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MME acena para indústrias com leilão de gás por menos da metade do preço atual

Governo aposta no certame para injetar gás mais barato no mercado

Ministro Alexandre Silveira, ao centro, em reunião com lideranças industriais sobre Gás para Empregar (Foto Ricardo Botelho/MME)
Ministro Alexandre Silveira (PSD), ao centro, em reunião com lideranças industriais sobre Gás para Empregar (Foto Ricardo Botelho/MME)

NESTA EDIÇÃO. Ministério de Minas e Energia trabalha para colocar de pé o leilão de gás natural da União ainda este ano e oferecer à indústria uma molécula por menos da metade dos preços atuais.

Presidente da Petrobras diz que quer mais poder de gestão na Braskem. Estatal volta a produzir em fábrica de fertilizantes no Paraná.

Pernambuco terá unidade de e-metanol com foco na exportação para EUA e Europa. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou nesta quarta (11/6), em recado a lideranças do setor industrial, que trabalha numa nova resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para colocar de pé o leilão de gás natural da União ainda este ano.

  • A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima ser possível que esse gás chegue à indústria abaixo dos US$ 7 o milhão de BTU;
  • É menos da metade do preço do gás pago pelo consumidor industrial, de US$ 16 o milhão de BTU;
  • Tudo depende, claro, se o governo terá sucesso em reduzir os custos das infraestruturas;
  • E da própria concorrência no leilão (o preço de partida é o US$ 1,5 pago pela Petrobras hoje à PPSA pelo gás da União na cabeça do poço.

O MME está definindo o cronograma das etapas necessárias para a oferta do gás da União, com o objetivo de realizar o leilão em dezembro

O certame é a grande aposta do governo para injetar gás mais barato no mercado, premissa do Gás para Empregar

O ministro Alexandre Silveira (PSD) convocou lideranças do setor industrial, base de apoio do governo no programa, para apresentar os próximos passos (veja a apresentação, em .pdf).

Tudo isso logo após a EPE divulgar nota técnica final com os estudos sobre a remuneração justa e adequada das infraestruturas de escoamento (SIE) e processamento (SIP).

Uma das prioridades do governo é conseguir baixar os custos de acesso a esses ativos  — e também aos gasodutos de transporte.

Os valores cobrados pelo consórcio do SIE e SIP, das bacias de Campos e Santos, são destacados como os principais impeditivos para um gás competitivo. Fruto, na visão da pasta, de “omissões regulatórias”.

MME e a Casa Civil já definiram uma agenda com a Petrobras para iniciar as negociações desses custos, conforme antecipado pelo eixos pro, serviço de assinatura exclusivo para empresas (teste grátis por 7 dias).

O tema deve ser alvo de discussões na próxima reunião do CNPE, prevista para ocorrer até julho.

Os preparativos para o leilão estão em discussão desde o ano passado. O pontapé inicial ocorreu em agosto de 2024, quando o CNPE liberou a PPSA para contratar as infraestruturas de escoamento e processamento, além de realizar a venda direta ao mercado de gás natural e GLP.



Gás argentino. A integração Brasil-Argentina será construída a partir do protagonismo do setor privado, defendeu nesta quarta (11/6) o subsecretário de Combustíveis do país vizinho, Federico Veller, em entrevista ao estúdio eixos durante o Midstream & Gas Day 2025, em Buenos Aires.

  • E mais: a chegada do gás argentino, caso se mostre competitiva, pode abrir oportunidades para destravar novas demandas por gás no Brasil, avalia o diretor da Alvarez & Marsal, Rivaldo Moreira Neto;
  • Mas a molécula argentina terá que buscar o seu espaço num mercado aberto e concorrencial e que tem dificuldades de assumir contratos de longo prazo como desejam os investidores do país vizinho, disse a diretora-executiva de Gás Natural do IBP, Sylvie D’Apote.

Preço do barril sobe. Os contratos futuros do Brent, para agosto, fecharam a quarta (11/6), com forte alta de 4,34%, a US$ 69,77 o barril, em meio à informação do The Washington Post de que o Departamento de Estado dos EUA está se preparando para ordenar a saída de todo o pessoal não essencial da embaixada americana no Iraque devido à instabilidade na região.

  • Em paralelo, os estoques de petróleo nos EUA caíram acima do esperado na semana passada, informou o Departamento de Energia.

Taxação. O mercado brasileiro de petróleo e gás está receoso de que a renovação de acordos para evitar bitributação entre o Brasil e países parceiros abra brechas para novas cobranças de tributos sobre o setor.

Fim da partilha. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) classificou o projeto de lei que altera o regime e acaba com o polígono do pré-sal como um retrocesso para o país.

Petroquímica. A Petrobras quer aumentar seu poder de gestão na Braskem, mas não quer estatizar a empresa, segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard. 

  • “A Braskem é a 6ª maior petroquímica do mundo, por óbvio, quando a gente fala do uso do petróleo, aumento de eficiência da cadeia petroquímica, da transição energética, a gente não pode desprezar o papel da petroquímica”, disse a CEO na terça (10/6).

Poluição plástica. O Brasil ficou de fora da Declaração de Nice por um Tratado Ambicioso sobre Poluição Plástica, documento assinado por 96 países durante a Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC), realizada esta semana em Nice, na França. 

  • A ausência do Brasil surpreendeu, especialmente diante de declarações recentes do presidente Lula (PT) na abertura do evento onde o acordo foi negociado.

Retomada de fafen.  A fábrica de fertilizantes da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, voltou a operar parcialmente esta semana, com a conclusão dos primeiros testes de produção de Arla 32 — aditivo usado para reduzir as emissões de veículos a diesel. 

  • A planta estava inativa desde 2020 e teve a retomada aprovada pela Petrobras em junho de 2024.

Opinião: A separação de marcas entre distribuidoras e comercializadoras coligadas deve ser tratada como um pilar regulatório essencial para a construção de um mercado varejista de energia elétrica competitivo e isonômico, escreve o consultor e ex-conselheiro do Cade, Carlos Ragazzo.

E-metanol em Suape. O governo de Pernambuco assinou um contrato com a GoVerde para instalação de uma fábrica de produção de e-metanol derivado de hidrogênio verde no Complexo Industrial Portuário de Suape. O projeto receberá investimento de R$ 2 bilhões na primeira etapa. 

  • Com início de operação previsto até 2028, a planta produzirá, inicialmente, até 300 toneladas por dia, com foco em exportação para EUA e Europa.

Falência na solar. Uma das principais desenvolvedoras de energia solar residencial dos Estados Unidos, a Energia Sunnova International entrou com pedido equivalente à recuperação judicial no Brasil. A companhia enfrenta altos custos em sua dívida. 

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