NESTA EDIÇÃO. MME pede avanço do gas release.
Governo deve encaminhar destaques para suprimir jabutis do PL das eólicas offshore.
Enel promete aumentar contratações depois de piora nos indicadores de resposta a interrupções no fornecimento.
Chamada para hubs de hidrogênio recebe 70 propostas.
Europa anuncia € 4,6 bilhões para impulsionar tecnologias de baixa emissão de carbono.
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Ministério aumenta pressão por desconcentração no mercado de gás
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), enviou um ofício à ANP pedindo que a agência priorize na agenda regulatória o programa de desconcentração do mercado de gás natural, o gas release.
O pedido vem depois que o ministro perdeu a queda de braço dentro do governo em torno da inclusão do assunto no relatório do Paten.
- O primeiro relatório do projeto propôs a redução compulsória da participação de mercado de qualquer agente que detenha mais de 50% da oferta de gás, o que afetaria a Petrobras.
- Após resistências da estatal, foi costurado um acordo. Mas a proposta acabou ficando de fora do relatório final.
- A votação do Paten no Senado, sem o capítulo do gás, está marcada para esta quarta (4/12).
A Lei do Gás, de 2021, atribuiu à ANP a competência de adotar medidas para promover a efetiva concorrência no mercado de gás. Uma Análise de Impacto Regulatório sobre o tema está em curso, mas com dificuldades para avançar na agência.
Além do ofício enviado à ANP, o MME também divulgou uma nota técnica, assinada pelo diretor do Departamento de Gás Natural, Marcello Weydt, que destaca que hoje há uma “inércia regulatória” que dificulta a implementação de um ambiente mais competitivo e aberto do setor.
Em paralelo, o ministério marcou para o dia 12 de dezembro a apresentação de um estudo da EPE sobre experiências internacionais em programas de gas release.
Novas mudanças no PL das eólicas offshore? O governo deve encaminhar destaques para suprimir trechos do projeto de lei que dão incentivos a outras formas de geração de energia, como as usinas termelétricas, segundo o senador Otto Alencar (PSD/BA). Os “jabutis” foram incluídos no projeto de lei durante a tramitação na Câmara no ano passado e mantidos no relatório do senador Weverton Rocha (PDT/MA).
Discussão foi adiada. A Comissão de Infraestrutura do Senado acatou, na terça (3/12), o pedido de vistas para a discussão do PL das eólicas offshore depois da leitura do parecer do relator. Rocha justificou a manutenção das usinas termelétricas como parte das negociações para alterar o texto da Câmara, que segundo ele não viabilizava a implantação das usinas em alto-mar.
Depois do apagão. O CEO da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, prometeu contratar 1,2 mil profissionais para o quadro da empresa até março de 2025. Dados da Aneel apontam que houve piora no tempo de resposta a interrupções da empresa, ao mesmo tempo que aumentou a terceirização de mão de obra.
- As concessões da Enel em São Paulo e no Rio de Janeiro tiveram aumento no tempo de resposta a quedas de energia a partir de 2021. No caso de São Paulo, cada ocorrência levava, em média, 8,65 horas para ser sanada, mas o tempo subiu para 13,72 horas em 2023. A Enel Rio registrou um crescimento de 5,22 horas para 9,98 horas no mesmo período.
Expansão da carga. A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) deve ter uma expansão média anual de 3,3% de 2025 a 2029, segundo o Planejamento Anual da Operação Energética elaborado pela CCEE, ONS e EPE. Ao final do período, a carga deve alcançar 94.157 MW médios. Para 2024, os estudos apontam um crescimento da carga 5,3% em relação a 2023, com a previsão de encerrar o ano com 79.899 MW médios.
Programa Nacional do Hidrogênio. A chamada pública aberta pelo governo brasileiro para projetos de hubs de hidrogênio de baixo carbono recebeu 70 propostas de todas as regiões do país, e deve ter resultados finais na próxima semana. Segundo a coordenadora-geral de Energias e Tecnologias de Baixo Carbono e Inovação do MME, Patrícia Naccache, o número de propostas superou as expectativas do governo.
Concorrência chinesa. A Comissão Europeia confirmou o lançamento de novas iniciativas para destinar € 4,6 bilhões para impulsionar tecnologias com baixa emissão de carbono, como células de baterias para veículos elétricos e hidrogênio renovável. As ações têm como pano de fundo barrar o avanço de produtos chineses na UE.
- comece seu dia
- Mercado de gás
- Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
- Alexandre Silveira
- Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE)
- Gas Release
- Marcello Weydt
- Ministério de Minas e Energia (MME)
- Operador Nacional do Sistema (ONS)
- Regulação
- Sistema Interligado Nacional (SIN)