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ONS descarta risco de apagão, mas reconhece desafios com aumento da geração distribuída

Crescimento dos recursos distribuídos no sistema tem dificultado operação do sistema elétrico

Diretor-geral do ONS, Marcio Rea, durante coletiva de Imprensa sobre o horário de verão 16-10-2024 - Foto Ricardo Botelho-MME
Diretor-geral do ONS, Marcio Rea, durante coletiva de Imprensa sobre o horário de verão 16-10-2024 - Foto Ricardo Botelho-MME

NESTA EDIÇÃO. ONS reforça que sistema opera com segurança, mas cresce a pressão sobre a geração distribuída
 
Regras do leilão de reserva viabilizam ampliação de termelétricas. 
 
MME encaminha decreto à Casa Civil para resolver déficit de Itaipu
 
Refina Brasil pede detalhamento de estratégia de preços da Petrobras. 
 
Brava vende campos para Azevedo & Travassos Petróleo e Petro-Victory Energy.
 
Agência Internacional de Energia alerta para necessidade de proteger minerais críticos em meio a crescentes tensões geopolíticas. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) descartou risco de apagão no país devido ao crescimento da geração distribuída. 

  • O órgão divulgou uma nota na segunda (10/2) afirmando que o sistema elétrico brasileiro “é robusto e segue operando com confiança”.
  • Foi uma resposta a um texto publicado na coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, que afirmava que o crescimento da geração de energia por meio de painéis solares traria “riscos efetivos de apagões em nove estados”. 

O operador reconheceu que o aumento da geração distribuída e a inversão de fluxo de potência em algumas subestações são fenômenos que precisam ser tratados, em conjunto com a EPE, o MME e a Aneel. 

  • As informações sobre os riscos do aumento da geração distribuída ao sistema constam na versão mais recente do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL) (.pdf), divulgado em dezembro.
  • O documento aponta riscos de sobrecarga aos transformadores em diversos estados e reforça a necessidade de as distribuidoras assumirem um papel mais ativo no sistema
  • Na versão anterior do documento, o ONS também reconheceu necessidade de investimentos adicionais nas redes de distribuição para cortar o excesso de energia vindo da geração distribuída. (Folha de SP)

O crescimento dos recursos distribuídos no sistema tem sido um desafio para a operação, sobretudo pelo fato de que no Brasil a maior parte desses projetos é de geração solar fotovoltaica, ou seja, dependem de condições climáticas favoráveis para gerar energia.

  • Outro desafio são os subsídios que permitiram uma grande expansão desses sistemas na última década, mas que têm onerado o custo do sistema.    

São elementos de pressão sobre a geração distribuída. 

Dados da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) apontam que esse modelo atingiu 36 GW de capacidade instalada no país ao fim de janeiro. Para 2025, a projeção é que o setor deve crescer entre 20% e 25%.



Leilão de reserva viabiliza ampliação de termelétricas. A portaria normativa com a sistemática da licitação foi publicada na segunda (10) e abriu duas frentes para a negociação da ampliação da capacidade dos projetos. 

  • Pelas regras, projetos greenfield e térmicas existentes com contratos iniciados no mesmo ano serão negociados simultaneamente numa mesma rodada. 

Déficit de Itaipu. O MME encaminhou uma minuta de decreto à Casa Civil para o uso do bônus de Itaipu Binacional para cobrir o déficit da conta de comercialização da usina. A solução foi encontrada após reunião na segunda-feira (10) com a Aneel. A ideia é que a adequação seja feita não apenas para este ano, mas que o bônus possa ser utilizado sempre que for possível.

  • De acordo com a ENBPar, responsável pela usina nacional, existe um saldo negativo de R$ 332,6 milhões para o exercício de 2024. 

Falta de luz. A Enel SP informou que 76,7 mil consumidores ficaram sem energia elétrica em sua área de concessão, após o temporal que atingiu São Paulo na tarde desta segunda-feira (10). O número corresponde a 0,93% da base de clientes da empresa.

Preços de combustíveis. A Refina Brasil, entidade que representa as refinarias privadas no país, defende que a Petrobras explique, junto ao TCU, o detalhamento da estratégia de preços de diesel e gasolina praticada pela companhia.

  • Em entrevista à agência eixos, o presidente da entidade, Evaristo Pinheiro, afirmou que a política de preços da estatal é “opaca”, sem acesso transparente às premissas, fórmulas e variáveis utilizadas para constituir o preço dos combustíveis. Confira.  

Produção de petróleo cai. A extração foi de 3,37 milhões de barris/dia em janeiro de 2025, queda de 2,17% com relação a janeiro de 2024, segundo dados preliminares da ANP. Já a produção de gás natural ficou em 154,47 milhões de m³/dia, alta de 2,45%.

Venda de ativos. A Brava Energia vendeu 13 campos onshore de produção de petróleo na Bacia Potiguar para o consórcio formado por Azevedo & Travassos Petróleo e Petro-Victory Energy. A transação, no valor de US$ 15 milhões, inclui concessões localizadas nos polos Porto Carão e Barrinha, no Rio Grande do Norte.

  • A negociação faz parte da estratégia da petroleira de otimização do portfólio da companhia, que resultou da fusão entre a 3R e a Enauta. 

Etanol. O biocombustível foi mais competitivo que a gasolina na semana passada nos seguintes estados: Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

  • Segundo dados da ANP, os preços médios do etanol hidratado subiram em 24 estados e no Distrito Federal, caíram apenas em Roraima e ficaram estáveis no Amazonas na semana passada.

Descarbonização portuária. Antaq e Eletrobras firmaram uma parceria para subsidiar iniciativas de descarbonização em portos e terminais do país. A iniciativa inclui encontros e seminários com concessionários de serviços aquaviários para difundir informações sobre o mercado de energia elétrica brasileiro e levantamento sobre os portos e terminais aptos a migrarem para o ambiente de contratação livre.
 
Metas climáticas. Apenas dez países apresentaram a atualização de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, em inglês) no prazo acordado nas Nações Unidas, que venceu na segunda-feira (10). A demora na entrega das metas de corte de emissões até 2035 forçou a extensão do deadline até setembro, o que deve ter impactos na COP30. Leia na Diálogos da Transição
 
Disputa por minerais críticos. Crescimento de tensões geopolíticas amplia a necessidade de proteger minerais críticos dos riscos para cadeia de oferta, sob risco de mais que dobrar os preços para a indústria de determinados países, alerta a Agência Internacional de Energia. Alguns minérios, particularmente cobre o lítio, devem ter “aperto considerável” na oferta nos próximos anos.
 
Plano de resiliência. BNDES e governo do Rio Grande do Sul firmaram um acordo de cooperação técnica para elaborar um plano de resiliência climática de médio e longo prazo para proteção contra extremos climáticos. O foco é a região do Guaíba, criticamente afetada durante as enchentes de maio de 2024.

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