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Maioria das distribuidoras tem dificuldades para atingir índices de satisfação do consumidor

Aneel avalia proposta para aumentar peso da opinião do consumidor na revisão das tarifas

Aneel nega revisão tarifária extraordinária da Light relacionada a limites de furtos de energia. Na imagem: Poste de luz com emaranhado de fios de alta tensão. Gato na rede elétrica da Light, na Rocinha, Rio de Janeiro (Foto André Ramalho)
Gato na rede da Light, na Rocinha, Rio de Janeiro | Foto André Ramalho

NESTA EDIÇÃO. Distribuidoras enfrentam baixos índices de aprovação junto aos consumidores, além de pressão por adaptação à nova realidade do setor elétrico. 
 
Governo do Ceará migra órgãos públicos para mercado livre de energia
 
Aneel nega pedido da Serena para suspender cortes de geração
 
Senado dos EUA confirma novo Secretário de Energia. 
 
Pesquisa busca novos materiais para a captura de carbono industrial.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

Praticamente nenhuma concessionária de geração de energia no Brasil conseguiu atingir os índices de satisfação do consumidor considerados ideais pela Aneel nos últimos 20 anos, segundo dados da área técnica da agência. 

  • O Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC) projetado como ideal, 70 de 100 pontos, foi registrado por apenas quatro distribuidoras de pequeno porte, que atendem 0,3% dos consumidores brasileiros
  • Cerca de 50% das concessionárias estão abaixo do índice mínimo desejável, que é de 60 pontos.

 A agência está trabalhando para aumentar o peso da satisfação do consumidor no cálculo da revisão das tarifas de energia. A abertura da segunda etapa da audiência pública para debater o tema foi aprovada na terça (04/2). 

  • A ideia é que a remuneração das distribuidoras varie de acordo com critérios como reclamações na ouvidoria, atrasos em obras e em serviços.

A proposta coloca ainda mais pressão em um segmento que tem enfrentado fortes desafios no Brasil nos últimos anos, que incluem a sobrecontratação de geração e impactos no equilíbrio econômico-financeiro das concessões. 

  • O cenário piorou com os incentivos para a ampliação da geração distribuída, na qual o consumidor gera a própria energia que consome, mas ainda depende da distribuidora em momentos de indisponibilidade do sistema próprio.  

O contexto se torna ainda mais desfavorável se consideradas as mudanças do clima e a expectativa de que essas empresas adaptem as redes para lidar com eventos cada vez mais extremos

  • Somente em 2024, milhares de brasileiros ficaram sem energia depois das enchentes no Rio Grande do Sul em maio e em São Paulo em novembro. 

Leia também: Do calor extremo às tempestades: o setor elétrico está preparado?
 
No mercado, há quem diga que esse cenário — junto à tendência de migração cada vez maior de consumidores para o mercado livre de energia — indica que os grupos de distribuição devem deixar de lado a diversificação de negócios e focar cada vez mais no core business: a ligação do sistema elétrico com os consumidores finais. 



Falando em distribuição de energia… Serão cumpridos os repasses à Amazonas Energia determinados pela Justiça após a flexibilização dos critérios de eficiência da companhia, garantiu o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa. 

  • Os pagamentos chegam a R$ 600 milhões e visam a recuperação financeira da empresa e a viabilização da transferência de controle da companhia para a Âmbar. 

Enquanto isso, no mercado livre… 144 órgãos do governo do Ceará estão migrando para o ambiente de contratação livre de energia, na modalidade varejista. O contrato assinado entre a Secretaria da Infraestrutura do Estado e a EDP prevê o fornecimento de 13,4 MW médios até 2029. O suprimento, a partir de fontes renováveis, teve início em novembro de 2024.

Curtailment. A Aneel negou o pedido da Serena Geração para suspender cortes de geração em empreendimentos eólicos e solares. A geradora afirma que perdeu R$ 35,6 milhões entre janeiro de 2023 e setembro de 2024.

Itaipu Binacional. A Aneel prorrogou por 15 dias o prazo para que o MME apresente uma solução para o déficit deR$ 332,6 milhões da conta de repasse da usina em 2024. 

  • O diretor-geral, Sandoval Feitosa, disse que a agência deve propor que o bônus de Itaipu seja destinado a cobrir o rombo, mas que outras saídas para a situação estão sendo cogitadas. 

Opinião: Leilão de potência previsto para junho pode adicionar até 7.240 MW ao SIN e impulsionar novas unidades geradoras, escrevem Fabiola Sena, Cristiane Araújo, Marcelo Loureiro, Nathália Nóbrega e Andressa Farias da FSET Consultoria em Energia.

Corredores de transporte de gás. Com o aporte de capital da Perfin Infra, a VirtuGNL espera escalar o desenvolvimento desse tipo de projeto no Brasil e verticalizar ainda mais o negócio. A companhia tem planos de entrar no elo da liquefação em projetos futuros.

  • A VirtuGNL tem se posicionado no mercado como uma fornecedora de soluções de descarbonização no setor de transportes e aposta no uso de gás natural liquefeito (GNL) em substituição ao diesel, de olho em especial na demanda do agronegócio. 

Petrobras diz que vai cumprir promessa. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que recebeu uma encomenda do governo federal de empurrar o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. 

  • Segundo ela, essa tarefa será cumprida por meio de uma série de investimentos em exploração e produção de petróleo, refino, fertilizantes e transição energética. 

Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam sem direção única na terça-feira (4) diante de sinais divergentes para a oferta considerando as ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto a importantes países produtores da commodity, como México, Canadá e Irã.

  • O petróleo WTI para março fechou em queda de 0,63%, a US$ 72,70 o barril, enquanto o Brent para abril avançou 0,32%, a US$ 76,20 o barril.

Guerra comercial. A China anunciou a imposição de tarifas sobre produtos fabricados nos Estados Unidos, em contraposição à taxação de bens chineses em 10% anunciada por Donald Trump. O carvão e o gás liquefeito serão taxados em 15%.
 
Novo secretário de energia dos EUA. Chris Wright foi confirmado para liderar o Departamento de Energia, colocando o fundador de uma empresa de serviços de fraturamento de petróleo e gás no comando da política energética dos EUA. Ele apoia o desejo de Trump de liberar exportações de gás natural liquefeito em meio a um objetivo mais amplo de promover a produção de combustíveis fósseis. (Bloomberg)
 
Captura de carbono. Um projeto do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está investigando materiais mais efetivos para adsorver o CO2 em plantas industriais. A iniciativa é financiada pela TotalEnergies.

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