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Opep+ nega decisão sobre aumento na produção antes de reunião de oito dos maiores produtores

Cartel tem encontro no domingo (5), em meio a expectativa de nova alta na extração de petróleo

Fachada do edifício sede da Opep, em Viena, na Áustria (Foto: Vincent Eisfeld/Wikicommons)
Fachada do edifício sede da Opep, em Viena, na Áustria (Foto: Vincent Eisfeld/Wikicommons)

NESTA EDIÇÃO. Opep+ tem reunião no domingo para discutir produção de petróleo, mas nega decisão antecipada por alta na oferta.  

Rússia intensifica uso do Ártico como rota alternativa para escoar combustíveis fósseis. 

CNPE tem reunião com oferta de áreas no pré-sal e energia nuclear previstos na pauta. 

Oferta de geração distribuída com baterias cresce no Brasil, mas vendas ainda não deslancharam, aponta Greener. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A Opep+ negou na terça-feira (30/9) as reportagens que circularam na imprensa internacional nos últimos dias sobre uma suposta decisão do cartel de ampliar novamente a produção de petróleo

  • Em nota publicada nas redes sociais, o grupo afirmou que as informações são “totalmente imprecisas e enganosas” e que as discussões sobre o tema ainda não começaram.  

Os oito principais produtores do grupo têm reunião marcada para o domingo (5/10). São eles: Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã. 

  • Foram justamente esses países que concordaram em setembro com um aumento de 137 mil barris/dia na produção e que se reúnem novamente no começo de outubro para reavaliar as condições do mercado
  • A decisão no mês passado marcou uma mudança na estratégia do grupo, que passou a adotar uma postura mais ofensiva para ganhar market share. Para relembrar: Opep+ passa a jogar no ataque para defender participação de mercado

A indicação de que a Opep+ poderia ampliar novamente a produção com a oferta extra de cerca de 500 mil barris/dia de petróleo — o que o grupo nega — ajudou a pressionar o preço do barril de petróleo nos últimos dias. 

  • Mesmo com o anúncio do cartel de que a decisão ainda não foi tomada, as cotações da commodity caíram na terça (30). 
  • O Brent para dezembro recuou 1,58% (US$ 1,06), a US$ 66,03 o barril

Também contribui para o alívio nas cotações do barril a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, conforme um plano divulgado pelo presidente Donald Trump na segunda (29). 

Mas a retração pode ser passageira: segundo a Rystad Energy, o preço do petróleo tende a seguir sob influência das tensões geopolíticas globais.

  • A consultoria ressalta que o cenário internacional segue repleto de incertezas, com a  intensificação dos ataques entre Rússia e Ucrânia nas últimas semanas e as pressões dos EUA para que a Europa reduza as importações de óleo e gás russos.
  • A própria Rússia anunciou na terça que vai ampliar as restrições à exportação de gasolina e diesel, depois dos ataques ucranianos  à infraestrutura do país. 
  • “A decisão tomada por Moscou, ainda que direcionada para pequenos exportadores, gera uma escalada dos receios entre os investidores em relação à capacidade da Rússia de manter os fluxos de diesel para outras regiões do globo, gerando expectativas de um balanço global de curto prazo mais apertado”, explica o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro. 


Rota alternativa pelo Ártico. A Rússia está intensificando a utilização da Rota Marítima do Norte como alternativa estratégica ao Canal de Suez e forma de driblar sanções ocidentais. O corredor com cerca de seis mil quilômetros acompanha a costa ártica russa e tem sido essencial para o escoamento de petróleo, gás natural liquefeito (GNL) e outros combustíveis fósseis em direção à China e, em menor escala, à Europa.

  • O avanço da atividade no Ártico ocorre em meio ao derretimento do gelo — impulsionado pelas mudanças climáticas provocadas pelos combustíveis fósseis —, o que favorece a maior navegabilidade. Se aprofunde no assunto com diálogos da transição.  

Para ficar de olho: reunião do CNPE. O Conselho Nacional de Política Energética se reúne nesta quarta (01/10) a partir das 8h30 em Brasília. 

  • A agência eixos apurou que na pauta estão previstas discussões sobre o leilão das áreas não contratadas no pré-sal; a inclusão de três novos blocos do pré-sal em futuros leilões; debates sobre índices de conteúdo local de embarcações de apoio para depreciação acelerada e sobre os estudos para a retomada da usina nuclear Angra 3.  

Sétima plataforma de Búzios. A P-78 chegou ao campo no pré-sal da Bacia de Santos na terça (30). Segundo a Petrobras, agora o FPSO será ancorado e interligado aos poços produtores de petróleo, o que deve levar cerca de dois meses. O início da produção está previsto para dezembro

  • A plataforma saiu do estaleiro em Singapura com a tripulação a bordo, o que permitirá antecipar o início da produção em cerca de duas semanas

Operadoras independentes. A PetroReconcavo concluiu a aquisição de 50% dos ativos de midstream de gás natural da Brava Energia localizados no complexo de Guamaré, no Rio Grande do Norte. 

  • O portfólio adquirido inclui duas unidades de processamento de gás natural (UPGNs), cada uma com capacidade de 1,5 milhão de m³/dia, além de sistemas auxiliares de recebimento, compressão e armazenamento de derivados líquidos, e um gasoduto que conecta a produção da PetroReconcavo e de terceiros às UPGNs. 

Curtailment fora da MP 1304? O presidente da Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, Marcos Rogério (PL/RO), disse na terça (30) que não vê uma solução para o curtailment (cortes de geração) que passe pela MP 1304/2025, pois “o assunto é muito complexo e o prazo é curto”.

  • O senador informou que outra audiência será convocada e, ao final das discussões, a ideia é endereçar as propostas à Aneel e ao ONS.
  • A comissão pediu à Aneel informações sobre o impacto tarifário aos consumidores cativos e livres em um eventual ressarcimento aos geradores por causa do curtailment.

GD com baterias. A oferta de sistemas híbridos de geração distribuída com armazenamento cresceu no Brasil no primeiro semestre de 2025, mas os projetos enfrentam dificuldades para deslanchar, concluiu estudo da Greener. Sistemas híbridos representaram apenas 2% das vendas do mercado na primeira metade do ano.
 
Edifícios com selo de eficiência. O governo federal editou uma resolução que tornará obrigatória a comprovação de requisitos de eficiência energética para novas edificações. As regras irão funcionar como ocorre para a avaliação de automóveis ou eletrodomésticos, que recebem um selo com nota, de acordo com a eficiência energética.
 
Proteção dos oceanos. O Senado ratificou na terça (30) o acordo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar para conservação e uso sustentável do mar, assinado pelo Brasil em 2023. Até o momento, 74 nações já ratificaram o tratado, que deve entrar em vigor em janeiro de 2026.
 
De olho nos fornecedores. Uma pesquisa da Firjan apontou que apenas adotar práticas ESG internamente não é mais o suficiente para as empresas que pretendem ser sustentáveis: é preciso expandir o compromisso para a cadeia de valor. Essa realidade já faz parte da rotina de 72% das 130 empresas pesquisadas no Rio de Janeiro, que exigem a adoção de ações sustentáveis dos seus fornecedores.

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