sem deixar a população exposta ao risco de apagões nos horários críticos, escreve o fundador e CEO da Lead Energy, Raphael Ruffato.