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Opep+ adia aumento da produção para 2025

Relaxamento dos cortes voluntários de produção previsto para dezembro é adiado novamente

Petroleira chinesa CNOOC compra carga de 500 mil barris de petróleo da União oriundo da partilha de produção do campo de Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos. Na imagem: Navio-plataforma FPSO Carioca no campo de Sépia (Foto: Divulgação)
Navio-plataforma FPSO Carioca no campo de Sépia (Foto: Divulgação)

NESTA EDIÇÃO. Opep+ estende cortes de produção às vésperas da eleição nos EUA.

Migrações para o mercado livre de gás aceleram.

Curtailment vai impactar mercado livre de energia.

Angra 2 fora do SIN.

O domínio chinês sobre os eletrolisadores e as oportunidades para o Brasil.


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A Opep e aliados (Opep+) divulgou um comunicado no domingo (03/11) com o anúncio de que vai estender as restrições voluntárias de produção até o fim de dezembro de 2024. 

Com isso, um eventual aumento da produção do grupo deve ficar para 2025. 

A medida vai impactar a produção de 2,2 milhões de barris/dia nos seguintes países: Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã. 

  •  Os países se comprometeram ainda a compensar até setembro de 2025 eventuais volumes que tenham produzido acima das metas estabelecidas desde o começo de 2024. 

A Opep+ tinha indicado que poderia começar a relaxar os cortes na extração em 2024, mas vem adiando o prazo para o retorno dos níveis de produção reprimidos. 

A medida é uma maneira de o grupo manter os preços do barril em níveis próximos aos US$ 80, nível permite o equilíbrio fiscal dos principais países integrantes do cartel, na visão de analistas.

O barril tem apresentado sinais de queda nos últimos meses, com o aumento da produção nos Estado Unidos e no Canadá e indicações de fraqueza na demanda da China. 

  • A decisão da Opep+ ocorre a dois dias das eleições nos Estados Unidos. 
  • Os russos estão em guerra com a Ucrânia, que hoje conta com apoio financeiro dos EUA e de outras potências ocidentais. 

Um dos países que mais tende a ser afetado pelos novos rumos da política externa do próximo presidente dos EUA é a Rússia, que integra a Opep+. 

Outro membro da Opep é o Irã, que tem trocado ataques com Israel – aliado dos EUA –, em meio ao conflito no Oriente Médio. 



Petrobras no Amapá. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, se reuniu na sexta-feira (01/11) com o governador do Amapá, Clécio Luis, e os senadores Davi Alcolumbre (União/AP) e Randolfe Rodrigues (PT/AP). Um dos temas foi a exploração na região da Margem Equatorial, na costa amapaense. O processo no Ibama para o licenciamento ambiental para a perfuração de um poço na região teve novos desdobramentos na semana passada. 

  • “A exploração de petróleo na costa do Amapá interessa à Petrobras, interessa ao Brasil e interessa muito ao Amapá. Estamos ao lado da Petrobras para fazer o que for necessário”, disse o governador em nota divulgada após o encontro. 

Migrações no mercado livre de gás. A aceleração da abertura do mercado de gás natural já deslocou, ao longo do ano, ao menos 2,6 milhões de m³/dia do ambiente cativo para o livre, no Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. O volume equivale a cerca de 7% do consumo industrial de gás do Brasil no 1º semestre. Levantamento da agência eixos mostra que o número de indústrias presentes no mercado livre de gás mais que dobrou este ano. Leia na gas week

Mercado livre de energia concentrado no SE e CO. Os maiores consumidores do mercado livre de energia do Brasil são a Albras Aluminio, a Vale e a Braskem, segundo um levantamento da ePowerBay com base em informações da CCEE. A maior parte desses consumidores estão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A ePowerBay aponta, inclusive, que tem havido uma tendência de aumento no volume de compra dos consumidores livres, enquanto os consumidores especiais têm reduzido a demanda.

Curtailment vai impactar mercado livre de energia. Os cortes de geração vão afetar os preços praticados no mercado livre de energia, pois os empreendedores devem passar a embutir os riscos nos contratos firmados, indicam especialistas. As perdas dos agentes com o chamado curtailment alcançaram R$ 1,7 bilhão nos últimos 15 meses, segundo estimativas da Absolar e da Abeeólica. O cenário deve levar a flutuações de preço que devem impactar em acordos futuros. 

Angra 2 fora do SIN. A Eletronuclear vai iniciar em 8 de novembro uma parada programada na usina nuclear Angra 2 (RJ) para reabastecimento de combustível. Os trabalhos serão realizados em 46 dias e, durante o período, a usina ficará desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN), sem gerar energia.

Baterias em Noronha. O MME autorizou a Neoenergia a investir cerca de R$ 300 milhões na instalação de painéis fotovoltaicos associados a banco de baterias em Fernando de Noronha (PE). O projeto Noronha Verde inclui ainda ações de conscientização da população sobre o consumo eficiente de energia elétrica na ilha.

Domínio chinês. A produção global de eletrolisadores amplamente dominada pela China vem levantando preocupações quanto à segurança da cadeia de suprimentos e a dependência de um único país nessa indústria nascente. O cenário, embora represente uma oportunidade de redução de custos, também evidencia a necessidade de diversificar a produção, o que pode ser uma oportunidade para o Brasil. Leia na coluna de Gabriel Chiappini