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Mercado reduz prêmio de risco para o suprimento global de petróleo

Probabilidade de choques está abaixo de 4%, estima Goldman Sachs

Preço do petróleo tem tendência de queda no mercado internacional
Preço do petróleo tem tendência de queda no mercado internacional

NESTA EDIÇÃO. Preço do barril de petróleo em trajetória de queda com menor prêmio de risco para o conflito entre Israel e Irã. 
 
ONS ajusta limites de escoamento de energia do Nordeste ao Sudeste para tentar reduzir os cortes de geração.  
 
Setor de biocombustíveis é um dos grandes potenciais consumidores de hidrogênio de baixo carbono, aponta EPE. 
 
Financiamento para a transição energética foi um dos pontos de destaque da Conferência de Bonn, que ajudou a preparar a pauta da COP30.


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Com o cessar-fogo entre Israel e Irã anunciado na semana passada, o mercado reduziu os prêmios de risco sobre as cotações do barril de petróleo e os preços voltaram a ficar abaixo dos níveis observados antes da escalada dos ataques

  • Grande parte do impacto sobre as cotações veio da possibilidade de interrupção do fornecimento pelo Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do fornecimento global, o que não ocorreu.  

As probabilidades de choques no suprimento global da commodity devido à guerra caíram para menos de 4%, estima o Goldman Sachs. 

  • No auge do conflito, essa probabilidade chegou a 15%. 
  • No caso de uma interrupção de grandes proporções nos fluxos globais, as previsões eram de que o preço do barril poderia superar US$ 90 e chegar a três dígitos
  • Com a entrada dos Estados Unidos no confronto, os preços chegaram próximos aos US$ 80, mas recuaram com o anúncio do acordo em seguida. 

Na sexta-feira (27/6), o Brent para setembro avançou 0,16% (US$ 0,11), a US$ 66,80 o barril

O patamar já está abaixo das cotações registradas na semana antes dos ataques, quando o barril estava na casa dos US$ 69. 

  • As negociações tiveram alta volatilidade ao longo da sexta-feira, devido às informações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deve avaliar outro aumento na produção da commodity na reunião do próximo domingo, 6 de julho. 
  • Também tem influenciado os preços os sinais de avanço nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, o que contribui para uma expectativa de maior demanda global por petróleo. 

Segundo o Goldman Sachs, a grande queda nos prêmios do risco sobre os preços reflete a experiência do mercado com recentes choques geopolíticos globais sem disrupções significativas nos fluxos de petróleo



Trump leva lobby do petróleo à Europa. Os líderes petrolíferos norte-americanos e seus lobistas pediram ao presidente dos EUA Donald Trump e aos membros do gabinete que usassem as negociações comerciais em andamento com a União Europeia para pressionar por uma reversão de leis climáticas no continente europeu.
 
Margem Equatorial. A decisão do governo brasileiro de explorar novas fronteiras de petróleo e gás em áreas como a Foz do Amazonas “não é uma boa notícia para o clima”, na visão do governo francês. 

  • Em entrevista exclusiva à agência eixos, o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, comenta a cooperação entre os países para implementação de um corredor verde marítimo, mapeamento de minerais críticos no Brasil e as parcerias com empresas francesas para desenvolvimento da energia nuclear e conclusão de Angra 3, entre outros temas.  

Expansão da rede em debate. Revisões tarifárias indicam aumento das margens da distribuição em diferentes estados e reacendem debate sobre eficiência dos investimentos em expansão da rede. A gas week se debruça sobre essa discussão.

Redução do curtailment. O Operador Nacional do Sistema (ONS) implementou no sábado (28/6) ajustes nos limites de intercâmbio de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN).

  • A medida visa aumentar o escoamento de energia do Nordeste para o Sudeste em até 1,5 gigawatts (GW), especialmente durante o período noturno, o que pode favorecer a redução nos cortes de geração.

Expansão da transmissão. A transição energética vai exigir novos investimentos na rede de transmissão, mas esse planejamento precisa ser cuidadoso para não onerar o consumidor, na visão do CEO da Taesa, Rinaldo Pecchio. O executivo defendeu que será necessário aumentar a inteligência e flexibilidade do sistema.

Bandeira tarifária. A Agência Nacional de Energia Elétrica acionou a bandeira vermelha patamar 1 nas contas de luz para o mês de julho, mantendo a mesma condição vigente em junho, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Nível dos reservatórios. As hidrelétricas vão chegar ao final de novembro com estoques de água entre 40% e 55%, patamar considerado bastante confortável para chegar a 2026 e não depender tanto das chuvas, segundo o diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato.

  • Mesmo assim, o ONS prevê despachar um número maior de térmicas este ano para atender o consumo no fim do dia, quando a demanda por energia elétrica aumenta. 

Data centers. A regulamentação brasileira da inteligência artificial para atração de data centers precisa de equilíbrio, defende o diretor-executivo da Nvidia América Latina, Márcio Aguiar. O setor teme que uma regulamentação muito rigorosa, como a adotada na União Europeia, possa impedir a chegada de investimentos.

Demanda para hidrogênio. O setor de biocombustíveis é um dos grandes potenciais consumidores de hidrogênio de baixo carbono produzido no Brasil, aponta uma nota técnica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

  • As projeções indicam que, até 2034, só o setor de bioenergia exigirá mais que o dobro da produção atual de hidrogênio no Brasil (500 mil toneladas/ano). 

Impactos do B15. O aumento da mistura do biodiesel ao diesel fóssil vai demandar 650 milhões de litros do biocombustível para o segundo semestre, estima a Ubrabio. Esse volume representa um incremento de até 7% na produção do biodiesel, em relação aos patamares atuais. E exigirá um esmagamento adicional de 700 mil toneladas de soja para cumprir a nova cota.

Descarbonização da navegação… A ineficiência do hidrogênio favorece o uso de biocombustíveis no transporte marítimo, na visão do assessor da Comissão Coordenadora para os Assuntos da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) na Marinha do Brasil, Flávio Mathuiy. Para ele, ainda não está claro se os combustíveis do futuro nesse segmento serão o hidrogênio e a amônia. 

… e do refino. A Petrobras enxerga uma “oportunidade de ir além” e expandir a atividade de captura, utilização e armazenagem de carbono (CCUS) para as refinarias da companhia, ao transformar o CCUS em um novo modelo de negócio, diz a gerente Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), Lilian Melo.

  • A iniciativa visa atender à crescente demanda por descarbonização em indústrias de difícil abatimento de emissões, aproveitando a experiência que a Petrobras já possui no tema. 

Neutralidade tecnológica. A discussão sobre a contabilidade de carbono, frequentemente apresentada como um cálculo puramente técnico, é na verdade um debate político complexo e que envolve interesses geopolíticos e a defesa de tecnologias específicas, lembra a diretora da EPE, Heloisa Borges.

  • Ela reforçou, ainda, que a transição energética precisa ser justa e inclusiva, permitindo que cada sociedade construa seus próprios caminhos a partir da realidade local e vocações regionais. 

O saldo de Bonn. O financiamento para a transição energética foi um dos pontos de destaque da Conferência de Bonn, que terminou na quinta-feira (26/6) na Alemanha. O evento teve a participação de 188 países e o objetivo de ajudar a preparar a pauta da COP30.

  • Um tema ligado ao financiamento que se desenvolveu fortemente nas duas últimas semanas em Bonn foi o fundo de adaptação às mudanças climáticas. A agenda de justiça climática também teve destaque.

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